quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

TESTEMUNHA DA HISTÓRIA


Hoje, vai ao ar na Rede Globo a "Retrospectiva 2010", às 22h15. Essa é mais do que uma tradição, não só da emissora dos Marinho, mas uma obrigação dos departamentos de jornalismo da televisão. Porém a gente nota que não existe uma certa criatividade, ou um esforço para tal, em exibir os principais fatos do ano de maneira diferente das concorrentes. Até mesmo o título do programa é igual.

Mas já houve uma tentativa de se fazer algo diferenciado. Em plena virada do milênio, a rede BBC de Londres realiza um documentário, passando a limpo todo o século XX. A TV Record adquiriu os direitos de exibição no Brasil, e levou ao ar "Testemunha da História", com apresentação do jornalista Boris Casoy. Normalmente nesses especiais, os jornalistas aparecem em pé, em um cenário virtual. No caso de "Testemunha", Boris se manteve na bancada, mas até o seu "boa noite" inicial, a câmera viajava por um túnel de fotos marcantes da história recente.

A Record gostou do estilo, e "Testemunha da História" seguiu por mais dois anos como o programa especial para o jornalismo retratar o ano que se encerrava. Mas em 2003 a direção da emissora resolveu acompanhar a concorrência e o programa voltou a se chamar "Retrospectiva".

Não existem muitos vídeos do programa no YouTube, apesar da Record ter lançado o "Testemunha da História" em DVD. Abaixo, você acompanha um pedacinho da última edição do jornalístico, em 2002.

Claro que não poderia deixar de desejar um ótimo 2011 a você, leitor e leitora do Loucura. Desejo que esse ano novo seja muito melhor do que 2010, muita saúde e muita força para correr atrás de tudo o que deseja. Espero continuar com sua agradável companhia no próximo ano, afinal nossa loucura não tem limites e ainda tem muita história pra contar, relembrar, compartilhar.

Feliz 2011!!! São os votos de quem tem Loucura por TeVer!!!

Agradecimentos: AcervoIdeal

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ESPECIAIS DE NATAL


Nessa época do ano é comum sentirmos uma certa magia no ar. A televisão é responsável em partes por criar esse clima. Hoje em dia menos, é verdade, mas era muito comum as pessoas aguardarem por especiais de natal. Todos os programas vestiam o gorro vermelho e enchiam seus palcos de muita neve artificial, luzinhas, canções próprias para a festa e emoção, muita emoção.

Não existe nenhum registro do primeiro especial de natal da telinha brasileira, certamente na Tupi em 1950. Até porque, a TV era toda ao vivo, e trabalhar no dia do aniversário do Salvador não é brinquedo!

Porém um programa que já é especial, por ser anual e ser do rei, se tornou uma marca da televisão brasileira. Roberto Carlos é presença confirmadíssima na ceia brasuca de Natal desde 1974, e de lá pra cá só se ausentou uma vez, em 1999, em razão do falecimento de sua esposa Maria Rita, vítima de câncer.

Como a festa do Natal é quase sinônimo de criança, elas também não poderiam ficar sem presente. Enquanto esperam a chegada de Papai Noel, acompanham a chegada da nave de Xuxa Meneghel, com suas histórias que marcaram gerações desde os anos 1980.

Muitos programas de auditório também fizeram especiais para a véspera ou o dia 25 de dezembro. Em 1999, Gugu Liberato levou Padre Marcelo Rossi e toda a equipe do "Domingo Legal" para João Pessoa, na Paraíba, e de lá fizeram o programa dominical, em clima de mega show, com vários outros artistas convidados. Silvio Santos já fez muitos programas especiais, principalmente no "Domingo no Parque", seu quadro infantil. Raul Gil chegou a estender a festividade para o ano todo, com o programa "Todo Domingo é Natal", na TV Bandeirantes.

É dificil saber se a garotada aguarda o Natal com a mesma ansiedade que a gente tinha. Contudo, o que não podemos deixar morrer é a magia desta data. Não podemos deixar que o encantamento da história do nascimento do Deus-menino se perca, sem contar sua importância.
O presente não é essencial, mas sim o carinho e o afeto que o dia sugere.

A você, querido leitor, desejo que tenha um santo e feliz Natal. Que o Menino Jesus renasça no seu coração!!!

Assistam a esses dois ícones dos especiais natalinos na TV, cantando "Estrela Guia".



Xuxa e Roberto Carlos em "RC Especial", da TV Globo - 1991

Com informações de: www.planetagugu.com.br
Agradecimentos: juliodomingas, myckon e TV Globo

sábado, 11 de dezembro de 2010

80 ANOS VITORIOSOS


Neste domingo, Silvio Santos completa 80 anos de vida, e no ano que vem completa 50 anos nas telinhas brasucas. O carioca Senor Abravanel vai celebrar seu aniversário, como tem feito nos últimos anos, nos Estados Unidos. Seu nome tem aparecido muito ultimamente devido ao rombo de R$ 2,5 bilhões no seu banco PanAmericano. Como garantia pelo empréstimo que tomou junto ao Fundo Garantidor de Crédito, uma entidade privada criada pelos bancos, o animador deu todas as suas empresas, incluíndo a sua menina dos olhos, o SBT.

Por este aspecto, a família talvez não comemore com o mesmo entusiasmo. Mas pelo conjunto da obra, não só os Abravanel, mas todo o Brasil tem muito o que comemorar! Um exemplo de vida, trabalho, honestidade, dedicação e determinação. Recentemente, a TV Record lhe prestou uma homenagem no "Domingo Espetacular". Algumas imagens de arquivo são bem conhecidas dos internautas, outras, como do anúncio de lançamento da TVS-Rio em 1976, são raridades. A emissora surpreendeu ao dedicar 50 minutos ao concorrente, que também conseguiu a liberação do SBT para que seus artistas dessem entrevistas ao jornalista Marcelo Rezende.

Silvio agradeceu a Marcelo pela brilhante reportagem, que contou toda sua história, do menino camelô ao empresário que mais paga imposto de renda no país. Você confere a matéria completa aqui no Loucura!!!

Quem não viu, vai ver! E quem já viu, vai ver de novo!!!

Agradecimentos: cristianorec, sbt.



