Lima Duarte e Renata Sorrah em cena de "Pedra Sobre Pedra" |
A história se passava em Resplendor, cidade fictícia localizada na Chapada Diamantina. Só pelo visual natural as imagens já enchiam os olhos. Pilar Batista (Renata Sorrah) e Murilo Pontes (Lima Duarte) disputavam o poder político no município. Não podiam se ver nem pintados de ouro! Porém seus filhos Marina (Adriana Esteves) e Leonardo (Maurício Mattar) se apaixonaram, mesmo os dois disputando a prefeitura do local.
Na verdade, Pilar e Murilo nutriam uma paixão antiga. Ela o abandonou no altar, por pensar que o noivo havia traido. Murilo seguiu carreira política em Brasília, enquanto Pilar casa-se com Jerônimo Batista (Felipe Camargo), inimigo de Pontes. Vinte e cinco anos se passam e a chama desse amor persiste tanto nos filhos, quanto nos pais.
"Pedra Sobre Pedra" também tinha outros personagens inesquecíveis como o fotógrafo Jorge Tadeu (Fábio Jr.). O profissional das lentes conquistou quase todas as mulheres da cidade. As fotografias sensuais feitas com as moças criaram o maior bafafá! Com tanta confusão, Jorge Tadeu acabou sendo assassinado misteriosamente. Mas este não foi seu fim. Em seu túmulo nascia uma flor, na qual as damas que a comessem receberiam a visita da alma tarada... ops, penada!
Uma parceria portuguesa, com certeza!
O assassinato virou um clássico "quem matou" das novelas. O segredo só foi desvendado no último capítulo, é claro! Entre outras, Jorge seduziu Úrsula (Andréa Beltrão), filha da beata Gioconda Pontes (Eloísa Mafalda). O fotografo flagrou a irmã de Murilo Pontes surrupiando obras sacras da igreja da cidade. A beata já não gostava do rapaz, então uniu o útil ao agradável, e pôs fim a vida do conquistador. Quando foi descoberta resolveu se passar por louca, e foi parar num hospício.
Sérgio Cabeleira (Osmar Prado) tinha uma dor de cabeça muito forte, em noites de Lua cheia. Numa dessas noites foi preciso amarrá-lo ao solo para que não saísse flutuando em direção à casa de São Jorge. Miriam Pires, que ficou famosa na pele de Dona Milú em Tieta (mistéééééééério) de 1989, deu vida para Dona Quirina, uma senhora de 120 anos, com a melhor memória da história da teledramaturgia brasileira. A cultura cigana também foi retratada no folhetim, através dos personagens Yago (Humberto Martins) e Vida (Luiza Tomé).
A trama escrita por Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares foi coproduzida pela Globo e pela RTP de Portugal. Por isso teve cenas gravadas em Lisboa e contou com a participação de atores lusitanos. A abertura da novela, outra grande produção do designer Hans Donner, também não sai da lembrança do público. Destaque para a atriz Mônica Fraga, que serviu de modelo para ter sua imagem misturada às paisagens naturais.
Curiosidades: a novela se chamaria Resplendor, mas Ana Maria Moretzsohn guardou a ideia para uma futura trama sua na Globo, "Esplendor". "Pedra Sobre Pedra" foi uma das primeiras novelas a ter apenas músicas nacionais na sua trilha sonora. Destaque para a música Madana Mohana Murari, interpretada por Homem de Bem, o primeiro mantra a liderar as paradas de sucessos nas rádios. Outros talentos também estavam lá como Zé Ramalho, Roberta Miranda e Fagner. Esta foi a última novela de Armando Bogus, que interpretava Cândido Alegria.
Venha matar as saudades dessa novela! Reveja a abertura, as chamadas de elenco e a (quase) partida de Sérgio Cabeleira para a Lua.
Agradecimentos: flaviomaj, FredAstaire2, madlovis, MDDReviva e Memória Globo/TV Globo.
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