domingo, 4 de abril de 2010

ARMANDO NOGUEIRA


Nesta semana nos despedimos de um dos responsáveis pelo padrão do telejornalismo brasileiro. Armando Nogueira começou sua carreira em importantes jornais do Rio de Janeiro. Chegou à TV em 1959, na TV Rio, a convite de Walter Clark. Em 1966, o mesmo Walter Clark, recém chegado à TV Globo, chamou Nogueira para reestruturar o jornalismo da emissora dos Marinho.

Na Globo, Armando queira acabar com o jornalismo de agência, realizado por noticiários da época como o Repórter Esso. Explico: as notícias não eram produzidos pelas emissoras, mas pelas agências que patrocinavam os telejornais. As TVs apenas exibiam os programas. As primeiras iniciativas foram o TeleGlobo e o Jornal da Globo, que em nada se parecia com o atual JG.

Em 1969, o primeiro satélite brasileiro permitiu que as emissoras de televisão operassem em rede. Naquela época era uma grande loucura. Não era confiável ou seguro. A comunicação entre as afiliadas era complicada, mas a Globo e Armando não tiveram medo. Em 1º de setembro daquele ano, às 19:45, estreou o Jornal Nacional, o primeiro telejornal em cadeia nacional. Em pouco tempo o JN se tornou o principal noticiário da TV brasileira, como é até hoje.

Armando Nogueira sempre teve um cuidado especial com o texto, e tirou da TV os "vícios" do rádio, valorizando o que o veículo tem de mais importante: as imagens. Para isso, uma escrita clara, direta, objetiva com o público foi a grande sacada do jornalista. Armando comandou a Central Globo de Jornalismo de 1966 a 1990. Após esse período, Armando voltou a se dedicar mais às sua paixões, como o jornalismo esportivo, em especial o futebol, e a aviação.

É loucura falar em telejornalismo sem falar em Armando Nogueira. É loucura falar em grandes nomes do jornalismo brasileiro sem citar Armando Nogueira. É loucura um apaixonado por televisão e pelo telejornalismo deixar passar em branco em seu blog o falecimento de Armando Nogueira. Um apaixonado pelo texto, pela notícia, quem primeiro entendeu o jornalismo em TV.

Lamentavelmente não pude conhecê-lo pessoalmente, porém à distância sempre o admirei por toda sua história. Se hoje faço jornalismo, sinta-se responsável. Se amo televisão, sinta-se responsável. Se hoje amo telejornalismo de qualidade, você é um dos culpados. Sua paixão me contagiou, e não tem cura. Obrigado, Armando Nogueira.

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