sábado, 29 de dezembro de 2012

MULHERES, CALOR E PRÊMIOS

Primeiro time de apresentadoras do game, em 1998
Depois de uma fase de investimentos em programação qualificada, o SBT resolveu voltar às suas origens mais populares, e apostou em atrações que foram sua marca durante seus primeiros dez anos. Foi baseado neste pensamento que Silvio Santos lançou "Fantasia", em dezembro de 1997.

Inspirado no formato original do italiano "50 Mulheres", o game que dava prêmios em dinheiro para os telespectadores através do telefone ia ao ar nas tardes da emissora, de segunda a sexta. Meia centena de belas moças foram selecionadas, entre milhares de meninas que fizeram testes. Detalhe: as audições valiam tanto para as assistentes de palco, como para as apresentadoras. O número de meninas cresceu, com o passar do tempo, e chegou a ter 75 modelos, aproximadamente.

As primeiras condutoras da atração foram Adriana Colin (ex-Banana Split e futura assistente do Faustão), Débora Rodrigues (ex-sem terra, que há pouco tinha sido capa da Playboy), Jackeline Petkovic, e Valéria Balbi. Muitas brincadeiras do formato italiano, como o game do forno, e outras velhas conhecidas dos brasileiros, como a batalha naval, eram os quadros do programa. Na semana de estreia, devido ao número de chamadas promovidas pela emissora, "Fantasia" provocou duas panes no sistema telefônico de São Paulo. Eram mais de 100 mil pessoas de uma só vez tentando jogar com as meninas da TV! Foi necessário as apresentadoras pedirem para os telespectadores não ligarem mais.

Nesta primeira fase, que durou até agosto de 1998, Valéria Balbi se afastou para comandar um projeto jornalístico no canal, o "Noticidade". Jackie também saiu do vespertino no mesmo ano para assumir o lugar de Eliana, de partida para a Record, no infantil "Bom Dia & Cia". Para ocupar as vagas, duas assistentes foram promovidas a apresentadoras: Amanda Françoso e Tânia Mara, que também cantava o tema de abertura, "Fantasia no ar".

Maratona Fantasia

Daniela Mercury e Carla Perez no Fantasia, em 1998
Em novembro, ainda em 1998, a ex-dançarina Carla Perez ganhou este programa para estrear na TV como apresentadora, com algumas mudanças. A atração passa a ser dominical, contar com plateia e ter atrações musicais. Com a proibição do sistema de telefonia 0900, "Fantasia" sai do ar novamente, em agosto de 1999.

O SBT não desiste tão fácil, e com um número considerável de apresentadores contratados sem programa próprio, reúne esse time e reestreia o game em janeiro de 2000, ao vivo nos sábados, com cinco horas de duração. Essa maratona era comandada por Celso Portiolli, Christina Rocha, Lu Barsoti (descoberta por Silvio Santos na "Porta da Esperança"), Otávio Mesquita e Márcia Goldschimidt. Nesta época, houve uma mistura da primeira, com a segunda fase: o programa perde o auditório, mas continua a receber cantores e bandas. Foram incluídas brincadeiras clássicas do "Domingo no Parque", como "Bebê no Cadeirão" e "Corrida de Bebês". A atração é novamente cancelada em junho do mesmo ano.

Elenco de 2007 do programa de prêmios
Sete anos se passaram, e os fãs pediam o retorno do "Fantasia". Como uma estratégia para recuperar o segundo lugar, perdido para a TV Record, a mulherada volta ao vídeo a partir da 1h da madrugada. Este período teve como apresentadores Luiz Bacci, Hellen Ganzarolli e Caco Rodrigues. No segundo dia do programa, Luiz já estava fora. Com muito menos meninas (35 modelos), o visual das assistentes era mais praiano do que o eterno vestidinho que usavam desde 1997. No início de 2008, passou a ser  apresentado à tarde, mas pouco tempo depois voltou para premiar os sonâmbulos de plantão. No melhor estilo "Alô Christina", quem ligava para participar não podia dizer alô, mas "eu sou fã do SBT". "Fantasia" saiu do ar pela quarta vez em 17 de março, há quatro anos.

