sábado, 24 de novembro de 2012

"OLHA O TEMPO CHEGANDO"

"Tempo de Alegria", atração de Celso Portiolli no SBT
Celso Portiolli estreou nos auditórios de televisão em 1996, quando Angélica foi para a Globo, e deixou  o comando do "Passa ou Repassa". O jovem locutor e ex-produtor de pegadinhas do "Programa Silvio Santos" queria mais. Portiolli apresentou o projeto de um programa de variedades para concorrer com o "Domingão do Faustão", e foi aprovado. Há 15 anos entrava no ar "Tempo de Alegria", pelo SBT.

O maior desafio da atração era da equipe de luz e cenário do Teatro Silvio Santos. Poucas horas separavam o programa do "Domingo Legal" de Gugu Liberato, apresentado no mesmo estúdio e também ao vivo. Esse problema foi resolvido ainda no mesmo ano de 1997, quando o programa passou a ser gravado. Em 1998 a atração passou a ser produzida no estúdio 3 do recém-inaugurado Complexo Anhanguera.

"Tempo de Alegria" tinha musicais, atrações circenses, e o "Desafio dos Artistas", onde um famoso era convidado a realizar uma prova radical. Numa dessas quem acabou saltando de pára-quedas foi o próprio animador. Também tinha uma brincadeira que dava uma viagem para uma moça do auditório. Para isso, Celso ligava uma máquina, que fazia uma cadeira da plateia pular rapidamente.

"Ta-ta-ra-ra-ta-ta-ta-taaaaa"

A maior característica do programa era "A Hora do Chacal". Um carrasco, usando um capuz preto e portando um trompete, não tinha dó dos candidatos a cantor que apareciam no palco. O auditório também não perdoava, e gritava "Ih, fora!", botando o camarada pra correr.Ainda em 1998, Celso passou a dividir o comando do "Tempo" com o apresentador Otávio Mesquita. No final do ano seguinte, Portiolli já tinha deixado a atração, que se encerrou em 1999.

Curiosidade: "Tempo de Alegria" foi o último programa a ser gravado no Teatro Silvio Santos, na Av. Gal. Ataliba Leonel 1772, no Carandirú, zona norte paulistana. O estúdio foi desativado em 1997, após 19 anos de atividade. Celso declarou recentemente que gostaria de voltar a apresentar a atração, idealizada por ele.

Vamos assistir a abertura do programa, um musical com Carlos Gonzaga, o salto de pára-quedas do Portiolli, o Chacal e a fase final do dominical com Otávio Mesquita.












segunda-feira, 19 de novembro de 2012

UM ANJO CHAMADO DERCY

Edson Celulari e Cláudia Raia protagonizaram "Deus nos Acuda"
Em meio a um turbilhão de escândalos de corrupção da presidência da república, com um país em recessão e a moeda valendo menos do que a poeira da estrada, seria possível um anjo converter uma trambiqueira brasileira? Quem acredita nesses seres divinos, facilmente responde que sim. Mas e se esse enviado do Todo Poderoso for Dercy Gonçalves? A confusão estava armada. Este era o enredo principal da novela "Deus nos Acuda", da TV Globo, apresentada em 1992 e dirigida por Jorge Fernando.

Dercy vivia a anja Celestina, a responsável por cuidar do Brasil. Numa missão dada pelo Criador, ela terá que descer à Terra e, com a ajuda do anjo Gabriel (Cláudio Correa e Castro) colocar na linha a golpista Maria Escandalosa (Cláudia Raia). Celestina tem seis meses para endireitar a filha de Tomás Euclides (Jorge Dória), um trapaceiro de marca maior.

Num cruzeiro em alto mar, Maria conhece Ricardo (Edson Celulari), filho do velho empresário Otto Bismark. Pinta um clima entre a golpista e o partidão, mas ela fica com medo de ser rejeitada por ele, assim que ele descobrir que ganha a vida com trambiques... O pai do personagem de Celulari também não estava numa boa situação. Vivido por Francisco Cuoco, Otto era acusado de matar suas ex-mulheres. Uma de suas cunhadas, Baby Bueno (Glória Menezes) tenta encarcerar o milionário a qualquer custo. Porém a vilã Elvira (Marieta Severo), sua fiel e apaixonada secretária, atrapalha Baby de todas as maneiras.

