sábado, 8 de maio de 2010

UMA NOVELA PORRETA


Mistéééééééééééério!!! Por incrível que pareça, essa é uma das primeiras coisas que me vêm à cabeça quando se fala na novela Tieta, exibida pela TV Globo em 1989. Foi o último grande sucesso das 8 da noite, na década de 80.

A abertura já era um deslumbre. A vegetação de Mangue Seco, na Bahia, se transformava no corpo escultural de Isadora Ribeiro, a mesma que fez a mais famosa abertura do Fantástico no plim-plim. Inesquecível e maravilhosa...

A trama foi baseada no livro de Jorge Amado Tieta do Agreste. Betty Faria era a protagonista e Joana Fomm vivia a irmã da heroína, a viúva Perpétua. Uma das mais lembradas personagens da história da teledramaturgia brasileira. Quem assistiu a história, ficava imaginando o que ela tinha naquela caixa branca que mantinha no guarda-roupa, em seu quarto. Ah, e o dia em que Tieta tirou a peruca da Perpétua na Igreja de Santana do Agreste lotada! Ri muito nesse dia!

A novela contava a história de Tieta, que foi escurraçada pelo pai, quando era moça. Passam-se 25 anos, a ovelha negra acabou se tornando a vaca leiteira da família, pois conseguiu vencer na vida em São Paulo. Ela resolve então voltar para sua cidade, Santana do Agreste, e acaba se apaixonando por Ricardo (Cássio Gabus Mendes), seu sobrinho seminarista, filho de Perpétua.

A partir daí, várias histórias se desenvolvem, como a mulher de branco, que atacava os homens da cidade depois da meia-noite, e as rolinhas de Artur da Tapitanga, interpretado por Ary Fontoura. A dona do bordão que usei para iniciar este post era Dona Milu (Miriam Pires), mãe da Carmosina (Arlete Salles), a carteira da cidade que xeretava a correspondência alheia e ficava por dentro das fofocas dos moradores.

Esse folhetim foi uma sugestão de Betty Faria para a direção da Globo, que rapidamente aprovou e a chamou para estrelar. Foi gravada no Rio e na Bahia, contando com aquelas cenas maravihosas entre Tieta e Ricardo nas dunas nordestinas. Uma novela cheia de muitas belezas e humor.

A trama também foi responsável por impulsionar carreiras musicais com a trilha sonora. Todos se lembram das canções de Fafá de Belém (No Coração do Agreste), Chitãozinho e Xororó (No Rancho Fundo) e o tema de abertura, uma lambada contagiante de Luis Caldas.

Tieta foi reapresentada duas vezes nos anos 90, e se firmou como mais uma loucura deste povo apaixonado por novela. Ah, ia me esquecendo, você se lembra o que tinha na caixa de Perpétua? A mulher era mais amarga do que limão azedo. Conheceu apenas um homem em toda a sua vida, mas ficou viúva. A loucura da carola era tanta que resolveu guardar o órgão genital do falecido! Piradinha ela, não acham? Agradecimentos: TV Globo.

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