terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A HUGOMANIA


Interatividade em televisão não é uma coisa de agora, como muitos pensam. Vários programas nasceram ao longo dos anos 1980 e 1990 com a proposta da participação direta do telespectador por carta, telefone, fax e e-mail (já na era da informática). Quem explorou bem esse recurso foi o segmento infantil, e com muitos resultados positivos, em várias emissoras.

Um deles, sem dúvida, é o Hugo Game. O programa de origem dinamarquesa nasceu em 1990, e conquistou fãs em 40 países. A atração chegou ao Brasil em 1995, pela Rede CNT, e permaneceu no ar por aqui até 1998. O personagem Hugo apresentava o programa, produzido pela Herbert Richers, direto de uma Floresta Encantada, e teve como seus parceiros humanos os apresentadores Matheus Petinnati, Vanessa Vholker, Andrea Pujol e Rodrigo Brassolotto.

Nos games, o duende Hugo tinha que vencer os mais diversos desafios para salvar sua esposa Hugolina, e seus filhos, Rit, Rat e Rut, da perversa Bruxa Maldícia. E não eram poucos os desafios! Hugo andava de skate, pulava pedras rolantes, saltava de um avião para o outro em pleno voo, viajava de balão, e muitas outras aventuras escolhidas pela garotada em casa. Quem comandava o duende aventureiro nos jogos eram as crianças, através do teclado do telefone. Os apresentadores explicavam antes de cada aventura, quais comandos seriam usados, mas durante a brincadeira torciam pelo jogador gritando os números do telefone.

Esse duende fez muito sucesso por aqui, tanto que congestionava as linhas telefônicas da emissora. A CNT chegou a receber cerca de 1 milhão de ligações por dia, vindas do país inteiro, na sua sede no Paraná. Todos queriam ganhar o mais cobiçado prêmio: o video game, apenas conquistado pelo jogador que mais pontuasse no dia. Várias frases do Hugo caíram no gosto da molecada como "subindo a montanha, sem fazer manha", "caí no penhasco, virei churrasco", "não tem chororô, esse jogo acabou".

O que não terminou mesmo foi a saudade do programa e o sucesso do joguinho que, para alegria dos fãs, agora está disponível nas versões para Andróide, iOS, PC e PSP.

Abaixo, vamos rever alguns trechos desse programa. E em 2012 o blog Loucura por TeVer vai trazer grandes novidades. Aguardem...

Agradecimentos: interrogazao, Jorgeshow, minilua.com.




sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CRÍTICA: NÃO VÁ PRA CAMA, SEM ELA!


Ontem estreou a nova temporada do programa "Amor e Sexo", na TV Globo. Acompanhei a atração, que tinha como convidados os atores Julia Lemmertz, Alexandre Borges, Letícia Spiller e Marcelo Novaes. Foram abordados vários temas como o sexo entre os filhos adolescentes e o diálogo entre pais separados. Nem senti a hora passar.

A Globo acertou na maneira como tratar os assuntos, num programa de auditório e repleto de jovens. Normalmente o assunto cai na vulgaridade ou na piada chula. Fernanda Lima conduz muito bem, dosando humor para que a conversa não seja a mesma de um consultório médico ou se encaminhe pelo mau gosto. Sem contar a música ao vivo de Léo Jaime e sua banda.

"Amor e Sexo" é uma prova de que dá pra falar sobre sexo sem constrangimento ou malícia barata na TV. Tanto é que na plateia também estavam presentes pais e mães acompanhados de seus filhos, falando abertamente sobre os temas propostos. Os quadros do programa visam divertir e levar informação sem preconceito. Claro que o horário em que é apresentado, após às 23h, permite uma maior liberdade, mas esta não é confundida com libertinagem. Até mesmo em seu modo de exibição, em temporadas curtas ao longo do ano, favorece o programa.

Uma boa opção para as noites de Quinta!

Agradecimentos: Divulgação TV Globo

domingo, 16 de outubro de 2011

O PIOR PROGRAMA ESPORTIVO? NÃO!!!


Já faz algum tempo que tenho vontade de falar sobre programas esportivos. O problema é que no Brasil, ninguém foi muito além das tradicionais mesas redondas ou dos programas esportivos americanos. Um deles inspirou o "Esporte Espetacular", na Globo, e este é copiado por todas as demais. Uma das raras excessões foi apresentada por Silvio Luiz na TV Record, nos anos 1980: o "Clube dos Esportistas".

O programa ficou no ar de 1982 a 1986. Já em seu título, uma homenagem ao clássico "Clube dos Artistas" de Airton e Lolita Rodrigues, o público podia imaginar do que se tratava. O narrador trazia vários atletas todas as Terças-feiras para um bate-papo muito descontraído. Todos participavam, de amadores a profissionais consagrados, além de convidados especiais, para conversar sobre o mundo dos esportes e qualquer outro assunto interessante.

"Clube dos Esportistas" ia ao ar meia-noite e era pré-gravado enquanto durasse a fita. Isso mesmo! Nos tempos de vacas-magras da Record, Silvio era avisado de quanto tempo restava no tape para gravar a atração. Em 1984 o programa encerrava com a frase: "Considerado o pior programa de televisão". Os apelidos dos apresentadores eram usados nos créditos do "Clube". Mas não era muito usado, pois Silvio era chamado de iogurte (branco e azedo), brincadeira que o narrador não gosta muito!!!

Não existem muitos trechos do programa no Youtube. Mas dá para conferir como era o programa nestes três fragmentos! Vale a pena rever ou conhecer.

Agradecimentos: egon86, mnterceirotempo, R7 e silvioluiz.com.br





terça-feira, 11 de outubro de 2011

CRÍTICA: ROTEIRO, O SEGREDO DO SUCESSO



Neste dia, o humor está em evidência por dois aspectos: um triste e outro negativo. Hoje faleceu o humorista José Vasconcelos, que interpretou durante anos o personagem Sá Silva, na Escolinha do Professor Raimundo. Pioneiro do que atualmente chamam de "Stand-up Comedy", Vasconcelos, de 85 anos, estava internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, com problemas nos rins, mal de Alzheimer e sofreu uma parada cardíaca nesta madrugada. O diretor do "Programa do Gugu", Homero Salles, decalrou que o ator jamais usou palavrões em seus textos e no dia a dia.

Também hoje, Rafinha Bastos, humorista da nova geração e integrante do programa "CQC" na Band, pediu demissão. Rafinha alega que não saberia como se portar no programa, diante dos problemas que seus comentários têm causado. A direção da emissora vai avaliar o pedido após o feriado.

Os dois casos possuem uma ligação, que se apresenta como um problema na televisão a ser solucionado: a criação de bons roteiros. Não é só a comédia televisiva que sofre deste mal, mas a dramaturgia também.

Certa vez, um amigo meu me disse que o humor não deve ter limites. Eu concordo. Acho muito chato não rir de si mesmo, que é isso que a sociedade faz quando compreende uma piada. Mas o humor duradouro, que ninguém esquece, como o de José Vasconcellos, esse necessita de um roteiro muito bem escrito. Não é a toa que a "Praça é Nossa" se mantém no ar há quase 25 anos, só no SBT, ou que a fórmula da "Escolinha do Professor Raimundo" continua fazendo sucesso, garantindo o segundo lugar em audiência para o "Programa do Gugu", na Record.

No último domingo, o "Pânico na TV" mostrou dois de seus humoristas de sunga, numa espécie de banheira, cobertos por pedaços de queijo que seriam comidos por ratos. Além de ignorar as doenças que os roedores podem transmitir, o diretor Bolinha ainda expulsou Edu Sterblich por ter se recusado a gravar.