A HISTÓRIA DE SILVIO SANTOS (PARTE 1/4)


A HISTÓRIA DE SILVIO SANTOS (PARTE 2/4)


A HISTÓRIA DE SILVIO SANTOS (PARTE 3/4)


A HISTÓRIA DE SILVIO SANTOS (PARTE 4/4)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

UM ANO SEM LOMBARDI


Há exatamente um ano, o Brasil finalmente pode conhecer o dono da voz mais misteriosa da televisão. Pena que foi por ocasião da sua partida pro andar de cima. Em 2 de dezembro de 2009 faleceu Luiz Lombardi Neto, o Lombardi, eterno locutor de Silvio Santos.

Dono de uma voz inconfundível, o locutor de chamadas da TV Globo canal 5 de São Paulo queria ser narrador esportivo. Mas quis o destino que os caminhos dele e do Homem do Baú se cruzassem em 1965. Silvio queria um locutor para um novo quadro que iria lançar no seu programa de domingo, "Só Compra Quem Tem". Lombardi contou que, ao realizar o teste, o animador fez um sinal positivo para Luciano Callegari, diretor de produção da atração. E assim eles começaram. O locutor largou a Globo e foi junto com Silvio inaugurar a TVS-Rio em 1976, e se tornou marca registrada do domingo televisivo, sem nunca ter seu rosto no vídeo. Apenas as colegas de trabalho, que frequentam os auditórios, conheciam o misterioso locutor. O dono do SBT fazia questão de apresentá-lo antes de iniciar a gravação.

Sempre que algum imitador fazia as vezes de Silvio Santos, era necessário que mais alguém "aparecesse" como Lombardi. Suas locuções são inesquecíveis, e deixam todos os fãs do "Programa Silvio Santos" saudosos da voz que anunciava os prêmios, após a deixa "é você, Lombardi!"

Muito se cogitou na época sobre um substituto para o parceiro do dono do SBT. Mas seu lugar foi eternizado, e suas funções foram divididas. Patrícia Salvador faz os anúncios dos produtos Jequiti no "Roda a Roda", e um outro locutor, que já fazia os comerciais da Telesena, assumiu as chamadas para os resultados parciais. Silvio, no palco do sorteio, é que "canta" os números sorteados.

Lombardi também trabalhava na Rádio ABC, de Santo André. Lá, seu acessor era Levy Fioriti, um fã como poucos do trabalho de Silvio Santos e Lombardi. Ele é o criador da Página do Silvio Santos, onde podem ser encontradas curiosidades sobre o animador. Seu canal no Youtube possui vídeos incríveis, como essa entrevista de Luiz Lombardi.




Nas comemorações dos 28 anos da emissora, Lombardi deu uma entrevista para Beto Marden.




Esta foi a homenagem que o SBT prestou a um de seus mais antigos, e leais, funcionários.




No dia da morte de Lombardi, Silvio gravou seu programa, mas não mencionou o ocorrido. Fez apenas uma menção "aos amigos que já se foram".
Agradecimentos: levyfioriti, meliponarioprimavera, 001videomix, genilsonsantos.

sábado, 20 de novembro de 2010

JUNTOS NOVAMENTE... ATÉ AMANHÃ!!!

Desculpem a demora, estive fora do ar por "problemas técnicos". Mas agora estou de volta! Recomeçar sempre é importante. E o amanhecer é sempre o novo início da vida para todos nós.

Hoje em dia, apenas a TV Cultura de São Paulo não fica 24h no ar. Mas antigamente, as emissoras encerravam suas programações por volta das 3 da madrugada, para iniciar suas atividades lá pelas 6h ou 7h da manhã. Para desejar um bom dia, algumas TVs criaram vinhetas para despertar o telespectador e mantê-lo grudado na telinha.

A mais famosa é a da TV Globo. Atualmente, como o canal não encerra sua programação, muito de vez em quando essa vinheta aparece, anunciando a programação do dia.




Durante seus 15 primeiros anos de vida, o SBT também tinha uma maneira bem interessante de começar seus trabalhos. A emissora mostrava um mapa do Brasil com as afiliadas brilhando. Claro que, ao longo dos anos, a rede cresceu e a vinheta foi se modificando.



Os mais saudosistas devem se lembrar do "M" voador, sobrevoando as cinco capitais onde a Rede Manchete tinha emissoras próprias. A vinheta, moderníssima para 1983 e que acompanhou toda a trajetória do canal até 1999, tem como trilha de fundo uma composição do conjunto Roupa Nova. Inesquecível.




Não contente em dar bom dia, a TV também costuma dar também boa noite. Uma das primeiras também foi a Globo. Nos anos 70 eles já falavam em "Aldeia Global"!




A pioneira TV Tupi, pouco antes de fechar as portas, também fechava a programação com uma vinheta muito interessante, mostrando muitos bastidores de suas produções.




No mesmo caminho, a TV Bandeirantes também desejava um bom sono aos seus telespectadores, mostrando as entranhas da emissora, mas também subia os créditos de todas as suas afiliadas até então! Imagina se alguém ficasse de fora, como ficaria ofendido.



Uma das mais curiosas aberturas ou encerramentos é da TV Cultura. A emissora do governo do Estado de São Paulo iniciava o dia, ou encerrava à noite, com o hino nacional.



Com essas várias formas de dar bom dia, ou boa noite, é que desejo a você um bom dia, ou boa noite, e até quem sabe boa tarde ou boa madrugada! Fique ligado!

Agradecimentos: rdutrabh,tvemvideos,XWKO,JorjaoVideoBR,Danilorodrigues,leoauricchio, TV Globo, TV Bandeirantes, TV Cultura e SBT

domingo, 24 de outubro de 2010

JÁ ACABOU? MAL SOUBE QUE COMEÇOU...


Na semana passada encerrou mais uma edição do reality show "Hipertensão", na TV Globo. Ok, a audiência garantiu a liderança para a emissora, mas será que só isso faz o sucesso de uma atração? Para mim, se não está na boca do povo, gerando comentários, burburinhos, ou até mesmo repercutindo nos programas vespertinos das emissoras menores, não agradou tanto assim. Esse talvez seja o caso.