Curiosidades: desde 1997 até 2000 o cenário e o figurino das meninas foram sempre os mesmos! Em 2007, o ambiente caribenho foi repaginado, com pranchas de surf e outros elementos das praias brasileiras. Devido ao horário noturno, a cenografia desta época lembrava o antigo "Coquetel", de 1991. A ida para o intervalo comercial ficou marcada pelo elenco cantando grandes sucessos em karaokê, com letra para o telespectador acompanhar. Só não tinha a pontuação, do contrário seria uma vergonha em rede nacional! Muitos talentos foram revelados dentre as mais de 130 assistentes que por ali passaram nas quatro fases do programa. Destaque para as atrizes Ellen Roche, Lívia Andrade, Fernanda Vasconcellos, Viviane Porto e as jornalistas Izabella Camargo e Joyce Ribeiro.

Vamos rever cada uma das fases deste programa que virou mania nacional. Agradecimentos:Felipe Rubim, fitasjoia, coatelinha12, SuperMemoTV, tedcontatoss e Divulgação/SBT









quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"ELA NÃO VAI TER A MINHA IDADE"

A atriz Daniela Perez, morta em 1992
A novela "De Corpo e Alma" seria mais uma na trajetória da teledramaturgia brasileira. A trama de Glória Perez contava a paixão de Diogo (Tarcísio Meira) e Bettina (Bruna Lombardi). Ele, um íntegro juíz, mantinha um casamento de aparências com Antônia (Betty Faria), mas garante para a amante que irá colocar um ponto final no matrimônio.

Diogo, porém, não tem coragem de encerrar a relação. Bettina, desesperada, sai de carro e sofre um acidente. No hospital, ela é diagnosticada com morte cerebral. Seus órgãos são entregues para doação, e seu coração vai para a jovem Paola (Cristiana Oliveira). Com consciência pesada ao saber do ocorrido, o juíz vai atrás da nova dona do coração de Bettina, e os dois se apaixonam.

O folhetim provocou um aumento no número de doadores de órgãos, especialmente coração, em todo o país. Essa elevação foi constatada especialmente pelo InCor, o Instituto do Coração de São Paulo.

Além desta trama, a inversão dos papéis de homens e mulheres na sociedade foi apresentado pela boate Clube das Mulheres. Várias moças e até senhoras iam ao local acompanhar o striptease de homens fantasiados. Um deles, Juca (Victor Fasano) teve um polêmico romance com Stella (Beatriz Segall), uma frequentadora independente, rica e anos mais velha do que o rapaz.

O crime que chocou o público

Como disse no princípio, "De Corpo e Alma" seria mais uma novela, se uma morte trágica não fosse a maior lembrança do público sobre o folhetim. Em 28 de dezembro de 1992, o corpo da atriz Daniela Perez (22 anos), que vivia a personagem Yasmim, foi encontrado em uma região de floresta na Barra da Tijuca (RJ), com 18 punhaladas. No dia seguinte, as investigações da polícia concluíram que o ator Guilherme de Pádua seria o autor do assassinato. Guilherme trabalhava na mesma novela interpretando Bira, apaixonado por Yasmim. A esposa do ator, Paula Tomaz, confessou posteriormente a participação no homicídio.

O caso ganhou destaque internacional. O ator foi condenado a 19 anos de prisão, e Paula ficaria 18 anos na cadeia. Mas, na época do crime, o homicídio qualificado (praticado por motivo torpe, fútil ou com crueldade) não era considerado hediondo. A pena de seus réus poderia ser afiançada, ou ter seu tempo de regime fechado reduzido. Glória Perez, mãe de Daniela, mobilizou os veículos de comunicação, e conseguiu mais de 1 milhão de assinaturas para aprovação de emenda constitucional, que alterasse a Lei dos Crimes Hediondos.

Infelizmente a emenda não é retroativa, ou seja, em nada alterou o processo envolvendo o assassinato de Daniela. Porém existem atitudes que não são feitas para nossos contemporâneos. A mobilização da novelista nos prova que somente a vontade popular tem poder suficiente para mudar uma nação.

A repercussão 20 anos depois

Em 1999 o casal foi libertado, após ter cumprido sete anos da pena. Guilherme e Paula vieram a público, mesmo presos, através de entrevista ao "Fantástico"(TV Globo), para dar suas versões da história. Ele também falou com o "Programa do Ratinho"(SBT) e recentemente com o "Domingo Espetacular"(TV Record). A última aparição dele, já em liberdade e membro de uma igreja evangélica há alguns anos, foi duramente criticada, por não trazer nenhum fato novo. Segundo o jornal "O Globo", a Record foi processada por Glória Perez, proibida de reapresentar a matéria e, segundo a decisão da 12ª Vara Cível do Rio de Janeiro, pagará 500 mil reais por cada reprise da reportagem.