O grande segredo do sucesso da televisão não está nas carinhas bonitas, nem na alta tecnologia, tampouco na apelação barata e sem sentido. A vida longa na TV se deve a um bom roteiro. O resto é consequência. Fazer graça é um dom, mas escrever humor com qualidade é como um diamante: dura para sempre. Como o vazio que deixará José Vasconcelos

Agradecimentos: vivercidades.org.br

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O FOGO E A TELEVISÃO


O apresentador Blota Jr. disse uma vez, em uma entrevista para Goulart de Andrade, que "a nossa televisão não tem memória". Isso não foi um desabafo de um colega esquecido pela mídia que ajudou a criar, o que não era o caso dele. Blota se referia aos incêndios, um capítulo triste da história da TV brasileira.

De acordo com o maior Mestre de Cerimônias que a nossa telinha já teve, a TV Record foi uma das que mais sofreu com o fogo. O primeiro foi ainda nos anos 1960. A sede da emissora ficava na Av. Moreira Guimarães, próxima ao aeroporto de congonhas, na zona sul da capital paulista. Imediatamente Paulo Machado de Carvalho, primeiro dono do canal 7, ordenou que toda a programação fosse transmitida diretamente do Teatro Record, na Consolação. As poltronas foram retiradas e todo o espaço se transformou no grande estúdio da estação. No final da mesma década, este teatro se incendiara, e a Record encontrou abrigo no Teatro Paramout (atual Teatro Abril). Mas este também pegou fogo, o que provocou nova mudança, agora para um teatro na Rua Augusta. E a cada novo incêndio, novo prejuízo. Foram ao todo sete grandes destruições causadas pelas chamas.

Ouça os depoimentos de Nilton Travesso e Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta, diretores da Record na década de 1960, relatando sobre dois incêndios que a emissora sofreu.

Em 1998 um curto circuito na iluminação de chão do "Jornal da Record", apresentado por Boris Casoy, foi rapidamente debelado e não causou nenhum dano.

A TV Globo também sofreu dois grandes incêndios. O primeiro, em sua sede paulistana em 1969, centralizou suas transmissões no Rio de Janeiro. O segundo, em 1976, descentralizou temporariamente a cabeça de rede. São Paulo voltou a gerar programação devido a um curto circuito no sistema de ar condicionado na sede do Jardim Botânico. O mais recente foi em 2001, no estúdio F do Projac em Jacarepaguá. Xuxa Menghel estava encerrando a gravação de seu "Xuxa Park" quando a nave cenográfica pegou fogo. Duas crianças e um segurança da apresentadora foram hospitalizados.

Um dos casos mais chocantes e emblemáticos foi o da TV Bandeirantes. Dois anos após a sua inauguração, um incêndio destruiu totalmente o prédio construído para abrigar o cana 13, a primeira construção própria para televisão em São Paulo. João Saad, proprietário, foi alertado por uma cigana, antes do desastre. A Band passou a transmitir do recém-inaugurado Teatro Bandeirantes, na Av. Brigadeiro Luís Antônio. Este auditório ficou famoso pelos programas de Chacrinha e Bolinha. Com o seguro, Saad comprou equipamentos em cores e reconstruiu sua estação.

A TV Cultura também teve suas instalações consumidas pelas chamas em 1986. O canal 2 paulistano permaneceu apenas 3 horas fora do ar e retornou graças a ajuda de outras emissoras, que cederam caminhões de link.

O SBT nunca sofreu com incêndios, mas suas antigas sedes, na Vila Guilherme (TV Excelsior) e no Sumaré (TV Tupi) já foram atingidas anteriormente. Mas o canal de Silvio Santos teve perdas irreparáveis com as enchentes, que levavam milhões em equipamentos, mobiliário, fitas do acervo da emissora e do dono do Baú, dos tempos em que comprava horário na Globo e na Tupi.

Na sequência, vejam alguns registros desses momentos difíceis da história da nossa TV, e um "Globo Repórter Especial", com tudo sobre o incêndio de 1976.

Agradecimentos: www.tudosobretv.com.br e www.jovempan.com.br


Rescaldo dos bombeiros após incêndio na TV Cultura - 1986


Fogo no cenário do Jornal da Record -1998


Chamas destroem cenário de Xuxa Park na Globo - 2001


Globo Repórter Especial - 1976

sábado, 27 de agosto de 2011

AGORA SIM, VOCÊ VAI VER 30 ANOS DE ATRAÇÕES

No dia 24 de agosto, o muBA (Museu Brasileiro de Belas Artes) lançou a exposição SBT 30 anos. A mostra reúne fotos, cenários e objetos originais de vários programas que fizeram a história da emissora.

Personalidades estiveram presentes no lançamento, como Moacyr Franco, Karyn Bravo e Mara Maravilha. A exposição é dividida em 7 ambientes: Dramaturgia, Jornalismo, Programas de auditório, Shows, Humor e Realities, Infantis e Institucional - que apresentam a trajetória da rede fundada em 1981.

As famosas fotos dos astros e estrelas em tamanho real, presentes no Hall da Fama do Complexo Anhanguera, podem ser vistas lá. E não são apenas os atuais contratados do canal de Silvio Santos que são encontrados. Grandes nomes da história do SBT, como Gugu Liberato e Hebe Camargo não foram esquecidos.

O visitante pode conhecer os microfones usados pelo jornalismo, posar ao lado da cobiçada maleta do "Show do Milhão", rodar o pião do "Festival da Casa Própria", sentar no sofá da apresentadora mais gracinha da TV, ou no banco da Praça mais famosa do Brasil, tentar a sorte na roleta do "Bom Dia & Cia", tirar foto na bancada do "Aqui Agora", e conhecer muitos outros objetos cenográficos e equipamentos, como uma das primeiras câmeras com que Silvio Santos iniciou sua carreira na televisão. Além disso são mostrados vídeos do arquivo, utilizados no "Festival SBT 30 anos", e cenários como da novela "Éramos Seis" e o barril do "Chaves".

Em entrevista ao "Jornal do SBT-Manhã", o curador da mostra, Levy Fioriti, declarou que buscou ser fiel nos detalhes dos programas representados. "A gente quis fazer uma exposição que fosse interativa e com objetos originais dos programas para deixar o mais real possível", afirmou Levy, estudioso da carreira do dono do SBT e da emissora há mais de dez anos, além de autor da "Página do Silvio Santos" (www.paginadosilviosantos.com).

Para quem pode ir, o Museu Brasileiro de Belas Artes fica na Rua Dr. Álvaro Alvim, 76 - Vila Mariana - São Paulo - SP(perto da estação Vila Mariana do metrô), e a mostra está aberta de segunda à sexta das 9h às 21h, sábados das 9h às 16h e fechado aos domingos e feriados, até o dia 24/10. Entrada gratuita.

Para quem não pode, pois mora fora da capital paulista, o "Loucura por TeVer" traz para você fotos exclusivas, para se divertir viajando pelos 30 anos do Sistema Brasileiro de Televisão!!!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Há 30 anos Quem Procura a TV mais feliz do Brasil, Acha Aqui!


Como explicar 30 anos de carinho? Exatamente neste dia 19 de agosto, em 1981, entrava no ar a TVS canal 4 de São Paulo. Esta é a data oficial do nascimento da rede, ou melhor, do Sistema Brasileiro de Televisão (que já teve a TV Record como integrante). Antes disso, existia a TVS-Rio canal 11, inaugurada em 14 de maio de 1976. O significado de sua sigla era TV Studios, mas o povo carioca, conterrâneo de seu proprietário, a chamava de TV Silvio Santos. Essa pequena emissora, cujo primeiro prédio no bairro de São Cristóvão ficava ao lado de um matadouro, surgiu de uma outra empresa: a Studios Silvio Santos Cinema e Televisão Ltda. Esta firma era responsável pela mais bem sucedida produção independente do país: o "Programa Silvio Santos".

O SBT nasceu no povo. Seus primeiros estúdios ficavam na zona norte paulistana, na famosa Vila Guilherme (a antiga sede da TV Excelsior, o maior complexo de televisão do Brasil por quase 30 anos) e na Avenida Gal. Ataliba Leonel, o Teatro Silvio Santos.