Escatologias, como comer olho de boi cru, ou nadar em tanque de água cheio de cobras, atraem mas não repercutem. E um programa de sucesso vira conversa fácil no meio do povão. Sem contar que, apesar de gostar muito do trabalho da jornalista Glenda Kozlowski, senti que a apresentadora não estava totalmente à vontade. Em algumas provas, sua expressão de repulsa era focalizada pelas câmeras.

O público sempre espera coisas novas, e não uma repetição. A impressão que tive é de assitir a um "No Limite" mais compacto. Como já disse, o programa cumpriu seu papel como produto: ter audiência e deter a concorrência, que acaba de lançar outro grande reality: "A Fazenda" da TV Record. Quanto ao conteúdo, está na hora dos produtores deste gênero de programa refletirem o que vale levar ao ar para garantir uns pontinhos a mais no IBOPE. Algumas produções descambam para a apelação barata.

Pelo menos os índices de "Hipertensão" foram bons. E o "Busão do Brasil", na TV Bandeirantes, que percorreu quilômetros pelo país a fora, e o povo não deu sinal para embarcar, passou direto!? Reunir 12, 13, 14 ou 15 "personagens", confiná-los em um determinado lugar, móvel ou não, isolados do mundo, e submetê-los às provas mais malucas ou até humilhantes, não são necessariamente garantia de sucesso.

Agradecimento: terra.com.br e TV Globo

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ERA UMA VEZ, EM PAQUETÁ... UMA NOVELA


Puxa, já faz uma época que não falo sobre novelas! Pois muito bem. Vamos então falar de novela... de época!

O horário das seis da TV Globo sempre foi reservado para adaptações de grandes obras da literatura brasileira. No dia 20 de outubro de 1975, a emissora dos Marinho lançava mais um campeão de audiência: A Moreninha, baseada na obra de mesmo nome de Joaquim Manoel de Macedo.

Em 1866, na linda ilha de Paquetá, a moreninha Carolina (Nívea Maria) sonhava em rencontrar o seu primeiro amor, Augusto (Mário Cardoso). Eles se conheceram quando ainda eram crianças e juraram amor eterno. Carolina se tornou a moça mais cortejada da ilha. Augusto retorna para Paquetá e conhece Felipe (Marco Nanini). Eles se tornam amigos. O que Augusto não sabia era que o mais novo amigo era irmão daquela moreninha que conheceu quando ainda era moleque. Clementina (Maria Cristina Nunes) é amiga de Carolina e arranca suspiros de Felipe. Porém Clementina acaba se apaixonando por Augusto. Quando Carolina e Augusto se reencontram, Clementina tenta atrapalhar de todas as maneira o romance do casal.

O autor da novela, Marcos Rey, buscou ambientar a trama na segunda metade do século XIX, para poder contar também fatos históricos, como a Guerra do Paraguai e a luta abolicionista. Dirigida pelo saudoso Herval Rossano (o mesmo que trabalhou em A Escrava Isaura na Record), A Moreninha teve 79 capítulos que encantaram o público com uma belíssima produção de época.

Curiosidade: essa foi a segunda versão do livro de Joaquim Manoel de Macedo adaptada para a telinha. A primeira foi ao ar também pela TV Globo, em 1965, com Marília Pêra e Cláudio Marzo como protagonistas do romance de Paquetá.

Confira a abertura da novela e o último capítulo da trama, pois você ficou curioso pra saber como termina, não é?

Fonte: Guia Ilustrado TV Globo - Novelas e Minisséries
Agradecimentos: dopantanalaovelhochico.com.br, flaviomaj, 7desetembro e TV Globo


A Moreninha - abertura de 1975


Último capítulo da novela, exibido em 6 de fevereiro de 1976

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DUAS DÉCADAS DE MTV


Não se pode deixar de lado o aniversário da primeira TV segmentada do país!

Em 1990, quando a TV brasileira completava 40 anos de existência, os moradores do bairro do Sumaré, em São Paulo, sentiam certo saudosismo. Naquele ano completava-se uma década do fechamento da pioneira TV Tupi. Todos ali presenciaram a tristeza de alguns e a alegria de outros pelo fim da agonia da emisora.

O Grupo Abril ganhou uma concessão de televisão anos antes. Então alugaram o prédio onde antes funcionava a emissora associada. Em parceria com a Viacom, empresa norte-americana, o grupo lança em 20 de outubro a filial brasuca da Music Television Network, ou simplesmente MTV. A primeira emissora "teen" e totalmente musical do país.

A linguagem da MTV sempre buscou um público jovem, e em alguns casos até alternativo. Inovou em formatos e temas. Provocou, ousou, criou e assim conquistou uma audiência cativa. Até quando tentaram tirar os videoclips da programação, a intenção era ser uma opção já que todos tem acesso ao clip antes na internet. Ainda bem que voltaram atrás! Com essa medida foi extinto um dos programas mais antigos do canal, o Disk MTV, mas que renasceu como Top 10 MTV.

Quantos talentos a emissora revelou: Astrid Fontenelle, Gastão Moreira, Maria Paula (a "8ª casseta"), Otaviano Costa, Thunderbird, Cuca Lazarotto, Marina Person, Cazé, Sabrina Parlatore, Adriane Galisteu, Edgar Picolli, Chris Couto, João Gordo e muitos outros. A maioria desses VJs estão em outras televisões, mas foi no humor atual que o canal encontrou mais um caminho para o sucesso, e apostou em caras novas como Marcelo Adnet, Dani Calabresa, Bento Ribeiro, Paulinho Serra, Tatá Werneck, Rodrigo Capella, e vários outros destaques do stand-up comedy nacional.

São 20 anos de sucesso entre o público e também no meio musical. A MTV preparou especiais que relembram a trajetória do canal como A História da MTV e MTV Ano a Ano. Vale a pena conferir não apenas aqueles clips que marcaram época, mas também os programas e esses VJs que hoje seguem fazendo história na telinha (além de se divertir com o visual anos 90 de alguns apresentadores e cantores, é hilário!!!)

Saiba em que horários são exibidos esses especiais no site: http://mtv.uol.com.br/noar/

Agradecimentos: www.mtv.com.br

Confira o primeiro videoclip apresentado pela MTV, em 20 de outubro de 1990!


Garota de Ipanema, com Marina Lima

domingo, 26 de setembro de 2010

57 ANOS DE RECORD


Neste dia 27, a TV Record completa 57 anos de atividade. Parte desta história já foi contada na homenagem deste blog a Paulinho machado de Carvalho, falecido recentemente. Então vamos falar de algumas curiosidades desta emissora.

