sábado, 3 de julho de 2010

CHACRINHA, A CARA DO BRASIL


Nesta semana, mais precisamente no dia 30, completou-se 22 da partida do grande comunicador do Brasil: José Abelardo Barbosa de Medeiros, o famoso Chacrinha.

Até este pernambucano de Surubim surgir no rádio, os programas eram muito formais, especialmente seus apresentadores. Abelardo trouxe o jeitão brasileiro de se comunicar. E olha que foi por acaso que ele foi parar na frente do microfone.

Ele iria ser médico. Enquanto estava na faculdade, adoeceu e perdeu as provas. Virou baterista de uma banda e ia viajar para a Europa com o conjunto, para ganhar uma graninha. Mas, no meio do caminho tinha uma guerra, tinha uma guerra no meio do caminho. O conflito iniciado por Hitler no velho continente mudou o rumo do navio, onde estava Abelardo, para o Rio de Janeiro. Mal sabia que sua vida também se transformaria por completo.

Na então capital federal, ele se encantou pelo rádio e pela badalação dos famosos nos cassinos. Depois de algum tempo como locutor comercial, ganha um espaço no final da programação da rádio que ficava numa chácara. Resolveu então reproduzir no rádio uma festa num cassino. Por isso o programa foi chamado de Cassino da Chacrinha. O programa era um verdadeiro sucesso, mas ninguém sabia que o locutor era Abelardo Barbosa, e sim um louco da chacrinha. Taí o apelido famoso.

Nos anos 50, Chacrinha foi para a TV, inaugurá-la com o programa Rancho Alegre. Logo, o Velho Guerreiro lançou vários de seus sucessos na telinha, como A Buzina do Chacrinha, Discoteca do Chacrinha e Cassino do Chacrinha. Durante quase trinta anos na TV, esteve com tudo e não esteve prosa no IBOPE, sendo sempre uma das maiores audiências de qualquer emissora. E passou por várias: TV Tupi, TV Record, TV Bandeirantes, TV Excelsior, TV Rio, e encerrou sua carreira na TV Globo. Foi um assíduo frequentador da ponte aérea, pois na época em que não existiam as redes, o apresentador comandava seus programas em dias alternados no Rio e em São Paulo. Além dos shows que fazia pelo Brasil inteiro.

Na emissora dos Marinho, Chacrinha passou duas temporadas. Na primeira, em 1967, juntamente com Dercy Gonçalves e Silvio Santos, formava a programação popularesca, assim definida pelo então diretor José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Ou seja, não tinha o idealizado Padrão Globo de Qualidade, mas davam audiência. O apresentador saiu da Globo em 1972, voltando só 10 anos depois, no auge da carreira.

Para ser sincero, são muito poucas as lembranças que tenho do Chacrinha na TV. Tudo o que lembro são imagens de arquivo, exibidas eventualmente. Quando descobriu que estava com câncer de pulmão, e necessitava se internar, foi substituído pelos humoristas Agildo Ribeiro e João Kleber (sim, ele foi global um dia!).

O que é muito divertido ver nos programas dele são os calouros, os concursos mais malucos da TV, os musicais e as Chacretes. Claro que todos os truques de um bom comunicador são uma veradeira aula para qualquer estudante dessa maquininha de fazer doidos, ou para quem quer ser parecido com ele. Apesar de ser dele a frase "na TV nada se cria, tudo se copia", Chacrinha foi o mais original dos apresentadores brasileiros, o mais brasileiro.

Para quem conhece e para quem não conhece, aqui está a volta de Chacrinha para a TV Globo em 1982, e o programa especial Por Toda a Minha Vida, em homenagem ao Velho Guerreiro.

Roda, Roda, Roda... e avisa!!!

Agradecimentos: friedlichf, chrisresende e TV Globo


Chacrinha de volta à TV Globo.


Por Toda Minha Vida - Parte 1


Por Toda Minha Vida - Parte 2


Por Toda Minha Vida - Parte 3


Por Toda Minha Vida - Parte 4


Por Toda Minha Vida - Parte 5


Por Toda Minha Vida - Parte 6

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