sábado, 9 de fevereiro de 2013

A ESTREIA DE FLÁVIO CAVALCANTI NO SBT

Flávio Cavalcanti foi repórter de jornal e estreou na TV em 1955
Em seu segundo ano de existência, o SBT, atendendo popularmente pelo nome de TVS, já era vice líder de audiência em todo o Brasil. Mas seu faturamento não correspondia a todo esse IBOPE. A razão estava no mercado publicitário e em sua programação. A grade da emissora era considerada popularesca, e não popular. Os anunciantes não queriam ver seus produtos associados a atrações como "O Povo na TV" e "O Homem do Sapato Branco". Silvio Santos disse, certa vez, que fazia televisão para vender carnês do Baú, e que agora era necessário vender anúncios para sustentar o canal.

A direção monta uma boa equipe de comercialização e passa a qualificar sua programação. Para isso, resolveu contratar os melhores comunicadores do país. Um dos primeiros a integrar o novo time do SBT, em 1983, foi o apresentador Flávio Cavalcanti. Conhecido de outras emissoras, polêmico e amado ao mesmo tempo, Flávio aceita o convite de Silvio, e passa a apresentar um programa que levava o seu nome, às quintas feiras. Antes, o comunicador comandou o "Boa Noite Brasil" por um ano, na TV Bandeirantes.

Na TVS, trás de volta quadros de grande sucesso de sua trajetória, como "Um Instante, Maestro". Este espaço era dedicado principalmente à crítica musical. No passado, ficaram famosas as cenas do apresentador quebrando discos no palco, que considerasse de má qualidade. Pioneiro no uso de um júri em TV, os membros desta bancada também participavam do "Flávio Debate", onde discutiam um assunto de repercussão nacional. Ex-repórter do jornal carioca "A Manhã", o apresentador sempre fez questão de trazer o jornalismo ao seu programa. O semanal também apresentava diversas curiosidades ao público, como desfiles e revelações do cenário musical.

Em 1986, o desejo do apresentador era encerrar sua carreira artística e curtir a aposentadoria no seu futuro hotel, numa praia brasileira. Não deu tempo. Durante o programa, Flávio chama o intervalo como sempre fez: ergue o dedo indicador para o alto e diz "nossos comerciais, por favor". No bloco seguinte, ele não havia voltado. Wagner Montes foi pego de última hora, e encerrou a atração. O titular sofreu uma isquemia miocárdia aguda no palco, foi levado ao hospital e, quatro dias depois, faleceu, aos 63 anos. Como homenagem ao colega, o SBT de luto, saiu do ar por quase 24 horas. A programação só voltou a ser exibida após o sepultamento de Flávio Cavalcanti.

Curiosidades:

  • Não era a primeira vez que Flávio trabalhava para Silvio Santos. Em 1976 o apresentador comandava o programa de calouros "Um Instante, Maestro", na TVS-Rio;
  • José Messias, hoje jurado de Raul Gil, foi produtor e diretor de Flávio em algumas emissoras;
  • Sônia Abrão participou muitas vezes dos debates do programa, quando ainda era apenas uma colunista do jornal "Notícias Populares".
Veja abaixo alguns trechos do "Programa Flávio Cavalcanti", além do resumo feito pelo "Festival SBT 30 anos" e o depoimento de Sônia Abrão, que estava presente no último programa do apresentador. Como estamos no carnaval, assista também uma apresentação de marchinhas clássicas, exibido na atração com a orquestra regida pelo maestro Milani. Agradecimentos: claudiard1981, Ricardo Lippi, Estudio Danças do Mundo, Monica Poplawski, Guilherme Guidorizzi e SBT.











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