A estreia iria acontecer em 7 de setembro, já que seu canal na cidade de São Paulo é o 7. Mas problemas técnicos adiaram a inauguração em 20 dias. A programação exaltava os "setes famosos", como as sete maravilhas do mundo, os sete dias da semana, as sete cores do arco-íris, e outros setes. A primeira sede da Record foi construída em um antigo cassino, próximo do aeroporto de Congonhas, na capital paulista. A fachada principal, com o primeiro logotipo da estação, continua no prédio até hoje.

Por alguns anos, a TV Record foi parceira da TV Rio, na capital fluminense. A emissora carioca ficava no canal 13. Por isso, em São Paulo, o número da sede da Record, na Av. Miruna era 713 (7+13). Juntas, essas estações, e as estações de rádio de Paulo Machado de Carvalho, formaram as Emissoras Unidas. A primeira transmissão em rede de uma partida de futebol do Rio para São Paulo foi realizada pela parceria.

A Record sofreu vários incêndios ao longo de sua história. O primeiro aconteceu em 1960, quando suas instalações na Av. Moreira Guimarães foram destruídas. A emissora se instalou inteiramente no Teatro Consolação. A situação foi tão séria que o palco virou estúdio, e as cadeiras do auditório foram retiradas para ampliá-lo. Lá, o canal decolou em audiência, e lançou grandes sucessos como o humorístico Família Trapo, primeira comédia familiar da tv brasileira, A Praça da Alegria, liderado por Manoel de Nóbrega, e Hebe, o programa de entrevista que chegou a quase 80 pontos de audiência. Mas esse teatro também pegou fogo, e a TV Record se refugiou no Teatro Paramount, onde os históricos Festivais da Música Brasileira fizeram brilhar os nomes de Gil, Caetano, Gal, Jair Rodrigues, Elis Regina e muitos outros. A cada novo incêndio, o canal 7 tinha prejuízos enormes com estúdios e equipamentos. Sem contar a perda maior que foi o acervo de imagens.

Nos anos 1970 e início dos anos 1980, associada a Silvio Santos, a Record, junto com a TVS do Rio, liderou a REI - Rede de Emissoras Independentes. O canal 7 estava sucateado, sem grandes investimentos em estrutura e em programação. Em 1989, a emissora foi vendida para Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus. No começo dessa nova fase, a programação era em grande parte evangélica, mas foi diminuindo com o tempo, e a baixa audiência. Em 1995, quando se mudou para o bairro da Barra Funda, a Rede Record já era 3ª no IBOPE.

A partir dos anos 2000, a emissora cresceu vertiginosamente, intensificando a produção de jornalísticos e novelas, a partir da aquisição dos estúdios do RecNov no Rio de Janeiro. Hoje, a Record ocupa o segundo lugar e continua investindo em qualidade tecnológica e de programação.

Para aqueles que curtem imagens de arquivo, vai uma boa notícia: a emissora está digitalizando todo seu acervo, e pretende disponibilizá-lo para consulta pública! É aguardar.

Parabéns Rede Record. São 57 anos de bons serviços e muitos sucessos!

Veja este clipe, produzido nos 50 anos do canal, com imagens do principais nomes que passaram pela emissora até então, e a evolução de seus logotipos.

Agradecimentos: meliponarioprimavera e guinrealtek


Artistas que fizeram a Record


Logotipos do Canal 7

sábado, 18 de setembro de 2010

UMA "SEX" COM TUDO A VER!

Eu a conheço praticamente desde que nasci. Ela tinha 33 anos então, mas era linda, me fascinou desde o primeiro encontro. Apesar de passado tanto tempo, continua muito bonita.

Foram muitos momentos incríveis que passamos juntos. Quantos domingos no parque! Eram tardes bem gostosas. Viagens a bordo de naves, trenzinhos e balões que não saem da memória. Fomos ao circo diversas vezes. As palhaçadas, as trapalhadas corriam soltas. A ordem era sempre rir. Conheci castelos onde a senha era a alegria e a educação divertida. Eram xous diários, mas que aconteciam também nos fins de semana, tornando sábados e domingos animados.


Ela acompanhou minha adolescência, meus anos incríveis, minhas confissões. Eram tantos programas livres que curtíamos juntos. A galera que não dispensa azaração, milk shake, malhação também estava junta até altas horas. Na hora H estava todo mundo lá.


Assisti muitos esportes com ela. Futebol, Vôlei, Fórmula 1, e vários outros. Sempre me deixou de olho no lance. Esporte é algo espetacular. Não há sensação melhor do que bola na rede, o gol, o grande momento do seu time, ou o apito final que decreta a vitória.


Mas ela sempre me mantém informada, sobre tudo o que acontece no Brasil e no mundo. A notícia nos une a milhões de brasileiros aqui e agora. Vimos coisas ótimas e péssimas. Fatos que nos dão vergonha e orgulho. Somos testemunhas oculares da história. Isso é fantástico para mim.


Vivemos muitos dramas juntos. Conhecemos um monte de Helenas que, coincidentemente, moravam no Leblon. Tinha uma viúva que foi sem nunca ter sido, um prefeito que se elegeu prometendo a construção de um cemitério, mutantes com poderes incríveis, as gêmeas que moravam numa praia e pensavam de forma tão diferente. Foram muitos Ti-ti-tis, brasileiras e brasileiros, rainhas de sucata, pantanais, donos e fins de mundo que nos fizeram imigrantes em universos de pura emoção.


Por ela, as mulheres conquistaram seu espaço, fizeram o melhor da tarde em cozinhas maravilhosas. Porém o “sexo frágil” de hoje é muito mais ligado ao que acontece no mundo que o cerca. Ela e eu estamos muito grudados. Não consigo me afastar dela. O que sentimos um pelo outro continua vivo. Até hoje ela me diz “sou muito mais você”.


Esse amor também se deve às pessoas que conheci por ela. O dono sorridente de um Baú, uma loira gracinha, um palhaço que se comunicava e não se trumbicava, aquela dona que curtia uma marvada pinga, um homem que gosta de banquinhos e chapéus, um senhor que quebrava discos, e muitos outros que lotam um auditório fácil. Um não, vários.