A novela de Silvio de Abreu trouxe de volta uma personagem querida do público. Dona Armênia, interpretada por Aracy Balabanian em "Rainha da Sucata" (Globo, 1990), do mesmo autor, voltou na trama das 19h, sempre acompanhada por suas "filhinhas" Gera (Marcello Novaes), Gino (Jandir Ferrari) e Gérson (Gerson Brenner). A família garantia as boas risadas do público noveleiro, como proprietária do prédio onde viva a Escandalosa.

Esse país tem jeito

Os "anjos" Cláudio Correa e Castro e Dercy Gonçalves
A abertura da novela, mais uma brilhante realização de Hans Donner e sua equipe, mostrava um Brasil invadido por lama em todos os lados. A trama era uma divertida comédia em cima do momento corrupto que assolava o país. Para quem não se lembra ou não era nascido (afinal já se passaram 20 anos), o primeiro presidente eleito pelo voto direto, depois de mais de duas décadas de ditadura militar, Fernando Collor, perdeu o cargo e os direitos políticos, em meio a uma série de denúncias de corrupção.

"Deus nos Acuda" foi a última novela de Dercy Gonçalves. Foi neste folhetim que Edson Celulari e Cláudia Raia engataram um romance na vida real, que durou 18 anos. Curiosidades: esta novela só foi reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" em 2004, um recorde na história da Globo. Em seu último capítulo, com Maria e Ricardo felizes, e ela honesta, o elenco se reuniu para cantar o tema de abertura da novela, "Canta Brasil", interpretado por Gal Costa. Ao invés de exibir o tradicional "Fim" o autor encerrou com a mensagem "Este é apenas o começo", reafirmando a esperança brasileira de que dias melhores, e mais honestos, virão.  

Vamos rever a abertura e a chamada de apresentação de "Deus nos Acuda". Agradecimentos: marcatudo22, madlovis e TV Globo.



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A MARATONA DEBUTANTE

A maratona televisiva brasileira completa 15 anos
Sonhos se tornam realidade? Em 1998 um brasileiro sonhou com uma campanha para arrecadar fundos para a AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente. Uma instituição sem fins lucrativos, que, desde 1950, auxilia não apenas os baixinhos, mas toda pessoa que dela precisar e, na maioria dos casos, gratuitamente. Décio Goldfarb, presidente-voluntário da AACD na época, resolveu propor a um canal de televisão a realização de uma maratona de solidariedade chamada Teleton.

O nome vem do inglês Telethon (Television Marathon, maratona televisiva). O evento nasceu nos Estados Unidos em 1954, mas o nome só surgiu em 1966, quando o comediante Jerry Lewis assumiu o comando do programa. Antes era chamado WHAS Crusade for Children (cruzada pelas crianças). O sucesso mundial não demorou a acontecer. Em 1978 o Teleton chega a América do Sul. Sob o comando de Don Francisco, o maior apresentador de TV de língua espanhola, todas as emissoras de rádio e televisão do Chile se unem a favor das crianças menos favorecidas. Até mesmo uma organização internacional foi criada para unificar os Teletons realizados em toda América Latina: a ORITEL - Organização Internacional dos Teletons. Hoje a maratona está presente em mais de 20 países pelo mundo.

De volta ao Brasil. Goldfarb precisava entrar em contato com alguma emissora que topasse a ideia. Imediatamente entrou em contato com sua amiga, a apresentadora Hebe Camargo, que tomou a causa como sua. Linda, loira, de salto alto e com o projeto em mãos, e no coração, foi até o escritório de seu patrão Silvio Santos, dono do SBT, apresentar a proposta, juntamente com Décio. Silvio tornou público o desejo de fazer algo pela população que tanto amor e carinho lhe deu ao longo dos anos pela TV desde 1987, quando tentou ser prefeito da capital paulista, governador de São Paulo e presidente da República, mas sem sucesso. Segundo Hebe, o apresentador ficou "perdidamente apaixonado" pelo Teleton, e lançou o primeiro em 16 de maio de 1998, um sábado à noite. A campanha ficaria no mínimo 24 horas no ar para atingir a meta em dinheiro que a AACD necessitava naquela época.