Mas estar no meio do povo não é o suficiente para garantir o sucesso. É necessário conhecê-lo e trazê-lo para a telinha. Reconhecer nas crianças um público futuro, e agradá-las com até 8 horas do palhaço Bozo. Descobrir numa baianinha maravilha um talento incrível para amar as crianças. Revelar talentos desse universo de magia como Mariane, Simony, Jacky, Yudi, Priscila. Apostar na "banana nanica" de um grupo musical, e ver despontar uma Eliana e sua fórmula educativa e divertida. Abrir espaço para novos talentos como os palhaços Patati e Patatá e o prodígio Maísa Silva,

Mas as crianças crescem... e querem liberdade. O SBT ofereceu essa liberdade com conteúdo inteligente e muita música no "Programa Livre". Nessa fase começamos a descobrir que a vida não é tão cor de rosa assim, e nos identificamos com as novelas. Um bom brasileiro curtiu ao menos uma, e essa emissora investiu sempre em histórias que falavam ao coração do público. Fossem as mexicanas "Carrossel", "Maria Mercedes", "Marimar", "Maria do Bairro", "Os Ricos Também Choram", "Rebelde", ou as nacionais "Éramos Seis", "Sangue do meu Sangue", "As Pupilas do Senhor Reitor", "Uma Rosa com Amor", "Pérola Negra", as histórias contadas pelo canal sempre emocionaram, divertiam e agradavam o povo.

Porém só isso não basta! Tem que ter informação. Engana-se quem pensa que o SBT não gosta de jornalismo. O primeiro evento a ser transmitido ao vivo foi a cobertura da cerimônia de outorga da concessão da emissora, em Brasília. Lá estava, por exemplo, a repórter Madalena Bonfiglioli, que ficaria marcada por outro grande sucesso, 10 anos depois: o telejornal "Aqui Agora", que revolucionou jeito de se fazer jornalismo popular, e é referência até hoje. Outra inovação foi o âncora, o jornalista que edita, comenta e apresenta o jornal. Boris Casoy estreou em TV com o "TJ Brasil". O Jornalismo do canal hoje é reforçado com nomes como Carlos Nascimento, Hermano Henning, Roberto Cabrini, Rodolfo Gamberini, Joseval Peixoto, Raquel Sherazade, César filho, Cinthia Benini, Analice Nicolau, Karin Bravo, Joyce Ribeiro e um time de competentes profissionais da informação.

Não podemos esquecer do humor, sem isso não há TV que possa dar certo. E está muito bem representado pelo humorístico "A Praça é Nossa", de Carlos Alberto de Nóbrega que completa no ano que vem 25 anos. Também teve a "Feira do Riso", "Reapertura", "Alegria", "Veja o Gordo", "Ô... Coitado" e muitos mais.

Mas também tem que ter esporte, o povo gosta! Se hoje a Copa do Brasil tem esse destaque, isso se deve ao SBT, que também transmitiu Copas do Mundo, Olimpíadas, Fórmula Indy, Campeonato Paulista e outros. Sem contar as espinhadinhas da pioneira "Casa dos Artistas" e tantos outros shows de realidade como "Ídolos", "Popstar", "Ilha da Sedução", "O Grande Perdedor", "Esquadrão da Moda", "Esquadrão do Amor"...

Contudo, ainda falta algo para essa receita ser sucesso... Talvez a maior característica desses 30 anos se resuma a uma palavra: auditório. Foram vários nomes de sucesso que passaram e foram revelados: Gugu Liberato, Hebe Camargo, Raul Gil, Ratinho, Celso Portiolli, Jô Soares, Adriane Galisteu, Christina Rocha, Lígia Mendes, Beto Marden, André Vasco, Flávio Cavalcanti, Airton e Lolita Rodrigues, Angélica, Babi, Silvia Popovic, Regina Volpato. Esses e muitos outros, que estão ou não estão no SBT, têm um mestre na condução de programas de auditório.

O grande feito de Silvio Santos foi, com sua televisão e seus programas, construir o maior auditório do país. Cada poltrona diante da TV se tornou uma cadeira da platéia reunida pelo ex-camelô. Todos os brasileiros têm ao menos uma boa lembrança, vivida por estar sentado nesta cadeira particular, um lugar VIP, criado sob medida.

Talvez a receita do sucesso seja essa. Uma emissora contruída por alguém do povo, mas que não esqueceu dele. Que aprendeu nas ruas a falar a linguagem popular, saber o que ele gosta e, acima de tudo: ganhar o coração e o carinho da população. O SBT nasceu no povo e hoje ele é do povo.

Parabéns a todos os funcionários e colaboradores pelos 30 anos de sucesso.

domingo, 17 de julho de 2011

DE ONDE VÊM ALGUNS SUCESSOS DA TV


A televisão brasileira é uma das melhores do mundo, fato. É verdade que talvez atualmente não estejamos explorando todo o potencial criativo do profissional nacional, comprando formatos de fora. Mas engana-se quem pensa que essa prática é recente! A TV adapta programas estrangeiros desde 1955. O primeiro deles é um dos maiores sucessos da carreira de J. Silvestre: "O Céu é o Limite", na TV Tupi. Esta atração se chamava no Rio de Janeiro "Show Sem Limite", e pagava 1 milhão em dinheiro para o candidato que respondesse a uma bateria de perguntas, sobre um tema escolhido por ele mesmo. A criadora deste Quiz Show foi a CBS, nos Estados Unidos, no mesmo ano da estréia da versão brasileira. Na terra do Tio Sam atendia pelo nome de "The $64.000 Question". Como não existe VT do programa comandado por J.Silvestre, não dá para comparar, mas fica uma amostra da atração gringa.



Daí pra frente, apresentadores tupiniquins descobriram uma "fonte de idéias". Era comum chegar dezembro e ouvir dizer que tal animador viajou para "bolar novos programas", quando na verdade comprava formatos. Quem fez muito disso foi Silvio Santos. Vários de seus quadros foram comprados e adaptados para o Brasil. Um dos primeiros foi o "Qual é a Música", que nos Estados Unidos chamava-se "Name That Tune"(NBC e CBS, 1953). Só que lá a disputa era realizada entre anônimos. Uma das provas que permaneceu idêntica foi o Relógio Musical. Dá uma olhada:





O quadro Vai Dar Namoro, do "Melhor do Brasil" é baseado no "Namoro na TV" de Silvio Santos. Este, por sua vez, adaptou o formato do americano "The Dating Game" (ABC, 1965):





"Roda a Roda" já foi "Roletrando", que é um formato inspirado num sucesso mundial, o "Wheel of Fortune" (NBC, 1975):





Gugu Liberato é assumidamente um discípulo de Silvio Santos. Não apenas na condução de seus programas, mas também no bom faro para adaptar sucessos. O primeiro, que herdou do patrão no SBT, foi o "Passa ou Repassa", que era o americano "Double Dare" (Nickelodeon, 1986). Mais tarde Angélica e Celso Portiolli também comandaram a atração:





Claro que eles não foram os únicos. Em breve a gente mostra outras aquisições internacionais que fizeram sucesso por aqui.

sábado, 14 de maio de 2011

FESTIVAL SBT 30 ANOS


Galera, desculpe a ausência repentina. Estivemos fora do ar por "problemas técnicos". Mas eu quero compartilhar a minha participação no blog "Festival SBT 30 anos". Lá eu conto um pouco da minha história com a emissora de Silvio Santos. Confira!

http://www.sbt.com.br/festival30anos/vocenosbt/post.asp?c=208#comentarios

sábado, 9 de abril de 2011

SS 50 ANOS - UMA ENTREVISTA INESQUCÍVEL


Silvio Santos comemora 50 anos de TV, em 2011. Já pensaram como será o domingo sem ele? Alguns imediatamente pensaram "vire essa boca pra lá", mas já aconteceu!

Não me refiro ao período de férias do animador, quando foi substituido por vários apresentadores, como Raul Gil, Gugu Liberato, Luis Ricardo e Caco Rodrigues. Sem esquecer o substituto oficial nos tempos de TVS e comecinho de SBT, Léo Santos, irmão de Silvio, falecido em 1982.