Nós conhecemos uma praça engraçada. Era uma zorra sempre que chegávamos lá. Parecia que as pessoas estavam em pânico, em um prédio de quinta categoria, que balançava mas não caía. Porém estavam apenas rindo e fazendo rir em quinze minutos.


Quantas vozes embalaram esse relacionamento. Rainhas e reis da voz, ternurinhas e tremendões, pimentinhas e saputis, e tantos outros... Velhos tempos, belos dias.


Esse caso de amor não é exclusivo meu. Também existe com outros milhões de brasileiros.


Ela completa hoje 60 anos. Está moderna, fez plástica, está mais bonita, usa cores muito mais vivas. Quando chegou, em 1950 só usava preto e branco. Coitada, ainda foi confundida, sendo considerada uma nova modalidade de rádio. Também pudera, ninguém a conhecia. Mas depois que a compreenderam se apaixonaram.


Ela é muito criticada atualmente. O amor tem dessas coisas. Sempre se quer o melhor de um relacionamento. Mas ela é sem dúvida, junto com o futebol e o carnaval, uma grande paixão nacional. Mais do que isso, uma loucura.


Parabéns, TV brasileira. O Brasil tem Loucura por TeVer!

Veja o clip do lançamento da TV digital, em 2007, que reúne alguns dos nomes e momentos inesquecíveis dessa SEXagenária apaixonante!

Agradecimentos: koball222



TV no Brasil: 60 anos de muita história, talento, amor e loucuras.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Esses loucos da TV... ESPECIAL


O nome merece o post excepcional. Morreu ontem aos 86 anos o empresário Paulo Machado de Carvalho Filho, conhecido no meio televisivo como Paulinho Machado de Carvalho, devido a uma neoplasia maligna de próstata, no Hospital Sírio-Libanês na capital paulista. O mais velho dos três filhos do fundador da TV Record esteve à frente da emissora até 1989, quando vendeu o canal, juntamente com seu sócio Silvio Santos, para o líder da Igreja Universal, o bispo Edir Macedo.


O empresário começou a trabalhar aos 16 anos, na Rádio Record. Em 1944 conseguiu convencer o pai, o Marechal da Vitória como ficou conhecido por sua atuação nos bastidores da Copa de 1958, a lançar uma rádio esportiva. Nasceu assim a Rádio Panamericana, que se tornou Rádio Jovem Pan a partir de 1965. Essas duas emissoras, mais a Rádio São Paulo que produzia rádionovelas, formavam o grupo Emissoras Unidas. Paulinho e seus irmãos, Antônio Augusto Amaral de Carvalho (o "Seu Tuta, dono da Jovem Pan) e Alfredo (já falecido) foram trabalhar nos negócios do "doutor" Paulo, pai dos três.


Em 1953, as Emissoras Unidas inauguram a TV Record, com os mais modernos equipamentos para se fazer televisão, na época. A sede ficava na Avenida Miruna, 713, próxima ao aeroporto de Congonhas. Muitas vezes foi necessário parar gravações em estúdio devido ao barulho de pousos e decolagens de aviões. A Record ficou ali até 1995, quando comprou a sede da antiga TV Jovem Pan, na Barra Funda, zona oeste paulistana.


Paulinho sempre foi o diretor artístico da emissora. Foi o responsável pela criação de programas históricos da telinha como Família Trapo, O Fino da Bossa, Bossaudade, Corte Rayol Show, Show do Dia 7, Esta Noite Se Improvisa e muitos outros da era de ouro do canal 7 paulistano, nos anos 1960. Sem esquecer os Festivais que revelaram nomes consagrados da MPB, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Giulberto Gil, Rita Lee, Elis Regina, Edu Lobo, e a Jovem Guarda de Roberto, Erasmo, Wanderléa e a turma do iê iê iê.


A Record primava por shows musicais em sua programação, e Paulinho não media esforços para trazer o melhor para o telespectador. Pelos palcos da emissora passaram Steve Wonder, Bill Halley e seus Cometas, Rita Pavone, Amália Rodrigues e muitos outros.


Nos anos 1970, uma séria crise financeira o levou a se associar a Silvio Santos. Mas Paulinho nunca abriu mão da direção artística e de programação do canal. Há quem acredite que se isso não tivesse acontecido, talvez o dono do Baú nem se interessasse em obter as concessões da Tupi. Quando o animador ganhou essas emissoras e montou o SBT (na época TVS) em 1981, a Record ficou de lado, transmitindo apenas para o estado de São Paulo. Para regularizar a situação de Silvio (a lei brasileira não permite um grupo possuir duas emissoras na mesma frequência, na mesma cidade), e salvar a empresa, o canal 7 foi vendido por 45 milhões de dólares para Edir Macedo. Paulinho também foi presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), em 1980.


Paulinho Machado de Carvalho é considerado um dos melhores diretores de televisão do Brasil. Mais um louco por essa caixa de imagens, que fez um capítulo importante da história deste veículo, e que vai deixar importantes ensinamentos... e muita saudade, claro.


Confira algumas apresentações internacionais trazidas para se apresentarem na TV Record por Paulinho Machado de Carvalho, na década de 1960.


Agradecimento: G1 com informações de O Estado de São Paulo, museudatv.com.br, ABERT, AlessandroLatimore, CanalMemoria e tuliojazz




Amália Rodrigues canta nos palcos da Record


Rita Pavone fez sucesso com seu martelo por aqui


O cantor Steve Wonder também foi trazido ao Brasil por Paulinho

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

VAMOS DEBATER O ASSUNTO...


Estamos em período eleitoral. E sempre aconteceu um discurso muito conhecido do povo: o "vote consciente". Para conhecer melhor, a boa pedida é assistir ao debate entre os candidatos pela televisão. Em tese é a melhor maneira de se conhecer as ideias e confrontá-las para se ter certeza em quem votar ou não.

A TV brasileira começou a abrir espaço para essa arena com maior frequência a partir dos anos 80, com a morte lenta e gradual da ditadura. Mas o primeiro debate, no formato semelhante ao que conhecemos, aconteceu durante o regime militar. Foi em 9 de setembro de 1974, na TV Gaucha, a matriz da atual RBS-TV (afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul). O encontro realizado entre os dois candidatos ao senado, Nestor Jost da ARENA, e Paulo Brossard do MDB (na época só existiam dois partidos), foi transmitido apenas para Porto Alegre.