"Contribua com apenas R$5,00"

Da esquerda Rodrigo Rodrigues (Cultura), Luciana Gimenez
(RedeTV!), Adriane Galisteu (Band), Ellen Jabour (MTV),
Maria Cristina Poli (Cultura), a cantora Claudia Leitte e
Eliana (SBT), juntos pela AACD.
O dono do SBT queria fazer por aqui a rede de solidariedade que os chilenos fazem, mas até hoje não conseguiu alcançar este objetivo plenamente. Nos primeiros anos, a maratona era exibida integralmente ao vivo. A partir de 2001, a produção passou a gravar gincanas com artistas e programas especiais apresentados por Silvio Santos, como o "Show do Milhão", com celebridades e políticos, "Roda a Roda" e "Show de Talentos".

A maratona ocupa entre 24 e 27 horas, sem interrupção, da programação do SBT. Apenas em 2008 a emissora parou o Teleton, em seus minutos iniciais, para exibir a reprise da novela "Pantanal". Em muitas oportunidades, a marca d'agua do canal foi substituído pelo logo da campanha. A TV Cultura de São Paulo, a MTV, a RedeTV!, a TV Gazeta de São Paulo, a Rede Brasil de Televisão e a Rede TV+ são algumas das emissoras que repetiram ou repetem o sinal da rede da solidariedade, nos dias da festa. Rede Record e Rede Bandeirantes já apresentaram trechos e flash, principalmente nos anos em que o evento não era transmitido dos estúdios do SBT, como em 1999, 2000 e a abertura de 2008, direto do Auditório do Ibirapuera.

O dono do SBT sempre enfatizou que se as pessoas pudessem, que contribuíssem apenas com R$5,00, o custo de uma ligação para a maratona. Esse apelo, unido ao de outros artistas e personalidades tem tido excelentes resultados. Graças aos R$5,00, valor mínimo de doação há 15 anos, a AACD arrecadou mais de 124 milhões de dólares, construiu, reformou e mantém em atividade 16 centros de reabilitação espalhados pelo Brasil, realizando mais de 6.400 atendimentos por dia, de acordo com o site da instituição. São atendimentos, na sua maioria, realizados de graça para a população carente, com equipamentos de última geração, e por profissionais altamente capacitados, e em boa parte voluntários. A entidade também conta com parcerias com grandes empresas do setor privado. Mas a realização da campanha, hoje, é indispensável para a sobrevivência da associação.

Saudades da "dinda"

Silvio Santos e Hebe Camargo durante o Teleton 2011
A comemoração pela 15ª edição do Teleton infelizmente terá uma teimosa lágrima de saudade nos olhos dos artistas, colaboradores, pacientes e voluntários. A partida da madrinha Hebe Camargo para o andar de cima, em 29 de setembro deste ano, deixará uma certa tristeza no ar, e um vazio do tamanho de uma estrela de primeira grandeza. Juntamente com Silvio e Décio, Hebe ajudou a tornar o evento um grande sucesso, convertido em milhares de sorrisos, em milhares de corações esperançosos. A produção prepara uma grande homenagem para a apresentadora. Embora não seja uma substituição, Eliana será mais uma vez a embaixadora da jornada televisiva liderada por Silvio Santos. A maratona não pode parar.

Sonho que se sonha sozinho, é apenas sonho. Sonho que se sonha junto, se torna realidade. E no caso de Décio, Silvio e Hebe, se tornou também uma esperança para milhares de pessoas.

Para doar R$ 5,00 o telefone é 0500 12345 05. Para doar R$ 15,00 o telefone é 0500 12345 15. Para doar R$ 20,00 ou mais: 0800 775 2012. As doações (acima de R$5,00) podem ser feitas também ao longo do ano, pelo telefone 0800 771 7878, ou pelo site www.teleton.org.br

Curiosidade: o primeiro mascote da campanha, o Tonzinho, surgiu em 2004. Sua companheira, a Nina, é mais nova. Ela nasceu em 2008. Os bonecos são dados para aqueles que realizam doações acima de R$ 60,00. Neste ano, com a nova bonequinha ainda sem nome, o doador pode levar o trio por no mínimo R$160,00. Todos que trabalham no Teleton, inclusive os funcionários do SBT, estão lá voluntariamente.

Agradecimentos: IG, Café com Notícias, worldteleton, REsbtista, macsp2007, eumesmobr, teletonbrasil, SBTista1 e SBT.