Em 1987 Silvio se viu rouco como nunca antes, e precisou viajar para tratar e operar as cordas vocais em Boston-EUA. O apresentador foi no final de janeiro do ano seguinte. O vídeo abaixo é uma chamada para programação de 31 de janeiro de 1988, o domingo sem Silvio Santos.


Chamada da programação de 31 de janeiro de 1988

No domingo seguinte, Gugu Liberato o substituiu, recém-chegado de sua passagem relâmpago da TV Globo. O dono do SBT foi pessoalmente falar com Roberto Marinho, para liberar Gugu, e lhe explicou sua situação de saúde. Segundo Liberato, Silvio e Marinho não se falavam há anos desde então.

Quando voltou, Silvio Santos comandou seu programa ao vivo, direto do Teatro do SBT. No final da noite, já no "Show de Calouros", ele concedeu essa "entrevista" aos jurados, suas colegas de trabalho no auditório e os telespectadores pelo telefone. A sinceridade de Silvio em certos momentos é desconcertante, mas só faz aumentar a admiração do telespectador.

Agradecimentos: bizuti, egon86, wn.com


Primeira Parte


Segunda Parte


Terceira Parte


Quarta Parte


Quinta Parte


Sexta Parte


Sétima Parte


Última Parte

HOJE VAI TER UMA FESTA!


Este é uma ano especial na vida de uma Gaúcha de Santa Rosa. Neste ano, mais exatamente em 30 de junho, Maria da Graça completará 25 anos de TV Globo. Talvez por esse nome, poucas pessoas se lembrem de que estou falando de Xuxa Meneghel.


Ela começou como modelo fotográfica, e em pouco tempo se destacou no cenário nacional. Era uma das mais lindas modelos de sua época, e do Brasil também. Por esse motivo, Xuxa já posou nua para algumas publicações. Aos poucos também foi conhecendo outras áreas da comunicação, como o cinema. Antes de estrear na TV, Xuxa trabalhou nos filmes "Fuscão Preto", o polêmico "Amor, Estranho Amor" e "Os Trapalhões na Arca de Noé". A modelo também ganhou notoriedade a partir de seu primeiro relacionamento, com ninguém menos que Pelé, o Atleta do Século.


Foi assim que a garota de 20 anos chamou a atenção de Maurício Sherman, na época diretor da TV Manchete, que a convidou para estrear o "Clube da Criança", em 1983. O carisma de Xuxa junto às crianças atraiu a audiência e os olhares dos diretores da Globo, que a contrataram em 1986. Nas férias do meio daquele ano, estreou às 8 da manhã o "Xou da Xuxa", um dos formatos mais copiados na telinha. O sucesso não demorou e logo o modelo do programa foi vendido para diversos países.


Mas isso não era o suficiente, então a apresentadora partiu para uma carreira internacional. Xuxa passou a comandar na Argentina, a partir de 1991, a versão hispânica de seu programa, "El Show de Xuxa", por dois anos. A atração foi exibida para quase toda a América Latina, e por uma rede de emissoras de língua espanhola nos Estados Unidos. Em 1992, Xuxa desembarca na europa, e direto da Espanha apresenta "Xuxa Park". No ano seguinte, a brasileira consegue um feito que somente Carmem Miranda havia conseguido. A apresentadora ganha um programa com seu nome, produzido nos estúdios da CBS, na terra do Tio Sam. As dificuldades com o Inglês, que teve que aprender em apenas 2 meses, e problemas de saúde causados pela estafa de trabalho, fizeram com que o programa "Xuxa" tivesse apenas uma temporada.


No Brasil, Xuxa ficou à frente do "Xou" até 1992, com sucesso absoluto. Mas também comandou outros programas como "Bobeou Dançou" (1989), "Xuper Star" (1991), e "Paradão da Xuxa" (1992). Em 1993 estréia o programa "Xuxa", nas tardes de domingo, para toda a família. Na temporada seguinte, vai para as manhãs de sábado, retornar para seus baixinhos com "Xuxa Park". Dentro do seu "Park", Xuxa começa uma aproximação com os adolescentes, os baixinhos que assistiam seus programas infantis, com o musical "Xuxa Hits". Deu certo, e a atração ganhou horário próprio nas tardes de sábado. Assim estréia em 1997 o "Planeta Xuxa", que no ano seguinte passa para os domingos. Ficou no ar até 2002, quando a apresentadora decidiu voltar a trabalhar só para crianças. Após o término do "Planeta", vai ao ar nas manhãs da Globo, "Xuxa no Mundo da Imaginação", que seguiu até 2005 e deu lugar para o também infantil "TV Xuxa".


A direção da emissora não acha correto Xuxa deixar de lado duas gerações que cresceram com seus programas, e então o "TV Xuxa" passa para as manhãs de sábado, falando para toda a família, em 2008. Essa atração passou para a tarde, recentemente em 2011. Neste ano, Xuxa ganhou um presente: vai comandar uma atração infantil transmitida pela Globo Internacional, o "Mundo da Xuxa".


Xuxa já entrou para história, não só da TV Globo mas da televisão brasileira. À bordo de sua nave, levou milhões de baixinhas e baixinhos para um mundo de fantasia. Por onde chega, diz que ouve duas coisas: "cresci com você" e "quero mandar um beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra você". Se você foi ou é um baixinho vai curtir os vídeos da carreira da Rainha dos Baixinhos!


Agradecimentos: TV Globo, TVMPR, Davis1710, pugaman77

Primeiro "Xou da Xuxa" em 1986


Todas as entradas de Xuxa em seus programas

Aberturas dos programas - Parte 1

Aberturas dos programas - Parte 2

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ALMOÇAR E SE INFORMAR, TRADIÇÃO HÁ 40 ANOS


Falar com a dona de casa, com o jovem que chegou ou está indo pro colégio, pro aposentado e para aqueles apressados da hora do almoço de seus serviços. Esta é a missão resumida do "Jornal Hoje", da TV Globo.

O noticiário completa neste em 2011, quatro décadas de muita informação e prestação de serviço. No começo, lá em 1971 o "Hoje" deveria ser uma revista feminina, e era exibido apenas no Rio de Janeiro. Em 1974 passou a ser exibido em rede nacional.

Fatos importantes foram cobertos ao vivo pela equipe do JH, como o sequestro do apresentador Silvio Santos e o ataque terrorista às torres gêmeas do World Trade Center, ambos em 2001. Foi também durante o jornal que a sede da TV Globo pegou fogo, em 1976.

Muitos apresentadores passaram pela bancada do telejornal, como Léo Batista, Sônia Maria, Marcos Hummel, Márcia Peltier, Fátima Bernardes, William Bonner, Carlos Nascimento e Carla Vilhena. Atualmente Evaristo Costa e Sandra Annenberg dividem a apresentação do informativo. Um dos quadros de maior sucesso do "Jornal Hoje" foi o "Entrevista", comandado por muito tempo por Leda Nagle.

Comemorando seus 40 anos de existência, o Loucura deseja vida longa ao companheiro do almoço brasileiro! Parabéns para toda a equipe.

Assista agora todas as aberturas que o jornal já teve desde 1979 (são poucos os registros da emissora, antes de 1976, que se salvaram do incêndio), e seus apresentadores.

Agradecimentos: georgemacedo, rmrosa80, fabianofmota, gabapanda, jacksoow, claudiolessa, sfl662006, TV Globo.



Aberturas Jornal Hoje


Claudio Lessa apresenta o Jornal Hoje - 1979


Jornal Hoje com Márcial Peltier e Leila Cordeiro - 1989


"Entrevista", com Leda Nagle e seu convidado Chico Buarque - 1988


Carlos Monforte também comandou o JH - 1996


Carlos Nascimento e Sandra Annenberg ancoraavam o jornal - 2003


Bastidores do JH no Vídeo Show - 2009

sábado, 26 de março de 2011

Esses loucos da TV


Já faz tempo que não escrevo nesta seção. Mas hoje o nosso maluco merece. Afinal de contas, ele resgatou um tipo de artista que parecia estar extinto na TV brasileira: o Showman.