Nossa telinha só pode realizar novo embate de propostas novamente em 1982. O primeiro debate entre os candidatos ao governo paulista foi promovido em parceria pelo SBT (!) e pela TV Bandeirantes. O curioso é que nesse dia até Silvio Santos participou do encontro. A mediação foi do jornalista Ferreira Netto. A TV Globo do Rio de Janeiro também realizou, no mesmo ano, o confronto de ideias na telinha entre os candidatos ao Palácio das Laranjeiras.

Porém a grande estreia dos debates no período democrático aconteceu durante as primeiras eleições diretas para presidência, após 25 anos do golpe militar, em 1989. Nos dois turnos aconteceu algo único até hoje. As principais redes de televisão (Globo, SBT, Manchete e Bandeirantes), se uniram e transmitiram os dois debates em conjunto, o chamado "pool". O primeiro encontro aconteceu nos estúdios da TV Manchete no Rio de Janeiro, e o segundo, apenas com Collor e Lula, na TV Bandeirantes em São Paulo. Quatro jornalistas, representando suas emissoras, mediaram os confrontos: Marília Gabriela (Band), Boris Casoy (SBT), Alexandre Garcia (Globo) e Eliakim Araújo (Manchete) Esse debate guarda imagens antológicas, algumas até engraçadas.

De lá pra cá, a realização de debates tornou-se mais frequente nas eleições. Bandeirantes e Globo possuem maior tradição nesse evento. Ontem, foi ao ar pela RedeTV! o primeiro embate de propostas entre os presidenciáveis, da história da emissora mais recente do Brasil. Além de levar o brasileiro a decidir em quem votar, o programa também traz credibilidade para a TV.

Sei que muitas vezes fica difícil assistir esses debates, devido ao nível que os candidatos levam a discussão. Mas essa é uma das maneiras de analisá-los longe das "redomas" provocadas pelos seus acessores e partidos, tanto no programa eleitoral gratuito como nos emocionados comícios. Portanto, faça sua escolha e... vote consciente!

Assista aos melhores (ou piores) momentos dos debates realizados entre 1982 e 1998.

Agradecimentos: G1 e CanalMemória


Debates na TV brasileira

domingo, 5 de setembro de 2010

O ENSAIO QUE É UM SHOW


Se na TV nada se cria, tudo se copia, é muito raro quando uma atração é absolutamente original e não é clonada por outros canais. É o caso de Ensaio, da TV Cultura. Um verdadeiro heroi da resistência em um tempo onde a televisão não investe tanto em programas musicais, nem mesmo os mais tradicionais programas de auditório dos domingos.

O programa surgiu na TV Tupi em 1968 e, de acordo com o site da emissora educativa, está no ar no canal 2 paulistano desde 1990. A cada noite um artista da MPB é chamado para cantar ao vivo. Ensaio, como o proprio nome diz, se propõe a mostrar e destacar o convidado, sem a grande produção de um show. Por isso o jogo de luzes e a ausência de cenário são características da atração, que é gravada no Teatro Franco Zampari mas também não tem plateia.

No comando está seu criador, o jornalista Fernando Faro. O destaque para música no programa é tão grande que Faro, o entrevistador, não aparece em momento algum, e suas perguntas não são captadas pelos microfones. Os closes, que são imagens de detalhes do artista, são fundamentais para criar o tom intimista do musical.

Ensaio é um espaço onde não há preconceito de gênero. Pelo programa vários nomes de sucesso já marcaram presença: Tim Maia, Caçulinha, Elis Regina, Olodum, Gal Costa, Amado Batista, Jair Rodrigues, As Gavão, Tom Zé, Cartola, Leci Brandão, Herivelto Martins, Fundo de Quintal entre outros. O acervoda atração é considerado um dos mais importantes registros da música contemporânea brasileira na TV. Alguns deles viraram DVD co-produzidos pela Cultura Marcas.

Uma excelente opção para quem gosta de boa música. Ensaio vai ao ar toda quarta, às 23h, e aos domingos você pode conferir grandes apresentações realizadas na história do programa, que inclui a fase da atração na TV Tupi, em Ensaio Acervo, às 5h, pela TV Cultura.

Escolher os vídeos para esse post foi bem difícil pela qualidade do programa, mas seguem algumas amostras que comprovam a diversidade musical e a originalidade da criação de Fernando Faro.

Agradecimentos: ecosdotelecoteco.blogspot, Trama TV e zaratrusta2009



Elis Regina canta Águas de Março - 1973


Gal Costa interpreta Baby - 1994


Amado Batista e o sucesso Amor Perfeito


O sambista Cartola em Corra e Olhe o Céu


Tim Maia canta Descobridor dos Sete Mares

sábado, 28 de agosto de 2010

Esses loucos da TV...


Há dez anos partia para o andar de cima um dos melhores apresentadores da televisão brasileira. Se alguém perguntar por João Silvestre, ninguém conhece. Mas quando falamos de J.Silvestre, a coisa muda de figura. Lamentavelmente nossa TV não cultiva muito a memória. Para isso existe o Loucura! Vamos então refrescar a lembrança do povo e fazer a geração mais nova conhecer um dos maiores nomes das telinhas brasucas.

Quem pensa que o Show do Milhão foi o primeiro programa de perguntas e respostas a dar 1 milhão em dinheiro está muito enganado. Na década de 1950, no começo das transmissões de TV no Brasil, J.Silvestre já pagava a mesma bolada, na moeda corrente da época, para quem respondesse o maior número de perguntas sobre um tema escolhido pelo próprio participante. Essa era a fórmula de O Céu É O Limite (TV Tupi, 1956). As pessoas apareciam na porta da emissora pedindo para participar do programa, com os assunto mais inusutados: de futebol à lista telefônica (o sujeito se dispunha a decorar todo o catálogo do Rio de Janeiro!). Lene Orsida Varella ficou famosa por ter sido a primeira a ficar milionária pelo programa. A participante ficou conhecida como "noivinha da Pavúna" e venceu a sabatina televisiva respondendo sobre o poeta português Guerra Junqueiro. A cada resposta certa, Jota afirmava entusiasmado "absolutamente certo", seu bordão mais conhecido.