Nem todas as histórias de televisão terminam com finais felizes. Nem todo enredo ficcional pode ser mais cruel do que a realidade. Veja a homenagem que o elenco fez para a jovem atriz no dia seguinte a sua morte, e um vídeo com a música "Wishing on a Star", interpretada pelo conjunto The Cover Girls. Seria apenas mais um tema para uma personagem da novela das oito, mas se tornou uma das mais vivas lembranças de Daniela Perez.

Curiosidade: o título desta postagem foi retirada da frase dita pela atriz Beatriz Segall, na homenagem a Daniela. "Eu já tive a idade dela. Ela não vai ter a minha". Agradecimentos: danielsantosalves.blogspot.com, eltondecastro, fabiosc2010timao e TV Globo.





sábado, 22 de dezembro de 2012

A MESMA PRAÇA, HÁ 55 ANOS

Manoel de Nóbrega e Golias na "Praça da Alegria"
Dando sequência às comemorações dos 25 anos de SBT, "A Praça é Nossa" irá relembrar os quadro prediletos do público que acompanha o humorístico há tanto tempo. Os telespectadores podem entrar no site do programa e escolher qual dos inesquecíveis personagens da praça quer rever durante as férias do elenco atual em janeiro. Porém, os Nóbrega têm muito mais o que comemorar. A criação de Manoel de Nóbrega, que deu origem à atração da emissora de Silvio Santos, completa 55 anos em 2012. "Praça da Alegria" nasceu em 1957, na TV Paulista.

Antes de ir para a telinha, Manoel fez grande sucesso escrevendo humor para o rádio. Passou por diversas emissoras no Rio e em São Paulo, onde conquistou grande audiência com o programa "Cadeira de Barbeiro". O humorista trabalhava na Rádio Nacional, a maior potência de São Paulo, cujo proprietário era Victor Costa. O dono da rádio virou dono de televisão ao comprar a TV Paulista, canal 5 (atual TV Globo-SP). Todo o seu elenco passou a trabalhar também no novo meio de comunicação.

Victor Costa precisava erguer a audiência do seu canal, que estava muito distante das TVs Tupi e Record. Solicitou para Nóbrega a criação de uma nova atração, para entrar no ar imediatamente, em janeiro de 1957. O radialista pediu apenas 15 dias de férias e, na volta, bolaria o programa. Manoel foi para Buenos Aires, capital da Argentina. Na janela do hotel onde se hospedou, observava um senhor que ficava sentando num banco de uma praça em frente, sempre lendo um jornal. Todos os dias esse senhor estava lá, e conversava com os amigos inusitados que por ali passavam e se sentavam no banco. Nascia aí a fórmula humorística mais duradoura da história da televisão brasileira.

Ao chegar ao Brasil, Manoel de Nóbrega "inaugurou" a praça mais famosa do país, e se tornou sucesso nacional. Carlos Alberto de Nóbrega, filho de Manoel e um dos primeiros redatores do programa, costuma chamar a fórmula de "ovo de Colombo". A emissora não teria gastos com cenário, bastava uma tela pintada com árvores ao fundo de um banco de praça. Nele tudo poderia acontecer, e teria a identificação de todo o público, em qualquer lugar do Brasil, pois em todo lugar existe uma praça.

O dono do Baú e o banco dos Nóbrega

Silvio e Manoel em 1972
Como não existia rede, Nóbrega e seu elenco viajavam semanalmente para cidade maravilhosa, para apresentar o humorístico na TV Rio. A atração permaneceu na TV Paulista até o início dos anos 1960, quando se tranferiu para a TV Record. Em 1972, o humorístico passou a integrar o "Programa Silvio Santos", que estava na TV Globo. Pouco tempo depois, Manoel deixou de fazer a "Praça", mas permaneceu com Silvio, sendo jurado do "Show de Calouros".

Em 1976, Manoel de Nóbrega faleceu aos 62 anos, vítima de câncer. O programa ficou adormecido até 1977. Como homenagem após um ano do falecimento de seu criador, a Globo, por iniciativa de Carlos Alberto, retoma a "Praça" como um especial dentro do programa de Chico Anysio. O sucesso foi tamanho que ganhou espaço fixo na grade, mas quem se sentava no banco era o apresentador Miéle. A emissora manteve o programa no ar até 1978, quando ficou novamente apenas na memória do público.