Este tipo de artista não só anima programas, mas também canta, dança, faz graça, ou seja é um artista completo. São poucos que se enquadram assim. Bons exemplos disso são Raul Gil e Moacyr Franco. Grandes comunicadores também tem algumas dessas peculiaridades, como Silvio Santos e Chacrinha. Porém, desde os anos 90, nunca mais apareceu alguém que reunisse essas características. Temos bons apresentadores, mas pouquíssimos animadores.

Em 2008, a tão sonhada oportunidade bateu à porta de Rodrigo Faro, e ele tratou logo de lhe fazer sala! Foi neste ano que o então ator e cantor paulistano aceitou o convite da TV Record, para assumir o comando de "Ídolos" e mais tarde de "O Melhor do Brasil", na época apresentado por Márcio Garcia que estava voltando para a Globo, de onde Faro estava saindo!

Essa não era a primeira experiência de Rodrigo como apresentador. Ele começou cedo, comandando com apenas 14 anos o infantil "ZYBem Bom", na TV Bandeirandes, em 1987. Seguiu a carreira de cantor, sendo um dos integrantes da segunda formação do grupo Dominó, agenciado por Gugu Liberato. Mais tarde foi ator, e se consagrou em novelas da Globo, como "A Indomada"(1997), "A Padroeira" (2001) e seu último trabalho na emissora "O Profeta"(2006).

Rodrigo Faro foi conquistando seu espaço aos poucos na Record, assim como foi formatando seu estilo. Com a criação espontânea do quadro "Dança, Gatinho", há quase 2 anos, Faro exercíta o lado ator, cantor e a veia cômica que descobriu. O merecido reconhecimento vai acontecer ainda neste ano, quando receberá das mãos de Silvio Santos o Troféu Imprensa como Melhor Animador de 2009. E ainda poderá concorrer na mesma categoria por 2010!

Rodrigo Faro, um dos melhores do Brasil, é mais desses loucos da TV! Confira alguns momentos da carreira deste Showman da nossa telinha.

Agradecimentos: , , , , , TV Record.




"ZYBem Bom", na TV Bandeirantes - Rodrigo ao lado de Aretha Marcos, filha de Vanusa, em 1987


Rodrigo Faro, juntamente com o Dominó e Mara Maravilha, cantam "Sem Compromisso" na TV Record


Dueto com Angélica na música "Meu Herói"


"A Casa das Sete Mulheres" - TV Globo (2003)


"Dança, Gatinho", de comunicador para comunicador, Faro imita Chacrinha.

domingo, 13 de março de 2011

SS 50 ANOS - QUANTO VALE O SHOW?


Muito antes de pensarem em programas de humor para encerrar o final de semana, Silvio Santos garantia boas risadas para seus telespectadores através do seu "Show de Calouros". Nos 50 anos de carreira televisiva do animador, este quadro foi o mais duradouro, ficando no ar por 25 anos ininterruptos. A atração foi inspirada no americano Gong Show, e estreou em 1968 ainda na TV Globo.

Antes de "Show de Calouros", Silvio já tinha comandado um quadro parecido, o "Cuidado com a Buzina". Como Chacrinha já buzinava seus candidatos, o dono do Baú decidiu reformular o seu programa para aspirantes a cantores. Colocou no palco os seus jurados para qualificarem os participantes. Dentre eles Décio Piccinini, Manoel de Nóbrega e o terror dos terrores, o maestro José Fernandes. Ninguém conseguia a nota 10 do carrasco. Era mais fácil ouvir o já famoso bordão "zero, nota zero".

A consagração do quadro aconteceu quando o animador conquistou o seu canal de TV, o SBT, e os jurados mais do que aprovar ou reprovar calouros, eram a alma do programa, ao lado de Silvio Santos. São inúmeros momentos hilários do apresentador com os membros da bancada. Destaque para Sérgio Mallandro, Pedro de Lara e Aracy de Almeida. Outros também conquistaram seu espaço como Sônia Lima, Wagner Montes, Luis Ricardo, Nelson Rubens, Flor, Elke Maravilha, Leão Lobo e Mara Maravilha.

Mas não era apenas quem estava em cena que provocava risos nas colegas de trabalho. Ficaram famosas as broncas no palco que Silvio dava no produtor Valentino Guzzo. A parceria começou nos anos 70 e durou mais de 20 anos. Valentino também ficou famoso por interpretar a Vovó Mafalda no programa do palhaço Bozo. Antes de falecer, em 1998, trabalhou no "Programa do Ratinho".

Em 1993, Silvio Santos deixou de apresentar o "Show de Calouros". O quadro foi para as tardes de sábado, onde permaneceu até 1996, quando saiu do ar. Nesta época o programa era comandado pelos jurados, que se revezavam semanalmente. Em 2004, o público pode conferir uma volta do programa, com o lançamento de "Gente que Brilha", que tinha como jurados Pedro de Lara, Sônia Lima, Décio Piccinini e a estreante Sheila Mello.

Recentemente, Silvio resolveu modernizar o quadro. Os participantes agora enviam seus vídeos nas categorias que existiam no "Show de Calouros". Os mais votados no site do SBT serão julgados no novo "Programa Silvio Santos", e concorrerão à prêmios em dinheiro.

Para matar as saudades desses inesquecíveis domingos, separei alguns momentos do "Show de Calouros". É ou não é coisa nossa? Vai, Maestro!!!

Agradecimentos: MrEdtv7, adrianosilvamg, 7desetembro, 8desetembro, leonerd82, hkuniochi, jomonteiro, SBT.


Abertura "Show de Calouros" - 1979


Abertura "É coisa nossa" - início dos anos 80


Abertura "Show de Calouros" - 1988 (Volta de Silvio ao Brasil após seu tratamento na garganta)


Aracy de Almeida no "Show de Calouros"


Pedro de Lara discute com Silvio Santos e o auditório


Décio Piccinini e a "Marcha da Fome"


Sérgio Mallandro e a virgindade do animador


O calouro atrapalhado


O juri do "Show de Calouros" avalia as moças que dublam e dançam


O teste de atriz


O fã de Elke Maravilha


Encerramento do "Show de Calouros"

terça-feira, 8 de março de 2011

MULHER


O que seria do mundo, se não existíssem as mulheres? É algo difícil de conceber. Até porque o verbo "conceber" só pode ser atribuído às mulheres. Sexo frágil, sexo forte, simbolo de sorte por poder gerar a vida, sua maior grandeza, e possuir a divina beleza que as tornam tão charmosas, tão formosas, tão maravilhosas...

O mundo sem o brilho feminino é um mundo sem delicadeza, sem sutileza, sem a leveza de quem com um beijo encanta e quebranta o mais duro dos corações. Fica vazio do sorriso que irradia, da alegria que de ti emana, de um olhar que fala mais do que qualquer discurso.

Ora bela adorável, ora fera indomável, um compositor já disse que elas "são anjinhos sublimes do amor, são demônios que causam terror, e que fica doido varrido quem quer se meter a entender a mulher". Ele tem razão, afinal às vezes nem elas se entendem. E precisa? É maravihoso decifrar cada um dos seus segredos, seus medos, seus sonhos, seus desejos...

Suas dúvidas eternas, seus dilemas intermináveis, suas infinitas indecisões, na verdade são inacabáveis insatisfações, inquietações que têm um vivo objetivo: ser feliz!

Meninas, animadas, moças, impetuosas, jovens, senhoras, elegantes, ousadas, tias, carinhosas, primas, ingênuas, irmãs, inteligentes, cunhadas, sapecas, namoradas, ardentes, esposas, recatadas, viúvas, intensas, mães, ternas, amadas... Mulher, um universo a ser explorado por homens e mulheres.

Parabéns pelo seu dia, que são todos os dias, pois se é mulher todos os dias.

