domingo, 24 de fevereiro de 2013

CRÍTICA: O DESAFIO DO GUGU

Aproveitando a estreia, Gugu adotou um visual mais esportivo
Neste Domingo, a Record estreou o quadro "Desafio Musical", a nova versão do clássico "Qual é a Música", apresentado por Silvio Santos durante quase 20 anos. A disputa entre artistas foi gravada por Gugu Liberato durante a semana, e exibida no final de seu  programa dominical. O restante da atração foi ao ar ao vivo, seguindo a mecânica usada para a "Escolinha do Gugu".

Somente duas provas eram desconhecidas do público: "Kazoo", uma espécie de apito, na qual os convidados cantarolam canções que estão ouvindo por um fone, e "Foto Musical", onde os participantes, ao escolherem uma fotografia poderiam tentar adivinhar o nome da música do artista estampado ou passar a pergunta para o time adversário.

Vale ressaltar o esforço da produção em fazer com que o "Desafio Musical" em nada lembrasse o quadro conduzido pelo dono do SBT de 1976 a 1991, com volta entre 1999 e 2002 e um último retorno em 2007. Todos os jogos receberam nova roupagem. Não tem três interpretes para o jogo dos versos (apenas uma), muito menos os famosos dubladores maquiados. Até a participação da plateia foi repaginada. Duas assistentes de palco, com um microfone cada, iam até as moças do auditório que sabiam as respostas corretas.

O visual dos quadros foi modernizado. No lugar da orquestra, um DJ disparava todas as músicas usadas nas brincadeiras, inclusive as notas do leilão, a disputa final da atração. Porém algumas coisas foram mantidas, como o trio masculino e feminino que se enfrenta, e a clássica pergunta ao DJ-maestro: qual é a música?

Não é a primeira vez que a emissora da Barra Funda adapta um programa estrangeiro, já conhecido por aqui. Em 2009, o canal 7 comprou os direitos de "O Preço Certo". Apresentado pelo ator Juan Alba e pela jornalista Débora Santilli, o game show foi exibido diariamente nas tardes da programação, até meados de 2010. Mas esta atração já havia sido produzida no Brasil também por Silvio Santos, na década de 1980, inclusive com o mesmo título. 

Silvio Brito, Silvio Santos e Fafá de Belém na versão de 1976

A aquisição de "Name That Tune" (Nome desta música), o formato original da atração, é a resposta que a Record deu a uma pesquisa com telespectadores, sobre o "Programa do Gugu". O público quer o apresentador mais presente no palco do Teatro Record, e a participação maior de artistas convidados.

A audiência correspondeu durante a "novidade". Pouco tempo depois de encerrado o dominical, o diretor Homero Salles, em seu Twitter, anunciou que a atração terminou "com o dobro da terceira colocada, a quatro décimos da líder". Mas não foi o suficiente para deter Eliana e o SBT. Segundo dados preliminares, a loirinha fechou com 6,8 de média contra 5,9 da Record. A Globo liderou no período com 12,9.

Quando o apresentador surgiu na emissora de Silvio Santos como sucessor do patrão, a imagem de Gugu era idêntica a do homem do Baú. Até mesmo o microfone era o mesmo! O que o diferenciava eram as novidades que trazia no "Viva a Noite". Os quadros bolados pela equipe e pelo ex-produtor eram diferentes, mas mantinham a essência popular de Silvio. Gugu foi contratado com 14 anos pela sua criatividade.

Ainda é muito cedo para dizer se a estratégia será vencedora. Televisão é hábito. Apostar em uma atração já conhecida e consagrada é algo arriscado. O público pode se cansar muito rapidamente, ou não. Sem contar as inevitáveis comparações. Mas já é positivo o fato do programa não encerrar com lágrimas dos quadros emocionantes que vinha trazendo ultimamente. O telespectador quer terminar seu final de semana com bom humor. Afinal, tristeza por tristeza, basta lembrar que a Segunda está chegando!

Imagens: UOL e Divulgação/TV Record.

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