sábado, 11 de agosto de 2012

CRÍTICA: A MEDALHA DE PRATA DA RECORD

Slogan da emissora para a Olimpíada 2012
O canal 7 paulistano cresceu 35% em audiência, segundo o IBOPE, com a Olimpíada, mas ficou longe da média da concorrente do Jardim Botânico. Por quê? Não foi apenas a fraca participação brasileira que afastou o público da telinha da Record, a detentora dos exclusivos direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres. E olha que não estou falando do futebol! Alguns outros fatores colaboraram para isso.

Televisão é hábito. Esta frase, repetida quase como um mantra dentro da Globo por Walter Clark e Boni nos anos 1970, explica o segundo lugar de audiência, com vantagem de apenas dois pontos de média, durante algumas transmissões, para o terceiro. O público está acostumado a assistir eventos esportivos pela Rede Globo, no máximo pela Rede Bandeirantes, e olhe lá!

A falta de tradição da emissora do bispo Edir Macedo no gênero também influencia, em certo grau, o distanciamento do público. Apenas a apresentação do programa "Esporte Fantástico" aos sábados pela manhã (!) não representa para o telespectador um sinal de que aquele canal é uma opção para quem busca se informar ou acompanhar esportes.

Nas redes sociais, algumas pessoas reclamaram da falta de ânimo de narradores e comentaristas. Sentiu-se frieza diretamente da cidade olímpica, que neste momento está em pleno verão. O horário dos jogos também não favoreceu muito a Record. Devido ao fuso, quatro horas a mais do que Brasília, a exibição das modalidades se concentrou nas manhãs e tardes da programação. Restou apenas para o jornalismo noturno a promoção e cobertura mais caprichada do evento para o público do horário nobre.

Mais Olimpíada no ar

A Record enviou 330 profissionais para a capital britânica 
O momento atual da estação também jogou contra. A instabilidade da grade de programação, por decisões próprias e pelo renascimento do SBT na disputa pela vice liderança, afastaram uma parcela significativa de fãs das competições olímpicas.

A Globo conseguiu manter sua larga distância do segundo colocado, embora a Record tenha em alguns momentos alcançado a liderança com folga. Graças a esses momentos, e ao reality "A Fazenda", a emissora leva a medalha de prata do ranking de audiência do IBOPE, mesmo que por décimos a mais que o bronze, em certas oportunidades na média diária.

Porém também tivemos pontos positivos, para o canal e para o público. A exclusividade da cobertura do evento entra para a história da televisão brasileira. Houve um avanço importante na qualidade das transmissões, principalmente por parte de seus narradores, comentaristas e repórteres, em comparação com o Pan de Guadalajara em 2010. O público teve acesso gratuito a um número maior de modalidades não tão conhecidas ou transmitidas. Uma vantagem foi ter a Record News disponibilizando toda sua grade para a Olimpíada (foram mais de 300 horas seguidas, um recorde), aliado ao R7, portal de notícias do grupo. Mesmo assim, jogos mais populares como futebol, vôlei ou basquete tiveram mais audiência. A televisão deve sempre fazer uma cobertura mais ampla de um evento como esse, mas o público tem as suas preferências e seus hábitos.

A emissora da Barra Funda pode ter levado "Londres 2012" sozinha, mas o "olé" que a Vênus Platinada deu para fazer a cobertura sem mostrar o logotipo da concorrente, usando até mesmo fotografias em suas reportagens, sinceramente é digno de ouro! Em 2016, no Rio, Globo, Record e Bandeirantes vão transmitir juntas os jogos olímpicos. Contudo, a emissora da família Marinho não quer ver novamente as palavras "Record" e "Olimpíada" associada a "exclusividade". Nem se sabe qual será a cidade sede, no entanto a corrida pelos direitos de transmissão de 2020 já começou. Quem leva a melhor? Tomara que seja o telespectador!

Curiosidades: Na noite da cerimônia de abertura, Ana Paula Padrão voltou no tempo e, ao vivo, anunciou que o telespectador estava acompanhando o "Jornal da Globo". Mylena Ciribelli se atrapalhou com uma informação que não foi passada pelo ponto eletrônico, o aparelho no ouvido dos apresentadores e jornalistas por onde o diretor mantém comunicação sem que sua voz apareça. A apresentadora ficou brava e, quando pensou que estava fora do ar, seu áudio ainda estava aberto e disse: "Fala aqui na p**** do ponto". TV ao vivo tem dessas... Vamos rever essas falhas técnicas.

Agradecimentos: Marcio Santos, Fábio Pereira e Divulgação/TV Record




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