A história da criação do Teleton, por Hebe Camargo


A abertura do primeiro ano, com Silvio Santos em 1998


Hebe, Nair Bello e Lolita Rodrigues em 2000


Encerramento da campanha em 1999, direto da TV Cultura


Os melhores momentos do primeiros 10 anos da campanha


Homenagem à madrinha da maratona, em 2010


O "Balança caixão" de Silvio e Portiolli em Hebe, em 2010


Final da jornada de 2011

sábado, 3 de novembro de 2012

NOITES VIVAS NO SBT

Gugu Liberato no começo de "Viva a Noite"
Uma mistura de dois programas latinos, um americano e o jeitinho brasuca de fazer televisão renderam um dos maiores sucessos da nossa telinha e lançou um dos mais respeitados animadores deste país. Em 9 de novembro completam-se 30 anos da estreia de "Viva a Noite" nos sábados do SBT.

Pouco tempo depois do primeiro aniversário da então TVS, Silvio Santos queria um programa animado, alegre e descontraído para as noites de sábado. Chamou uma produtora argentina, Nelly Raymond, que já conhecia de outros trabalhos anteriores, e encomendou o projeto. Nelly pensou em reunir elementos de "Saturday Night Fever" americano, "Sabado Fiebre" e "Hoy Quien Danza es Usted" mexicanos.

Depois de algumas reuniões, ficou decidido que o programa seria dividido em três partes: um festival de música latino americana, o esotérico "Noites de Mistério" e o "Hoje Quem Dança é Você". A produtora pensou em três apresentadores conduzindo a atração. Para o festival ficou escolhido Ademar Dutra, que já apresentava provas externas no "Cidade Contra Cidade". O esotérico Jair de Ogum foi chamado para comandar o "Noites de Mistério".

Faltava um apresentador, e o diretor Homero Salles, dentro do projeto desde o início, sugeriu um nome que estava começando, atendendo aos telespectadores pelo telefone numa sessão de filmes: Augusto Liberato. Nelly gostou da evolução do garoto que conheceu como office-boy nos anos 1970 na Globo. Aceitou a sugestão. Mas Gugu não foi uma unanimidade na diretoria do SBT. Muitos executivos da empresa acharam um erro indicar um rapaz tão pouco conhecido, com tantos nomes no mercado. Em pouco tempo veriam que estavam errados. O jovem apresentador conduziria o concursos de danças. O nome da atração surgiu naturalmente: "Viva a Noite"

Sonhos de uns, diversão de outros

A cantora Joana, na segunda fase do semanal
Com o passar dos meses, o festival de músicas e o esoterismo perderam espaço para as mulatas rebolativas do carismático Gugu, que ganhou o comando do programa. A partir de então, "Viva a Noite" passou a ser a grande opção do sábado. Em seus primeiros anos, o programa era realizado ao vivo, no Teatro Silvio Santos no Carandiru, zona norte paulistana. Aproveitando-se disso, o animador pedia para que as pessoas trouxessem as mais diversas quiquilharias em troca de prêmios em dinheiro.

A "Cabine Milionária" ficou famosa nesta época. O sujeito tinha que dançar vários ritmos diferentes sem parar, durante todo o programa! Muitas eram as brincadeiras realizadas no palco, com os competidores do concurso de danças. Para auxiliar o animador no palco, belas moças estavam prontamente dispostas a ajudá-lo. Marriette, Silvinha e Alessandra Scattena ficaram famosas em todo o país graças ao programa. Também ficou conhecido o romance que o loirinho teve com Rose Miriam (a futura mãe de seus três filhos) e Silvinha, com quem quase se casou, além de um rápido namoro com Scattena.

O "Sonho Maluco nasceu nesta época. Uma fã mandava uma carta para o programa, pedindo para realizar seu mais pirado devaneio com seu artista favorito. Teve de tudo: homem casado tomando banho no palco com Rita Cadillac (com a esposa assistindo), tapinha no bumbum da jurada Wilza Carla, valsa de 15 anos com Luis Ricardo, banho de champagne com Sula Miranda, lambuzar Simony com glacê, escrever versinhos nas costas do Polegar Rafael Ilha e muitos, muitos outros. Nem Gugu escapava! Ele "salvou" uma fã de um "prédio em chamas", vestido de Superman, "casou-se" com a comediante Nhá Barbina e atravessou um túnel de fogo. Neste último o apresentador correu sério risco de morrer asfixiado com a roupa anti-chamas.