Um mal-entendido do passado afastou Carlos Alberto de Nóbrega de Silvio Santos por 11 anos. As pazes foram feitas pelo sonho que ambos tinham: retomar a praça na TV. Após uma rápida passagem pela TV Bandeirantes, com "Praça Brasil", o redator chega ao SBT, então TVS, para comandar diretamente do banco mais famoso da telinha, "A Praça é Nossa", desde 07 de maio de 1987.

Talento "pra dobrar a esquina"

Muitos foram os tipos que foram eternizados no programa com Manoel e com Carlos Alberto: a velha surda (vivida por Rony Rios), o mendigo (que rendeu a marchinha "Me dá um dinheiro aí" ao seu intérprete, o showman Moacyr Franco), o homem de Itu (com Simplício, que deu fama à cidade onde tudo era grande), Cremilda (a grã-fina, esposa esnobe de Oscar, interpretada por Consuelo Leandro), e muitos outros. Merecem destaque o comediante Canarinho, ainda no elenco do programa, e o inesquecível Ronald Golias, que com Pacífico (Ô Cride, fala pra mãe...), Professor Bartolomeu Guimarães, Isolda e o Mestre, entrou definitivamente na história da nossa TV, e da "Praça" também.

Curiosidades: só na fase do SBT, já passaram pelo banco mais de 120 artistas. Na estreia da "Praça da Alegria", Silvio Santos esteve lá, para relembrar com Manoel os primeiros tempos do animador em São Paulo, a acolhida de Nóbrega e a gratidão eterna pelo Baú da Felicidade. Quinze anos depois, o dono do SBT repetiu o gesto e a emoção com Carlos Alberto. Silvio não se sentia à vontade tendo Manoel como seu funcionário, já que tudo o que tinha até então foi fruto de uma empresa que foi do radialista antes. O "contrato" do humorista, segundo a biografia "A Fantástica História de Silvio Santos", era verbal, e ele recebia da produtora do animador o quanto queria. Em 1957 quem primeiro se sentou no banco foi o filho de Manoel de Nóbrega, juntamente com Ronald Golias.

Lamentavelmente não existem muitos registros em vídeo do programa. Na TV Paulista era transmitido ao vivo, e não existia o vídeo tape. Os incêndios da Record destruíram grande parte do acervo também deste humorístico. A antiga sede da produtora Studios Silvio Santos perdeu muitos programas do seu arquivo devido às enchentes do bairro onde se localizava, a Vila Guilherme. Porém os únicos trechos da "Praça" com Manoel de Nóbrega são da época em que a atração estava com o ex-dono do Baú. Vamos conferir alguns trechos do programa deste período. Agradecimentos: almanarkitapema.blogspot, anosdourados.blogspot, schimidttvalenha, AndreaM30 e calulinho.







sábado, 15 de dezembro de 2012

MALLANDRAGEM NA GLOBO

Sérgio Mallandro na TV Globo
Há 20 anos saia do ar o programa "Show do Mallandro", na TV Globo. O contrato de Sérgio Mallandro e a emissora carioca durou apenas dois anos e não foi renovado.

O apresentador chegou ao novo canal embalado por seu sucesso no SBT, com "Oradukapeta". Uma das grandes entusiastas da contratação de Sérgio era Xuxa Meneghel, sua amiga desde a adolescência. Seu desafio não era nada pequeno: apresentar um programa de calouros e musicais no horário deixado pelo mestre dos auditórios Abelardo Barbosa, o Chacrinha, falecido três anos antes. Quem dirigia essa ousadia era Boninho, o futuro manda-chuva do reality BBB.

Para não ficar tanto tempo sem aparecer no vídeo, antes da sua estreia, Xuxa e Marlene Mattos, diretora da Rainha dos Baixinhos, convidaram Mallandro para cobrir as férias anuais da apresentadora no "Xou da Xuxa". Deu certo, o apresentador agradou os baixinhos. Com isso, a loirinha o chamou para comandarem juntos o quadro musical "Paradão dos Baixinhos" aos sábados.

