Nesta semana nos despedimos de um dos responsáveis pelo padrão do telejornalismo brasileiro. Armando Nogueira começou sua carreira em importantes jornais do Rio de Janeiro. Chegou à TV em 1959, na TV Rio, a convite de Walter Clark. Em 1966, o mesmo Walter Clark, recém chegado à TV Globo, chamou Nogueira para reestruturar o jornalismo da emissora dos Marinho.
Na Globo, Armando queira acabar com o jornalismo de agência, realizado por noticiários da época como o Repórter Esso. Explico: as notícias não eram produzidos pelas emissoras, mas pelas agências que patrocinavam os telejornais. As TVs apenas exibiam os programas. As primeiras iniciativas foram o TeleGlobo e o Jornal da Globo, que em nada se parecia com o atual JG.
Em 1969, o primeiro satélite brasileiro permitiu que as emissoras de televisão operassem em rede. Naquela época era uma grande loucura. Não era confiável ou seguro. A comunicação entre as afiliadas era complicada, mas a Globo e Armando não tiveram medo. Em 1º de setembro daquele ano, às 19:45, estreou o Jornal Nacional, o primeiro telejornal em cadeia nacional. Em pouco tempo o JN se tornou o principal noticiário da TV brasileira, como é até hoje.
Armando Nogueira sempre teve um cuidado especial com o texto, e tirou da TV os "vícios" do rádio, valorizando o que o veículo tem de mais importante: as imagens. Para isso, uma escrita clara, direta, objetiva com o público foi a grande sacada do jornalista. Armando comandou a Central Globo de Jornalismo de 1966 a 1990. Após esse período, Armando voltou a se dedicar mais às sua paixões, como o jornalismo esportivo, em especial o futebol, e a aviação.
É loucura falar em telejornalismo sem falar em Armando Nogueira. É loucura falar em grandes nomes do jornalismo brasileiro sem citar Armando Nogueira. É loucura um apaixonado por televisão e pelo telejornalismo deixar passar em branco em seu blog o falecimento de Armando Nogueira. Um apaixonado pelo texto, pela notícia, quem primeiro entendeu o jornalismo em TV.
Lamentavelmente não pude conhecê-lo pessoalmente, porém à distância sempre o admirei por toda sua história. Se hoje faço jornalismo, sinta-se responsável. Se amo televisão, sinta-se responsável. Se hoje amo telejornalismo de qualidade, você é um dos culpados. Sua paixão me contagiou, e não tem cura. Obrigado, Armando Nogueira.
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