Depois dessa, o animador preferiu deixar os perigos para os candidatos a Rambo Brasileiro! Os marmanjos marombados fizeram sucesso, elevando este concurso criado no semanal ao mesmo patamar do Miss Brasil, que estava com Silvio no SBT. Os participantes bezuntados com óleo faziam poses de fisiculturismo usando o mesmo figurino consagrado por Sylvester Stallone no cinema. A mulherada delirava!!!

Passarinho quer dançar

O grupo Dominó no cenário mais marcante do programa
Também eram muito divertidas as provas disputadas pelos times masculino e feminino. As equipes formadas por artistas se enfrentavam na prova do desenho, a face oculta, torre de taças, declaração de amor, prova da bexiga, o que é o que é, mímica, e várias outras.

Todos os grandes nomes da música batiam ponto no programa. De Ronnie Von a Gretchen, passando por Léo Jaime, Sandra de Sá, Trem da Alegria, Titãs, Luis Caldas, As Paquitas, Patrícia Marx, Joana, Adriana, Jairzinho e Simony, e muitos mais. Além das crias da Promoart, empresa de Gugu: os grupos Dominó, Polegar e Banana Split. Destaque para a primeira apresentação do fenômeno Menudo no Brasil. O grupo de Porto Rico entrou no palco da atração, ao vivo, de bicicleta, com uma multidão de meninas histéricas fora e dentro do estúdio.

Gugu foi incentivado a gravar musiquinhas para animar o programa. A primeira foi "Docinho Docinho", depois veio "Baile dos Passarinhos", que encerrava o programa e virou febre nacional. O apresentador ouviu a versão em espanhol da música pela primeira vez num hotel cinco estrelas em Itaparíca na Bahia, e pensou: "Se essa gente rica não resiste, imagine o povão". Outras canções vieram como "Pega o meu Peru", "Dança da Galinha Azul" (o melhor merchandising que já vi), "Bota Talquinho" etc.

A volta dos que não foram

A cantora Gil e convidados no retorno da atração
Com o crescimento de audiência, o investimento também cresceu. "Viva a Noite" passou a desbancar os filmes exibidos pela Globo no horário. A emissora carioca não perdeu tempo, e contratou o animador no final de 1987. Mas em 1988, temendo perder sua voz, seu possível sucessor e audiência, Silvio Santos conversou pessoalmente com Roberto Marinho, com quem não falava então há 15 anos, para liberar Gugu. De volta ao SBT, o loirinho ganhou mais espaço para anunciar seus shows e produtos e foi parar no domingo, dividindo por quatro horas o "Programa Silvio Santos" com o mestre e patrão.

A chegada de Liberato aos domingos, e o desgaste natural da atração, colocaram um ponto final no "Viva a Noite" em 1992. Seu formato seria aproveitado para a criação do "Domingo Legal", em 1993. O programa seguiu sendo amado pelos seus fãs e por admiradores da cultura dos anos 80. Esse movimento fez o SBT trazer de volta o semanal em 2007, com Gilmelândia, Supla e Bruno Chateaubriand. Mas como nem tudo do passado funciona no presente, a segunda versão foi cancelada em 2008.

Curiosidade: você já deve ter notado que no começo da carreira, Gugu usava o microfone do Silvio Santos. Outros apresentadores da casa na época, como Raul Gil, J. Silvestre e Sérgio Chapellin, também o utilizaram. Porém a ideia nesta atração, que partiu do patrão, era ter a cada semana um "clone" dele apresentando o programa. O iniciante animador deixou de usar o equipamento em 1985, aproveitando a mudança de cenário, e passou a usar um microfone de lapela. Pouco tempo depois aderiu a um modelo de mão. Os "queijos", como são chamadas em cenografia as bases redondas onde ficavam as bailarinas, com bambolês que giravam em volta das moças a cada música, foi copiado do filme "Superman", de 1978.

Vale muito a pena ver e rever a abertura do programa, alguns sonhos malucos, algumas provas da gincana "eles e elas", e o Baile dos Passarinhos, que encerrava o "Viva a Noite". Agradecimentos: Abril, reprodução/SBT, hkuniochi, 8desetembro, claudiard1981, 9desetembro e FESTA388.