Glu-glu no lugar da "Terezinha"

"Show do Mallandro" estreou nas tardes de sábado em 1991, com duas horas, antecedendo a novela das 18h. O programa tinha aspirantes a cantores, jurados, muitas brincadeiras, prêmios e musicais. A loucura era tanta que Sérgio iniciava o programa descendo preso por uma corda, do alto do Teatro Fênix, e se despedia subindo da mesma forma. Já nessa época ele contava com as Mallandrinhas, suas assistentes de palco, muitíssimo mais comportadas do que hoje em dia seriam. O programa não durou muito. 

Com o final da atração semanal, o "Show do Mallandro" passou a ser um infantil que antecedia o "Xou". O esquema era o mesmo da loirinha: brincadeiras, musicais e desenhos. O apresentador era assessorado em cena pelos Paquitos. A direção era de Paulo Netto, primeiro diretor de Xuxa na Globo, e supervisionado por Marlene Mattos. Aliás, nesta época a Rainha, o Mallandro e Marlene trabalharam muito pelo país afora, fazendo muitos shows, e em filmes como "Lua de Cristal" e "Sonho de Verão", este último só com Paquitas e Paquitos.

Com o cancelamento do programa, Sérgio permaneceu três anos fora do ar, até retornar para o SBT. É um artista com a imagem associada a emissora de Silvio Santos. A passagem do apresentador não é muito lembrada pela emissora dos Marinho. Mas a internet está aí para aqueles que não conheciam, e para aqueles que querem matar as saudades! Vejam chamadas do programa de sábado, as Paquitas, Patrícia Marx e Biafra cantando, uma chamada da versão infantil e algumas partes dela, além de sua abertura. Agradecimentos: Brasiltelevision2010, nicolson87, andrearteiro2, 8desetembro, MundoXuxa, afeitosaafeitosa, Emanunes, adreamatheus053 e TV Globo.







quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

LOUCURA QUER SABER

Na seção "Loucura Quer Saber", perguntamos qual novela deveria ganhar uma nova versão para substituir o sucesso "Carrossel", no SBT: "Chispita" (1984), "Chiquititas" (1997), "O Diário de Daniela" (2000) e "Carinha de Anjo" (2001). Vamos aos resultados.

Com 10% dos votos, "O Diário de Daniela" foi a última colocada. Em terceiro lugar, aparece a novela "Carinha de Anjo", escolhida por 26% dos leitores. Mas na primeira colodação, houve um empate entre "Chiquititas" e "Chispita". Ambas eram a preferência de 31% dos participantes da pesquisa, que permaneceu no ar por noventa dias.

Como já foi amplamente divulgado, "Chiquititas" ganha um remake, 15 anos após sua estreia na emissora de Silvio Santos. A trama era uma co-produção entre Brasil e Argentina com a TELEFE (Televisión Federal). Esta não seria a primeira vez que o SBT se uniria aos "hermanos" para realizar uma novela. "Antônio Alves, Taxista", com Fábio Jr. e sua então esposa Guilhermina Guinle, foi realizada com a Ronda Studios, e as lembranças deixadas não são nada boas. Problemas de elenco, texto e até cenografia fizeram do folhetim um fiasco.

Ainda assim, o dono do SBT resolveu apostar num dos grandes sucessos da TV Argentina: "Chiquititas" (pequeninas), exibida desde 1995. A trama se passava no orfanato Raio de Luz, e contava as aventuras de um grupo de crianças orfãs, lideradas por seu anjo da guarda na Terra, Carolina. Em meio aos conflitos reais, que todas as crianças passam, os pequeninos viajavam na fantasia, ou de serem adotados, ou pela magia de certos cantos escondidos da casa onde funcionava o orfanato. Além disso, sempre tinha espaço para a música.

Orfanato talentoso

Elenco de uma das temporadas de "Chiquititas" no SBT
Silvio não quis perder tempo, e a emissora logo realizou testes para escolher o elenco brasileiro da novela. Como os estúdios do SBT estavam todos ocupados, os artistas passaram a morar e gravar "Chiquititas" na Argentina, nos mesmos cenários de suas "hermanas". A cada 15 ou 20 dias, voltavam para o Brasil para cumprir a agenda de shows, bater ponto nos programas da casa como Gugu e Hebe, e matar a saudade dos familiares. Os atores e atrizes mirins tiveram que seguir, e alguns casos concluir, seus estudos em escolas de Buenos Aires, onde ficam os estúdios da TELEFE.