Mas este não foi o único sucesso deste ilustre representante de Salto-SP. O apresentador também comandou uma das mais lacrimosas atrações da TV. O que hoje você conhece como Arquivo Confidencial, do Domingão do Faustão na Globo, e similares em qualquer canal, J.Silvestre lançou como Esta É A Sua Vida, ainda nos anos 50 também pela TV Tupi. A estrutura é a mesma usada até hoje: uma celebridade é convidada para uma homenagem prestada por seus amigos e familiares. O chororô corria solto! O diferencial ficava por conta de Jota, um excelente locutor, que lia os textos produzidos com a carga de emoção exata. E sempre ao final de cada programa dizia "...pois esta é a sua vida!" Um dos episódios mais famosos deste programa aconteceu no último Xou da Xuxa (TV Globo, 1992), quando a Rainha dos Baixinhos foi homenageada, e reencontrou seu pai com quem não falava há 5 anos então.

Na infância, Jota queria ser médico, mas a paixão pela comunicação falou mais alto, e foi parar no rádio nos anos 1940. Foi louco por televisão desde quando ela nasceu. Ele estava presente quando foi ao ar o programa teste da Tupi, já que era contratado da rádio de Chateubriand. Era muito tímido e descobriu que para mandar embora a vergonha bastava ficar de pé, e andar de um canto para o outro no palco!

J. Silvestre é até hoje o dono do recorde de audiência de um programa de auditório, com inatingíveis 92 pontos. Ele passou por várias emissoras. É mais fácil pensar por quais ele não passou: Tupi, Record, Excelsior, Bandeirantes, SBT, e por fim na Manchete, onde comandou o Domingo Milionário. Foi nessa época que conheci seu estilo único de comandar programas. Um dos mestres para os profissionais da área. O apresentador faleceu em 7 de janeiro de 2000, aos 77 anos. Mas sua obra na TV continua sendo usada pelas novas gerações, em outros programas atuais.

Nos vídeos abaixo, você pode conferir trechos de O Céu É O Limite, dentro do Domingo Milionário, na Manchete e Esta É A Sua Vida, com Xuxa e Waldick Soriano.

Em se tratando de J.Silvestre, este post não poderia terminar senão com a célebre frase: J. Silvestre, aqui no Loucura, esta é a sua vida!

Agradecimentos: 8desetembro, 9desetembro, TajoPezzini.


O Céu É O Limite, em 1998 na Manchete


Xou da Xuxa Especial - Esta É A Sua Vida, 1992


Esta É A Sua Vida, Waldick Soriano, SBT-1982

sábado, 21 de agosto de 2010

O RESGATE DAS BOAS VINHETAS DO SBT


Não acho legal repetir temas, mas vale a crítica. Em comemoração aos 29 anos de sua fundação, o SBT lançou sua nova campanha, entitulada "Cidade de televisões". Ao longo de sua história, a emissora sempre teve tradição nessas vinhetas que passam ao longo da programação. São clássicas as campanhas "Quem Procura Acha Aqui" (1987), "Vem Que É Bom"(1990), "Aqui Tem" (1992), "Se Liga no SBT" (1994) e "Fique Ligado no SBT" (1995). Fizeram a cabeça de muitos telespectadores da época. Há um bom tempo não era produzida uma vinheta que resgatasse essa boa fama da emissora.

"Cidade de Televisões" foi criada pela agência Publicis Brasil e produzida pela Margarida Flores e Filmes, com aprovação final de Silvio Santos, como sempre! Esta é a primeira que não é produzida pelo SBT. A rede ou comprava os direitos de vinhetas consagradas nos Estados Unidos (são os casos de "Quem Procura Acha Aqui" e "Vem Que É Bom", por exemplo), ou elaboradas pela equipe de promoção do canal (como "A Cara do Brasil" de 1998, e "Na Nossa Frente, Só Você" de 2000).

A nova campanha é moderna, empolgante, dinâmica, e acima de tudo: inovadora, apesar de lembrar outra vinheta do canal de Silvio Santos, onde televisores formam a sigla da emissora. A equipe de criação e produção está de parabéns pois conseguiu dar um ar jovial e atual para a vinheta. Soube destacar todo o elenco da emissora. E parabéns ao SBT pela campanha e pelos 29 anos.

Curiosidade: durante toda sua existência, Silvio Santos só participou fisicamente das campanhas "Quem Procura Acha Aqui" em 1987, "Vem Que É Bom" em 1990 e "Fique Ligado no SBT" em 1995. Das outras todas foram usadas imagens de seus programas.

Veja a vinheta dos 29 anos completa:


Cidade das Televisões - SBT 29 anos (2010)

sábado, 14 de agosto de 2010

MANOEL DE NÓBREGA E SILVIO SANTOS


Nesta Quinta-Feira, dia 19 de agosto, o SBT comemora seus 29 anos de existência onde tudo começou. Engana-se quem pensa que estou falando de Silvio Santos apenas. A emissora vai promover sua festa de aniversário no programa A Praça é Nossa, com todo o elenco do canal. Não se sabe se o dono também vai comparecer. Mas o ponto onde quero chegar é a importância da Família Nóbrega para a fundação da antiga TVS.

Vamos voltar no tempo, mais precisamente para 1954. Um jovem locutor iniciava sua carreira no Rio de Janeiro. Era um tal Silvio Santos. Junto com ele trabalhava um outro rapaz chamado Fernando de Nóbrega. Silvio tinha outros negócios além da carreira artística. Ganhava dinheiro animando a travessia da Barca Rio-Niterói (naquele tempo a ponte não existia), proporcionando música, bingo, bebidas diversas, e executava comerciais por um sistema de alto-falantes que ele mesmo montou. Fernando não queria viver do rádio. Apenas juntava dinheiro para pagar a faculdade de medicina que cursava.

Naquele ano, a barca onde Silvio trabalhava quebrou, e ficaria meses no conserto. Seu negócio ficaria parado. O dono da cervejaria Antártica, a principal cliente do animador, o convidou para conhecer São Paulo, "a locomotiva do país", segundo ele. Silvio comunicou sua saída para Fernando, que decidiu indicá-lo ao irmão que vivia na capital paulista, certo de que poderia ajudá-lo, e lhe deu uma carta de recomendação. O irmão de Fernando era Manoel de Nóbrega, o deputado mais votado da época e o maior sucesso do humor no rádio brasileiro.