Numa dúvida, que poderia ser qualificada como "tipicamente feminina", não pude definir apenas uma música para este post. Então fica ao seu critério.

Agradecimentos: obviusmag.org, suzzy00, tataratlante, Turistaaindadeguerra.


Todas as Mulheres do Mundo - Rita Lee


Mulher - Erasmo Carlos


Cor de Rosa Choque - Rita Lee (Tema de abertura de "TV Mulher" na Globo)

VEM NESSA PRA GENTE BRINCAR!


Carnaval!!! Internacionalmente o Brasil é conhecido como a terra por excelência das folias do rei Momo. As emissoras, nesta época do ano, fazem grandes coberturas das festas de ruas pelo país afora. Mas a principal marca do carnaval na TV é o desfile das escolas de samba, especialmente do Rio de Janeiro, onde a tradição começou e município que abriga a líder TV Globo.Por essa razão, a transmissão do grupo especial tornou nacionalmente conhecidas agremiações como Mangueira, Salgueiro, Portela, Beija-Flor entre outras.

Até o ano de 1992, a cobertura global não tinha uma trilha ou uma denominação própria. Foi quando o carnaval da emissora foi definido como Globeleza. Hans Donner, o mago das vinhetas, escolheu a modelo Valéria Valenssa para estrelar a primeira campanha, junto com outra mulata. O público gostou, e no ano ela assumiu sozinha a personagem globeleza.

Foram diversas vinhetas feitas a partir do corpo escultural de Valéria, e do samba no pé da mulata, que ocupou o posto de mulata globeleza por 14 anos. Ela foi substituida por Giane Carvalho em 2005. Atualmente a modelo Aline Prado é quem samba na tela da TV, no meio desse povo.

Independente de você gostar ou não de carnaval, todos ficamos curiosos a cada ano para saber como será a vinheta Globeleza. O que interessa é que desde a criação da emissora dos Marinho, os canais concorrentes também convocaram suas mulatas, morenas e até loiras para serem suas "caras" na transmissão da festa. Já dizia um dos ícones carnavalescos, o Velho Guerreiro Chacrinha: "na TV nada se cria, tudo se copia."

"Vem, deixa esse samba te levar", e relembre algumas vinhetas Globeleza!

Agradecimentos: xtrykandrogyno, shinmenmunisai, TV Globo


Primeira vinheta Globeleza



A trajetória Globeleza.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A REBELDIA DA RECORD


As gravações já correm a todo vapor. Com uma frente bem adiantada, talvez prevendo a agenda apertada dos seis protagonistas, a TV Record provavelmente vai estrear sua versão de "Rebelde" em 29 de março, às 19h15. O lançamento da novela também marca a inauguração do segundo horário de teledramaturgia da emissora. Algo que deve ser comemorado, já que possui uma infraestrutura quase cinematográfica produzindo apenas uma novela.

Sophia Abrahão, Chay Sued, Lua Blanco, Michael Borges, Arthur Aguiar, Melanie Fronckowiack ganharam a responsabilidade de interpretar os integrantes da banda formada em colégio interno para rebentos endinheirados. A história adaptada pela novelista Margareth Boury, fruto da parceria entre Record e a mexicana Televisa, tem uma missão dura pela frente: agradar o público juvenil brasileiro que já conhece a trama e viveu em tempos passados a "rebeldemania" euforicamente.

A novela surgiu originalmente na Argentina, com o nome de "Rebelde Way", em 2002. Sua criadora é Cris Morena, a mesma que realizou "Chiquititas", versão portenha e brazuca do SBT, e "Floricenta", que aqui virou "Floribella" na Band. Na terra de Evita Perón, a história durou duas temporadas, mas foi o suficiente para lançar os quatro integrantes da Erreway, grupo musical da trama, para um grande sucesso fora das telinhas. Formada por Luisana Lopilato, Camila Bordonaba, Felipe Colombo e Benjamín Rojas, a banda vendeu aproximadamente 10 milhões de discos nos 25 países em que a trama foi exibida. A Erreway se dissolveu em 2007.

Em 2004, Pedro Damián, que também foi produtor executivo de sucessos como "Carrossel", comprou os direitos do enredo passado no Elite Way School. "Rebelde" foi ao ar pela Televisa, no México, e chegou aqui pelas mãos de Silvio Santos em 2005. A banda RBD, composta por Anahí, Alfonso Herrera, Dulce María, Christopher Uckermann, Maite Perroni e Christian Chávez conquistou locais onde a Erreway não chegou, como Estados Unidos e Brasil. Embora as três temporadas da novela tenham sido exibidas em menos países que o original argentino (23 ao todo), o RBD vendeu cerca de 50 milhões de cópias por onde passou, cantando em espanhol, português e inglês. O grupo se separou em 2008.

Além da terra do Chaves, a criação de Cris Morena também foi produzida em Portugal, no Chile e na Índia. O SBT chegou a iniciar o projeto por aqui em 2003, mas não seguiu adiante. Porém o maior êxito até hoje foi a versão mexicana. Agora a Record está com tudo pronto para que a versão brasileira de "Rebelde" conquiste sucesso semelhante. As comparações serão inevitáveis, porque todos os integrantes do RBD voltam ao país para divulgar seus trabalhos solos. O único que não voltou foi Alfonso Herrera, que não seguiu como cantor e continua fazendo novelas na Televisa. Mas está presente nas tardes do SBT na inédita "Camaleões", que protagoniza ao lado de Belinda. Todos eles tem um carinho especial pelos fãs brasileiros, que são o público recorde em DVDs ao vivo (500 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios em Brasília-DF). A emissora da Barra Funda está tentando trazer os seis integrantes para, aproveitando a estréia do seu remake, reunir os seis cantores, mas encontra dificuldades por causa de Dulce María, que trocou de emissora em seu país.

Curiosidade: tanto no México como na Argentina, seus protagonistas já tinham trabalhado juntos em novelas anteriores, "Clase 406" e "Chiquititas", respectivamente.

Os jovens atores brasileiros vão ter muito trabalho para conquistar o público. Para isso estão se preparando, com muitas aulas de canto, interpretação, além da escolha do repertório. A Record não quer nenhuma versão das canções mexicanas. Além disso, para atrair a audiência, a emissora planeja sorteios para os telespectadores. Para os rebeldemaníacos fica a saudade do RBD e das histórias de Mía, Miguel, Roberta, Diego, Lupita e Giovanni... Os eternos rebeldes!

Dê uma olhadinha nas aberturas das versões argentina e mexicana, além de um sucesso de suas respectivas bandas.

Agradecimentos: 325rita, TaynaTeen31, errewaybrasil, PortalQuaseAnjos, TV Record.


Abertura da segunda temporada de "Rebelde Way", com a banda Erreway cantando Tiempo


Erreway canta Para Cosas Buenas


Abertura da primeira temporada de "Rebelde", com o tema cantado pelo RBD


Aún Hay Algo, gravado no show do RBD no Maracanã

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

SS 50 ANOS - UMA NOTA, ZEZINHO


Silvio Santos se notabilizou como apresentador de Game Show quando o termo ainda nem era tão usado. Foram vários ao longo dos seus 50 anos de carreira. Um dos que merecem destaque sem dúvida é o "Qual é a Música".


O quadro estreou em 1976, pouco depois do animador sair da TV Globo, pela TV Tupi. Era baseado no americano "Name That Tune", com algumas diferenças. Aqui a disputa era realizada entre celebridades, que buscavam alcançar 25 vitórias consecutivas. A atração agradou de cara, e também servia para promover os sorteios de prêmios para os fregueses "rigorosamente em dia" do carnê do Baú.