A trama com o elenco brasileiro ficou no ar de 1997 a 2001, com enorme sucesso, e revelando muitos talentos que brilham até hoje na TV: Fernanda Souza, Gisele Frade, Paulo Nigro, Carla Diaz, Jonatas Faro, Sthefany e Kayke Brito, Bruno Gagliasso, Débora Falabela  e muitos outros. Desta vez a emissora vai produzir a história sem a parceria argentina, nos estúdios da Anhanguera. A seleção de elenco, com os testes de canto, dança e interpretação já foram realizados. A trilha sonora será produzida por Arnaldo Sacomani. Vamos aguardar para ver a volta da turminha do Raio de Luz para a TV brasileira.

Alô criançada, ele voltou!!!

O "novo" Bozo está nas manhãs da TV
Falando em volta, outro que voltou a alegrar as manhãs, depois de 21 anos, foi o palhaço Bozo. De surpresa, o palhaço mais famoso do mundo apareceu no "Bom Dia & Cia", ao lado de Priscilla Alcântara em 3 de Dezembro de 2012. A presença do personagem seria para acostumar a nova geração, como uma preparação para seu programa solo, que ainda não tem data para estrear.

"Loucura Quer Saber": o retorno do Bozo ao SBT foi uma decisão certa? Participe da nossa nova enquete, à direita, logo abaixo do titulo do blog. Sua opinião é sempre muito importante para quem tem "Loucura por Te Ver"!!!

sábado, 8 de dezembro de 2012

A RESPOSTA ESTÁ EEEEEE...

Passa ou Repassa estreou no SBT há 25 anos
Muitos Quiz Shows fizeram a história da nossa telinha. Desde "O Céu é o Limite", de 1952 na Tupi, vários programas de perguntas e respostas conquistaram o público. Em 1987, o dono do SBT queria uma atração para substituir "Domingo no Parque", após quase 20 anos no ar. Estreou dentro do "Programa Silvio Santos" o então quadro "Passa ou Repassa".

A atração podia bem se chamar TV Meleca. Seus participantes saíam do estúdio inteiramente lambuzados. No início, duas duplas, de duas escolas, se enfrentavam a cada domingo, testando seus conhecimentos gerais. Se não soubesse a resposta, passava para o adversário. Caso o concorrente também não respondesse, repassava. Cabia a dupla arriscar ou pagar uma prova. A cada desafio, uma nova maluquice, uma nova melequeira!

Silvio Santos conduziu a disputa apenas um ano. Em 1988, Gugu Liberato assumiu o comando, e acrescentou um novo quadro, o mais famoso do programa: "Torta na Cara". As duas equipes montavam times com quatro integrantes que tinham que responder as perguntas corretamente, ou então teriam seus rostos (e as vezes cabelos) lambuzados com as tortas de chantily. Este formato consagrou "Passa ou Repassa" como um dos clássicos do SBT.

Durante os seis anos em que apresentou o "Passa", o apresentador promoveu disputas também entre artistas, suas famílias e até times de futebol. Sua coleção de camisetas de agremiações aumentou e muito nesta época!

"Celso vai levar tortada!"

Gugu comandou o "Passa" por seis anos
Gugu ficou à frente do programa até 1994, quando o "Domingo Legal" passou a ser apresentado ao vivo. Iniciando a sua transição do público infantil para o público adolescente, Angélica assumiu a apresentação do Quiz em 1995, com uma novidade: a exibição passou a ser diária, e a competição era realizada entre quatro escolas diferentes.

Em 1996, a loirinha pegou seu táxi, e se transferiu para a Globo. Silvio não queria perder a boa audiência do programa, e resolveu dar uma oportunidade para um ator de pegadinhas do "Topa Tudo por Dinheiro". Celso Portiolli já era radialista, e estava batalhando por uma oportunidade na emissora desde sua chegada em 1993. A felicidade bateu à sua porta com a saída de Angélica. Celso comandou uma primeira fase do "Passa" de 1996 a 1999.

A garotada do ensino fundamental passou a ganhar dinheiro na atração a partir de agosto de 2000. E mais, as crianças podiam fazer uma pergunta para Portiolli que, se respondesse errado, levava torta na cara. Uma farra! "Passa ou Repassa" ficou no ar por 13 anos. Houve um período de reprises em 2004 da fase infantil, comandada por Celso Portiolli.

