sábado, 15 de setembro de 2012

UM PORRETE NA MÃO, UM BIGODE NO AR... A COBRA VAI FUMAR!!!

Carlos Massa fez muito sucesso com "Ratinho Livre" na Record
Imagine um programa sem um roteiro definido pela produção, mas sim pelo povo. Assim era o programa "Ratinho Livre", exibido pela TV Record entre 1997 e 1998. O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, comandava o  programa "190 Urgente", pela pequena rede CNT/Gazeta. Menor sim, mas não menos importante. Estar no ar em uma emissora aberta paulistana pode lhe proporcionar visibilidade, e ganhar espaço em uma rede nacional. Foi assim com esse radialista e, como ele mesmo diz, "ex- lavador de defunto".

Sua indignação contra o descaso sofrido pela população, contra a criminalidade, e de vez em quando até contra sua própria produção, chamou a atenção de Eduardo Lafond, na época diretor artístico e de programação da Record. O apresentador, que ficou famoso pelo cassetete e com bordões como "aqui tem café no bule", queria um programa de auditório. Mas quando foi contratado pela emissora de Edir Macedo, pensou que iria comandar o policial "Cidade Alerta", seu então concorrente. Lafond resgatou o formato do antigo "O Povo na TV", exibido nos primeiros anos do SBT, onde as pessoas procuravam a produção para que lhe ajudassem com qualquer tipo de problema.

"Ratinho Livre" estreou em setembro de 1997, com uma plateia pequena, pouco mais de 30 pessoas, num dos menores estúdios da Barra Funda. Seu cenário, guardadas as proporções, é claro, tinha uma estrutura de talk-show americano: mesa para o apresentador, sofá para os convidados e uma banda tocando ao vivo. O programa era exibido diariamente, e contava também com a participação de repórteres, diretamente de qualquer ponto da capital paulista.

Um mês após seu lançamento, a atração garantia o segundo lugar para a emissora dos bispos. A audiência do horário triplicou. Com o passar dos meses, Ratinho começou a incomodar muito a Rede Globo, líder no horário. A alteração gradual no horário quase intocável do "Jornal Nacional" de 20h para 20h15, depois para 20h30 aconteceu nesta época. Dessa maneira, a novela das 8 (que começava às 9) acabava mais tarde, para atrapalhar a atração do canal 7 paulistano. Não deu certo. Assim que acabava a trama global, o programa da Record disparava no IBOPE. "Ratinho Livre" chegou a alcançar 35 pontos de pico.

Azeitona, Caroço e ET

Rodolfo e ET ficaram famosos pelo programa
Um programa que adota a linha de assistência popular corre um sério risco de ser taxado de sensacionalista. Muitas vezes Ratinho foi acusado pela imprensa de ser apelativo, ao expor no palco casos como o "homem grávido". Mas seu programa foi o responsável pela popularização do exame de paternidade, o famoso DNA. O apresentador respondia aos ataques, dizendo que seu palco era a última alternativa para aquelas pessoas desesperadas, e que não pararia de ajudar os doentes que lhe procurassem. Foram vários processos contra Ratinho e a Record, proibindo a exibição desses casos.

A atração também tinha números musicais e sorteios de prêmios pelo antigo sistema 0900. Destaque para a visita que Gugu Liberato e toda sua turma fizeram, em 1998, em retribuição à participação do apresentador no "Domingo Legal", no SBT. Gugu cantou "Pintinho Amarelinho" e até hipnotizou uma galinha em cena. Com a alta audiência, e sendo um astuto empresário, Ratinho tornou conhecida no país a sua linha de produtos, os seus principais anunciantes.

Algumas figuras ficaram famosas pelo Brasil afora, aparecendo na atração. A dupla de irmãos gêmeos Caroço e Azeitona (Humberto e Alexandre de Oliveira, respectivamente), que faziam as vezes de segurança, apartando as brigas no palco. Mário Pereira, o Azulão (solta o Azulão, solta o Azulão...), que conheceu o estrelato após mais 30 anos trabalho nos bastidores da Record. O repórter Rodolfo Carlos, que acompanhou o apresentador quando este se transferiu da CNT. O saudoso Cláudio Chiriniam, o ET, falecido em fevereiro de 2010. E Luiz Carlos Ribeiro, o Rodela, antigo calouro de Silvio Santos.

Auditório não!

Com a popularidade em alta, Carlos Massa ganhou uma atração dominical, em 1998, o "Ratinho Show". Comandado diretamente do Teatro Paulo Machado de Carvalho, na antiga sede da Record, era comum ver as pessoas suando, por causa da falta de ar condicionado no auditório. Neste programa, atrações de todos os tipos desfilavam pelo palco. Os jurados eram os integrantes do programa Pânico e outros convidados, como Leão Lobo. A produção era de Valentino Guzzo, ex-produtor do "Show de Calouros", conhecida como a eterna Vovó Mafalda.

Comunicador popular, Ratinho queria estar ao lado do mais popular animador do Brasil. Este sonho se realizou em 1998, quando saiu da Record e foi para o SBT, comandar o "Programa do Ratinho", no ar até hoje. Curiosidade: Silvio Santos tinha tentado contratar o apresentador antes de Edir Macedo. O acordo só não foi fechado naquela época porque Silvio não queria dar um programa de auditório, mas sim o comando do jornal "Aqui Agora".

Vamos relembrar um pouco deste programa, com vários momentos de indignação do apresentador, polêmicos momentos como a entrevista com Inri Cristo, a primeira aparição do ET e a visita do Gugu. Agradecimentos: belohorizonte2009, leonardorecife2008, ricflairbol, growdasky2007, UOL e Divulgação/TV Record.















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