Quem acompanhou o "Qual é a Música" não se esquece das provas: "Jogo dos Versos", "Vitrine Musical", "Sabatina Musical", "Corrida Musical", "Toca o Sino", "Segredo Musical", "Relógio Musical", "Não Erre a Letra", "Vitrola Musical" e o "Leilão das Notas Musicais". No "Jogo dos Versos", os participantes tinham que completar uma canção interpretada pelo trio Ary Sanches, Djalma e Vera Lúcia. O grande desafio era a prova final: adivinhar uma canção com uma charada e, no máximo, sete notas ao piano do Maestro Zezinho, que substituiu Osmar Milani. A resposta era dublada por modelos com os rostos devidamente pintados com alegres desenhos e muita purpurina. Pablo e Virgínia ficaram famosos pelas interpretações.


Muito do sucesso do quadro também se deve a animação de Silvio, que o conduzia de uma maneira muito descontraída, produzindo momentos inesquecíveis.


A atração teve duas fases: de 1976 a 1991, onde o grande campeão foi Ronnie Von, que conquistou as 25 vitórias, a coroa e a viagem internacional; e de 2000 a 2008, quando a disputa era travada por times masculino e feminino que variavam seus integrantes a cada semana. "Qual é a Música" deixou saudades no público. É uma importante passagem da trajetória de Silvio Santos na televisão brasileira.
E não percam, vem aí mais posts da série SS 50 ANOS, "aguarrrrrdemmmmmmmmmm".



Agradecimentos: hkuniochi, BAUDATV, AndreiaM30, 9desetembro, 7desetembro, 8desetembro, desertfox1935, SBT.


Chamada do "Qual é a Música"


Ronnie Von e Maria Alcina na primeira fase do quadro, ainda no Teatro Manoel de Nóbrega


Vitrola Musical


Relógio Musical


Qual é a música, Pablo?


Silvio Santos de Bermuda


Silvio Santos assiste Xuxa


Qual é a música, Virgínia?


Leilão de notas musicais


Name That Tune, que inspirou o "Qual é a Música". Detalhe: o Lombardi gringo anuncia como prêmio para o concorrente, se ele vencer, uma viagem para o Rio de Janeiro!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

UMA GRIFE INESQUECÍVEL


Como profissional da notícia, tenho verdadeira paixão pelo bom jornalismo. Portanto, como amante de televisão, me deleito pelo bom telejornalismo. Nesta semana me lembrei de um produto que certamente ficou na história da informação eletrônica do Brasil, pela sua competência, profissionalismo e ousadia: o "Jornal da Manchete".

Adolpho Bloch, segundo sua viúva D. Anna Bentes Bloch, não queria ter uma emissora de televisão, mas quando quis, convencido por seus sobrinhos, em especial Pedro Jack Kapeller, Bloch fez o que pôde para a emissora ser qualificada. Uma de suas exigências foi que o jornalismo fosse a grande estrela da nova emissora, já que nascia da revista Manchete, importante semanário nacional. Assim, em 1983, o "Jornal da Manchete" estreou no dia seguinte à inauguração da emissora: 6 de junho.

No início, o noticiário tinha incríveis três horas de duração! Nenhuma emissora dedicava tanto espaço para o telejornalismo. Seu maior e principal concorrente, o "Jornal Nacional" da TV Globo, durava no máximo 30 minutos. Posteriormente, esse tempo foi distribuido ao longo da programação. Foi aí que surgiram o "Edição da Tarde" e o "Jornal da Manchete - Segunda Edição". Mesmo assim, os três telejornais tinham o maior tempo de grade dentre todos os seus concorrentes nacionais: uma hora de pura informação para cada um, com qualidade e credibilidade.

Grandes nomes do jornalismo brasileiro passaram por ali como Márcia Peltier, Eliakim Araújo, Leila Cordeiro, Florestan Fernandes Jr, Augusto Xavier, e como comentaristas Alexandre Garcia e Carlos Chagas, além de vários outros. O destaque da linha editorial eram as coberturas política e econômica.

Outros detalhes que marcaram o produto foram os cenários (foi o primeiro a usar uma redação ao fundo) e a trilha de abertura, Video Game, composta pelo conjunto Roupa Nova, o mesmo que criou o tema de abertura da programação da TV Manchete.

"Jornal da Manchete" ficou no ar até 8 de maio de 1999, quando foi substituido pelo "Primeira Edição", o primeiro noticiário do canal na fase transitória para a RedeTV! Esse informativo inclusive absorveu tudo do antigo telejornal da extinta emissora, até os apresentadores. A valorização que hoje existe ao jornalismo em muito deve ser creditado a esse grande trabalho que marcou época na TV Brasileira. Uma verdadeira grife jornalística.

Assista alguns vídeos e comprove como muitas "inovações" que vemos em alguns jornais, já existiam no "Jornal da Manchete".


Agradecimentos: redemanchete.net, andreluisdeamorim, hpereira2004, carlosYOU, sfl662006




Aberturas do Jornal da Manchete


Eliakim Araújo e Leila Cordeiro na bancada


Márcia Peltier apresenta o Jornal da Manchete


Claudia Barthel revezou a apresentação do jornal com Augusto Xavier, na sua fase final





sábado, 5 de fevereiro de 2011

CLIPES MAIS QUE FANTÁSTICOS


O Fantástico foi a primeira revista eletrônica da televisão brasileira, antes mesmo que o formato ganhasse essa denominação. O dominical da TV Globo estreou em 1973, às 20h, logo após o "Programa Silvio Santos". A atração reunia tudo: jornalismo, reportagens, humor, shows e musicais. Na parte musical, o programa inovou, ao trazer para a TV brasileira a linguagem do video clip... no padrão Globo de qualidade, é verdade.

Tá certo que a emissora dos Marinho não inventou o clip nas telinhas brasucas. Eles já existiam desde 1950, quando foram gravados em película para tapar buracos na inaugural programação da TV Tupi de São Paulo. Mas foi no "Show da Vida" que eles se popularizaram. Quem estava estourado nas paradas tinha o direito de ter seu sucesso transformado em clip para a atração, inclusive artistas contratados de outras emissoras. Naquela época, as gravadoras não bancavam essas produções.

Um dos clipes mais marcantes foi da música Gita, gravada por Raul Seixas. Ele marca um avanço para a época: o uso do Chroma Key, técnica em que uma cor (azul ou verde)num fundo infinito é substituída eletronicamente por qualquer imagem.

Com a evolução que a gravação em vídeo de grandes sucessos ganhou, após Michael Jackson produzir Thriller, o "Fantástico" não podia ficar para trás e reformulou a linguagem de seus clipes. Muitos artistas lançados nos anos 1980 cantaram no dominical. Além de produzir clipes, o programa também lançava em primeira mão os novos singles internacionais de cantores como o Rei do Pop e Madonna.

A partir da década de 1990, com o investimento das gravadoras no produto e a chegada da MTV, os clipes do "Fantástico" foram saindo de cena aos poucos. Em compensação ficaram essas pérolas de uma época que não volta mais. Assista alguns deles, são fantásticos!

Agradecimentos: baudoraul, pugaman77, nandodance, calulinho, marcinpore, TV Globo.


Gita - Raul Seixas 1974


América do Sul - Ney Matogrosso 1975


Sandra Rosa Madalena - Sidney Magal 1978


Mais uma de Amor (Geme, Geme) - Blitz 1982


Serrinha - Clara Nunes 1982


Amante Profissional - Herva Doce 1985


Companheiro - Dominó (criado por Gugu Liberato, do SBT) 1985


Vou de Táxi - Angélica (na época apresentadora da TV Manchete) 1988

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PERDIDÃO COM FAUSTÃO


Internet é uma ferramenta que fala com diversas gerações, mas principalmente jovens. Quando falamos já nos anos 80, estamos tratando de assundo que estão completando 30 anos e que essa garotada sabe pouco, como por exemplo o programa "Perdidos na Noite".

Essa atração foi a primeira comandada por Fausto Silva, o Faustão, em três emissoras diferentes. O então repórter de campo fazia grande sucesso com o "Balancê", programa de rádio que conadava com Osmar Santos.

Em 1984, o jornalista Goulart de Andrade visita a rádio e conhece aquele escrachado apresentador. Convida ele e sua equipe para ter um quadro dentro de seu programa na TV Gazeta de São Paulo. Fausto, os humoristas Tatá e Escova e a produtora Lucimara Parisi embarcam nessa aventura e em março do mesmo ano, "Perdidos na Noite" estréia aos sábados.

