domingo, 9 de junho de 2013

CRÍTICA: RECRIAR É PRECISO

Segundo comunicado da Record, Gugu vai se dedicar a
"produção independente"
A última semana foi bem movimentada, graças ao repentino rompimento de Gugu Liberato com a Record. Após quatro anos de contrato, e com mais quatro pela frente, o apresentador decidiu na última quinta-feira encerrar o compromisso com a emissora da Barra Funda.

Muita coisa foi dita nestes últimos dias. Que o salário de R$3 milhões que Gugu tinha evitaria em torno de 600 demissões, que a pressão por parte dos diretores do canal estava sendo forte demais, entre muitas outras coisas. Tudo isso quem pode confirmar ou negar, um dia, é o próprio apresentador.

Ns palavras de Paraguaçu, "deixemos de lado os entretantos e falemos dos finalmentes". Vamos analisar as razões para o fim desta milionária parceria. Em 30 de agosto de 2009, estreia o "Programa do Gugu", com ares de super produção, e com muitas promessas. Após 27 anos de SBT, e 35 anos de Grupo Silvio Santos, a Record conseguiu o que nem a Globo realizou: tirou da Anhanguera o "substituto" do ex-dono do Baú nos Domingos. Os bispos prometeram programa de entrevistas na Record News, jatinho e helicóptero disponíveis para o dominical.

O então apresentador do "Domingo Legal" alegou que não se sentia prestigiado no SBT, e que não queria ser sócio da emissora com seu programa, assim como Raul Gil e Ratinho. Na rede de Edir Macedo, manteve o mesmo esquema que vinha apresentando em sua antiga casa, mas agora em horário noturno. A atração começou bem, garantia o segundo lugar fácil, mas em dezembro daquele ano começou a ser derrotada pelo "Programa Silvio Santos".

A direção trocou o horário do dominical, que passou a anteceder o jornalístico "Domingo Espetacular". Gugu passou a enfrentar o Faustão na Globo novamente, como fazia no final dos anos 1990 e saía vitorioso. Mas com o tempo, seu objetivo passou a ser a vice-liderança, e não o primeiro lugar. Eliana, que passou a ocupar o antigo horário do loirinho no SBT, cativou o público e trouxe de volta o segundo lugar para o canal.

Para tentar resgatar audiência, o animador e seu diretor, Homero Salles, tentaram de tudo. Talvez esteja aí a razão do problema. A maioria das ideias aplicadas no programa, são quadros velhos, antigos, que Gugu já tinha apresentado, ou já era conhecido do público. A "Corrida do Gugu" já fez parte da carreira do artista como "Corrida Maluca", "Sonhar mais um Sonho" e "Gugu Bate a sua Porta" foram produzidos já na fase do "Domingo Legal", "Escolinha do Gugu" é dos formatos mais antigos na TV, e o "Desafio Musical" já foi apresentado por Silvio Santos como o inesquecível "Qual é a Música?"

Acharam que o problema estava até nas roupas do Gugu, que trocou o terno por camisas polo e tênis moderno. Lembrem-se de que no começo da carreira, o animador se vestia igualzinho ao Silvio Santos. Até o mesmo microfone ele usava! No entanto, o que o diferenciava eram as novidades que trazia para o programa, sempre com um tom popular, mas distintas do que Silvio apresentava.

Gugu precisa se renovar, se redescobrir como artista e como animador. Um bom exemplo é seu mestre, Silvio Santos, que apresenta os mesmos quadros, mas de uma maneira diferente de quem os assistiu há 10 ou 20 anos atrás.

Mas a Record também errou, ao colocar tão imediatamente no ar um artista que tem a imagem fortemente associada à concorrência. Era necessário deixar esfriar a ligação Gugu-SBT, na cabeça do público. Xuxa serve de modelo para esse caso. A Rainha dos Baixinhos ficou seis meses na geladeira da Globo antes da estreia do "Xou da Xuxa", para desassocia-la da Rede Manchete, onde apresentava o "Clube da Criança".

O futuro de Augusto Liberato por enquanto é incerto. O que se sabe é que hoje vai ao ar o último "Programa do Gugu" ao vivo, pela Rede Record. Pela curiosidade do público, é bem provável que esta exibição renda bons índices para a emissora.

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