terça-feira, 11 de outubro de 2011

CRÍTICA: ROTEIRO, O SEGREDO DO SUCESSO



Neste dia, o humor está em evidência por dois aspectos: um triste e outro negativo. Hoje faleceu o humorista José Vasconcelos, que interpretou durante anos o personagem Sá Silva, na Escolinha do Professor Raimundo. Pioneiro do que atualmente chamam de "Stand-up Comedy", Vasconcelos, de 85 anos, estava internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, com problemas nos rins, mal de Alzheimer e sofreu uma parada cardíaca nesta madrugada. O diretor do "Programa do Gugu", Homero Salles, decalrou que o ator jamais usou palavrões em seus textos e no dia a dia.

Também hoje, Rafinha Bastos, humorista da nova geração e integrante do programa "CQC" na Band, pediu demissão. Rafinha alega que não saberia como se portar no programa, diante dos problemas que seus comentários têm causado. A direção da emissora vai avaliar o pedido após o feriado.

Os dois casos possuem uma ligação, que se apresenta como um problema na televisão a ser solucionado: a criação de bons roteiros. Não é só a comédia televisiva que sofre deste mal, mas a dramaturgia também.

Certa vez, um amigo meu me disse que o humor não deve ter limites. Eu concordo. Acho muito chato não rir de si mesmo, que é isso que a sociedade faz quando compreende uma piada. Mas o humor duradouro, que ninguém esquece, como o de José Vasconcellos, esse necessita de um roteiro muito bem escrito. Não é a toa que a "Praça é Nossa" se mantém no ar há quase 25 anos, só no SBT, ou que a fórmula da "Escolinha do Professor Raimundo" continua fazendo sucesso, garantindo o segundo lugar em audiência para o "Programa do Gugu", na Record.

No último domingo, o "Pânico na TV" mostrou dois de seus humoristas de sunga, numa espécie de banheira, cobertos por pedaços de queijo que seriam comidos por ratos. Além de ignorar as doenças que os roedores podem transmitir, o diretor Bolinha ainda expulsou Edu Sterblich por ter se recusado a gravar.

O grande segredo do sucesso da televisão não está nas carinhas bonitas, nem na alta tecnologia, tampouco na apelação barata e sem sentido. A vida longa na TV se deve a um bom roteiro. O resto é consequência. Fazer graça é um dom, mas escrever humor com qualidade é como um diamante: dura para sempre. Como o vazio que deixará José Vasconcelos

Agradecimentos: vivercidades.org.br

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