Logo o programa de auditório ganhou destaque e se emancipou do programa de Goulart. Ainda em 1984, "Perdidos" passa a ser transmitido pela TV Record, onde fica até 1986, quando se muda para a TV Bandeirantes, e passa a ser conhecido em todo o Brasil.

Assim como Chacrinha, Fausto mostrava a equipe técnica do programa. Mais do que isso, interagia com ela. Seu jeito irreverente conquistou o público, que se manifestava da mesma maneira. Era comum ver faixas no auditório que diziam: "Faustão, sai da frente! Quero ver o programa!!!"

Desde os tempos da Record, o programa era gravado no Teatro Záccaro, e gerava alguns prejuízos para o maestro prorpietário do local. Muitas bandas de rock dos anos 80 nasceram ali e batiam ponto no programa, e segundo entrevista de Záccaro à Sônia Abrão, a platéia extravazava de todas as formas imagináveis, como quebrando as cadeiras do teatro, por exemplo.

"Perdidos na Noite" chegou ao fim em 1989 quando Fausto foi para a TV Globo comandar o "Domingão do Faustão". Curiosidade: naquela época poucos apresentadores tinham direito a ter seus nomes nos títulos dos programas globais. Até então somente Chacrinha, Chico Anysio e Xuxa tiveram esse presente. O sucesso do apresentador na época garantiu tal regalia.

Os fãs do programa sentem saudades, especialmente do estilo do Faustão, que dizem era muito mais solto e mais divertido. Você confere agora se essa justificativa é verdadeira ou não!

Agradecimentos: O Globo, videoantigo, 7desetembro, AndreaM30, KID25ANOS, rodrigobmlua.


TV ano 50 - Perdidos na Noite


Gugu e Faustão no Perdidos na Noite - TV Record


Perdidos na Noite - TV Bandeirantes


Uma das primeira apresentações do Kid Abelha


Paralamas do Sucesso no Perdidos na Noite - 1986

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

SS 50 ANOS - A PRIMEIRA VEZ


O ano de 2011 reserva muitas alegrias para Silvio Santos, e ainda há motivos para comemorar! Se engana quem pensa que vou falar dos 30 anos do SBT. Calma, tudo a seu tempo, ainda é muito cedo. Neste ano, Silvio completa incríveis 50 anos ininterruptos comandando programas de auditório na televisão brasileira. Mais um recorde para sua coleção.

A história começou assim: em 1961, o "Peru que Fala", apelido que ganhou de Manoel de Nóbrega, já tinha o Baú da Felicidade desde 1958, como sócio de Nóbrega no princípio. Silvio também já comandava um programa na Rádio Nacional de São Paulo. Após um calote que o pai de Carlos Alberto de Nóbrega levara do primeiro sócio do Baú, ele viu no jovem locutor carioca a salvação de seu negócio. A princípio, Silvio não queria ir, mas o fez pelo respeito, gratidão e admiração que sentia por Nóbrega, que o acolhera na capital paulista como um pai, sem nenhum tostão no bolso. Já naquele tempo ele demonstrava grande aptidão para os negócios: fazia shows em circo, com a "Caravana do Peru Que Fala", vendia anúncios em uma revista de passatempos chamada "Brincadeiras para Você", e tinha um bar chamado "Nosso Cantinho", em sociedade com um cunhado de Hebe Camargo.

Ao assumir o Baú, Silvio tratou de torná-lo conhecido em São Paulo, através de sua caravana e dos anúncios na Nacional. Deu certo, mas a empresa estava crescendo muito, e necessitava de mais publicidade. Foi então que resolveu apostar num veículo recém-chegado ao país, e que poucos o entendiam bem: a televisão. O locutor decide alugar um horário noturno na TV Paulista, canal 5 (atual TV Globo SP). A idéia era bem simples, um jogo de forca com os fregueses do Baú, que concorriam a vários prêmios. Esse era o "Vamos Brincar de Forca".

Engana-se quem pensa que essa foi a estréia de Silvio Santos na TV. Antes ele havia sido locutor de comerciais das extintas Lojas Clipper. O começo na telinha também marca o início do Grupo Silvio Santos. O animador pensou que a propaganda exaustiva do Baú iria cansar o telespectador. Para isso criou a Publicidade Silvio Santos Ltda. Para muitos essa empresa, encarregada de todas as cotas de comerciais dos programas do animador, seria o embrião do SBT.

"Vamos Brincar de Forca" ia ao ar às Quartas-feiras. Ficou em atividade apenas um ano, quando o dono da emissora, Victor Costa, pediu que Silvio comandasse uma atração de duas horas, a partir do meio-dia, com jogos, brincadeiras e prêmios aos domingos, já que não tinha nada na programação da TV Paulista nesse horário. O dono do Baú topou, e estreou o "Programa Silvio Santos".

Claro que não existe nenhum vídeo desse programa, talvez nem o SBT possua. Muita coisa antiga do seu arquivo se perdeu nas enchentes que castigaram sua antiga sede, no bairro da Vila Guilherme. Mas no aniversário de 15 anos da emissora, por ocasião da inauguração do Complexo Anhanguera em 1996, Silvio relembra esse início de carreira e cita o programa "Vamos Brincar de Forca". No discurso, ele credita todo o sucesso na TV e fora dela ao Baú da Felicidade.

E isso é apenas o começo dos posts especiais que faremos sobre esses 30 anos de SBT e 50 anos de Silvio Santos na telinha!

Assista!

Agradecimentos: 1980Russo, SBT.


Inauguração do CDT e discurso de Silvio Santos

QUEM, COMO E POR QUE MATOU???


Ando meio que esquecendo de falar de novelas. Isso é uma falta grave! Afinal, um blog sobre TV não pode deixar de tratar do nosso principal produto televisivo de exportação.

Uma das tramas mais famosas que nossa telinha já produziu, e particularmente é uma das minhas preferidas, foi "A Próxima Vítima", de Silvio de Abreu. A novela foi produzida pela TV Globo em 1995, e foi ao ar às 20:30.

Para alavancar a audiência, os novelistas às vezes recorrem ao "quem matou", um assassinato misterioso na história, que só irá ser solucionado no último capítulo. Nesta novela ambientada nos bairros do Bexiga e da Mooca, em São Paulo, não havia uma vítima e sim 11, que eram mortas no decorrer dos capítulos. A brincadeira de detetive mobilizou o país, algo semelhante com o "caso" Odete Roitman de "Vale Tudo"(TV Globo, 1988).

O desfecho da história, com a revelação do matador do Opala preto, foi gravado poucas uma hora antes de ir ao ar. Os editores trabalharam durante o "Jornal Nacional" e a exibição do material já editado antes. Isso fez com que "A Próxima Vítima" terminasse às 23h! Além disso, outros finais foram gravados. Na primeira exibição Adalberto (Cecil Thiré) foi preso pelas onze mortes. Em Portugal, e aqui no Brasil no " Vale a Pena Ver De Novo", Ulisses (Otávio Augusto) era o criminoso.

Além disso, a novela também discutia temas sociais importantes como racismo (nesse caso, família negra era bem sucedida) e homossexualismo (ficou famoso o personagem Sandrinho, vivido por André Gonçalves, que inclusive sofreu o preconceito na pele). Não dá pra esquecer do verdureiro Juca (Tony Ramos), que possuía uma barraca no Mercado Municipal, que inclusive existe lá até hoje!

"A Próxima Vítima" entrou para a história da teledramaturgia nacional e não sai da memória dos brasileiros que acompanharam essa irresistível trama.


Agradecimentos: librianasp, eltonmgs, leosempredemais, speedsonic e TV Globo


Abertura da novela


As vítimas


O Assassino - 1995


O Assassino - "Vale a Pena Ver De Novo" em 2000


Matéria exibida no "JN", antes do último capítulo em 1995