Curiosidades: o formato original do programa é baseado no americano "Double Dare", da Nickelodeon (1986). Graças às novidades criadas aqui no Brasil, a partir de 1988, a ideia hoje é do SBT. O primeiro nome do quadro era "Passe ou Repasse". A frase "responde ou passa" foi um quadro dentro do "Cidade Contra Cidade", apresentado por Silvio Santos. Angélica ficou tão marcada pelo game show que, quando chegou à Globo, tratou de "adaptar" o "Torta na Cara" ao seu "Angel Mix". Na nova emissora, a brincadeira se chamava "Pergunta Torta". Dos quatro apresentadores, o único que levou tortada no palco foi Celso Portiolli.

Vejam agora a versão original de "Passa ou Repassa", a primeira chamada com Silvio Santos, as fase com Gugu, Angélica e Celso Portiolli, além de muita torta na cara e a prova final, que definia o campeão do programa.

Agradecimentos: sundaeslide87, Tratorrgs, passaourepassasbt, pombos0, MICOSDATV5, kbwaterworld e Reprodução/SBT.













sábado, 1 de dezembro de 2012

UM NAMORO ANTIGO...

Casal Mauro e Silvia que se conheceram no dominical
Quem vê Rodrigo Faro apresentando o quadro "Vai dar Namoro" talvez nem saiba que essa fórmula é uma das mais antigas na TV. O quadro, conhecido popularmente por "Dança Gatinho", tem sua inspiração numa atração de Silvio Santos, que completa 45 anos em 2012: o "Namoro na TV".

Ainda na TV Paulista, em 1967, o dono do Baú promovia encontros de solteiros e solteiras a fim de conseguir sair do palco da atração com um namorado ou namorada. Com o passar dos anos, Silvio se tornou quase um especialista em programas de relacionamentos, como "Casais na Berlinda" e "Vestibular do Amor".

Após esta estreia, o animador resolveu trazer de volta o programa, com uma roupagem americana, em 1979. O gringo "The Dating Game Show" (O Jogo dos Encontros) foi adaptado para as telinhas brasucas quando o dominical era transmitido pelas TVs Record e TVS, além da Rede Tupi. A mecânica era a seguinte: cinco belas moças solteiras escolhiam entre os inscritos, aquele solteiro que achassem ser "o par ideal". Cada um dos candidatos se apresentava no palco, e era sabatinado por Silvio e as meninas, que decidiam quem ficava ou se dispensavam o rapaz.

Esta fase do "Namoro" permaneceu no ar até 1987, já no SBT. Mas nem por isso Silvio Santos deixou de comandar programas sentimentais, e ainda criou o "Quer Namorar Comigo", "Em Nome do Amor" e "Casamento à Moda Antiga".

Paquera charmosa

As pretendentes escolhiam os nervosos solteiros no palco
Em 2006, quase vinte anos após a sua última edição, "Namoro na TV" volta ao ar reformulado, sob o comando de Celso Portiolli. O retorno aconteceu de maneira inusitada. Celso substituiu Adriane Galisteu no comando do vespertino "Charme", que sofreu algumas modificações. Uma delas foi a inclusão de um quadro de... namoros!

Deu certo. Adriane foi para as madrugadas e Portiolli assumiu o horário com "Namoro na TV e etc", que passou a ter outras brincadeiras com prêmios. O objetivo final do quadro, nesta época, era um beijão do casal finalista, que faturava 1000 reais. Durou apenas um ano. Em 2007 o programa passou para os sábados, com o nome de "Curtindo com Crianças".

Curiosidades: Michael Jackson e Arnold Schwarzenegger participaram do "The Dating Game Show", nos anos 1970. O rei do pop, ainda nos Jacksons Five, estava entrando na adolescência, enquanto o ator fortão estava começando sua carreira no cinema. O quadro de Silvio Santos participou de um capítulo da novela "Carmem", exibida pela concorrente Rede Manchete, em 1987. Pelo menos um casal voltou ao "Programa Silvio Santos", para celebrar o aniversário da união que soma mais de 20 anos. Mauro e Silvia se conheceram por causa do "Namoro na TV". Confira este e outros momentos deste clássico da TV brasileira. Agradecimentos: levyfioriti, osvaldoop1962, guily2006, veenicius, pontesmauro2007, michaeljacksonmyhero, octopusmagnificens e paginadosilviosantos.com.