Silvio conta que veio para a terra da garoa com uma mala de roupa somente. Soube de uma seleção de locutores que a Rádio Nacional estava realizando e passou em primeiro lugar. Após vencer o concurso, o jovem locutor foi procurar Manoel com a carta. Nóbrega lhe disse que conseguiria colocá-lo dentro da emissora facilmente, mas Silvio disse que não precisava, pois já era um elemento da Nacional, e que queria entrar com méritos próprios. O humorista se impressionou e viu no rapaz de 24 anos uma pessoa de caráter e valor. Era o começo de uma paternal amizade.

O criador da Praça da Alegria, pai de Carlos Alberto de Nóbrega, ajudou Silvio sempre que pode. Como todos sabem, o Baú da Felicidade, a primeira empresa do animador, foi dada por Nóbrega e foi a mola propulsora do Grupo Silvio Santos. O que pouca gente sabe é que Nóbrega também deixou livre o horário das tardes de domingo, quando soube que o dono do Baú o queria para lançar o Programa Silvio Santos. O humorista também foi um dos principais responsáveis pela conquista do primeiro canal do futuro SBT, a TVS canal 11 do Rio de Janeiro.

Comemorar o aniversário da emissora na Praça é também uma forma de reconhecer mais uma vez que essa vitória é dedicada a Manoel de Nóbrega, e mostra o valor de uma gratidão e a força de uma amizade. Às portas de ser uma "trintona", a rede de Silvio Santos atrapalha bastante o sonho da vice liderança da Rede Record. Internamente, o clima entre os funcionários é de um time unido e feliz por continuar com todos os ideais propostos por Manoel de Nóbrega em seu discurso no dia da assinatura do contrato de concessão da TVS, em 22 de dezembro de 1975.

Curiosidade: O canal 11 do Rio estreou em 14 de maio de 1976, mas a rede SBT só nasceu oficialmente em 19 de agosto de 1981, quando 4 emissoras da Rede Tupi foram cassadas e se transformaram em TVS. O marco foi a transmissão da cerimônia de outorga, direto do Ministério das Comunicações em Brasília, ao vivo. Algo inédito e único até hoje no país.

Os vídeos abaixo mostram Silvio Santos na estréia de A Praça é Nossa, relembrando esses e outros fatos e reconhecendo a Manoel de Nóbrega a conquista da emissora, demosntrando sua eterna gratidão.

Agradecimentos: rss516 e levyfioriti



Silvio na estréia de A Praça é Nossa - Parte 1




Silvio na estréia de A Praça é Nossa - Parte 2




Silvio na estréia de A Praça é Nossa - Parte 3

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

VOCÊ FOI MEU HEROI, MEU BANDIDO...


No próximo domingo é dia dos pais, uma data comemorada em todo Brasil, reunindo os filhos e aqueles que são "os homens da casa". Na TV, eles foram representados das mais variadas formas possíveis.

Talvez uma das maiores referências paternas televisivas seja a série americana Papai Sabe Tudo, que foi apresentada pela TV Globo e pela TV Tupi nos anos 60 e 70. Nesse programa, o patriarca Jim Anderson (Robert Young) realmente sabia tudo, dando conselhos para os filhos sobre os mais diversos assuntos. A família americana perfeita estava ali representada. Em contrapartida, Homer Simpson mostra aos filhos Bart, Lisa e Maggie como não ser um pai inteligente, no desenho Os Simpsons (TV Globo). A família americana com suas imperfeições está ali representada!

Na dramaturgia nacional, o progenitor do lar apareceu em várias facetas. Quem não se lembra do rígido Júlio, esposo de Dona Lola em Éramos Seis (SBT-1994)? Tenho certeza que muita garotinha teve pena do Caio Blat, interpretando o filho mais velho do casal, Carlos, quando ele apanhou de cinta. O juizado não permitiria essa cena hoje em dia! Mas também tivemos pais bem mais condescendentes como Arthur (Flávio Galvão), recém separado e com três filhas para criar em O Grande Pai (SBT-1991). Nessa mesma linha, porém mais moderninho do que Arthur, está o Gaspar (Nuno Leal Maia), surfista e responsável por seus cinco rebentos em Top Model (TV Globo-1989). Outra novela que marcou muito as famílias brasileiras foi Pai Herói(TV Globo-1979). A trama apresentava André Cajarana (Tony Ramos) e seu amor pelo pai falecido, que acreditava ter sido um grande homem.

A figura paterna também está presente de outras formas na telinha, não apenas na ficção. Muitos comunicadores abrem o espaço conquistado por eles para que suas crias também alcancem um lugar ao Sol. Um dos casos mais antigos é o do Velho Guerreiro Chacrinha, que por muitos anos foi dirigido por seu filho Leleco Barbosa. O animador Raul Gil também segue as ordens de seu segundo filho, Raul Gil Jr., o Raulzinho. Silvio Santos nunca direcionou suas filhas para a carreira televisiva, mas a influência falou mais alto no caso de Silvinha Abravanel. A "filha número dois", como gosta de brincar o dono do Baú, começou na TV como produtora nos anos 80 e já dirigiu o dominical do pai, Roda a Roda (SBT).

No humor, as dobradinhas se repetem: Paulo e Flávio Silvino, Moacyr e Gutto Franco, Lúcio Mauro e Lúcio Mauro Filho, sem contar Chico Anysio e seus filhos Nizo Neto, Bruno Mazzeo, e outros, e um caso de três gerações que há 60 anos fazem rir: Manoel, Carlos Alberto e Marcelo de Nóbrega (sendo o último o atual diretor de A Praça é Nossa, no SBT) .

No jornalismo, encontramos Joelmir e Mauro Beting, Milton e Fábio Lucas Neves e José Luiz e Joel Datena (que era repórter do programa No Coração do Brasil, na Band).

Eu costumo dizer que se mãe é mãe, pai também é pai! Não importa se ele é parecido com alguém da TV ou não, se ele não é o super heroi que sempre sonhamos quando criança, e que muitas vezes ele é quem cria essa imagem na cabeça do filho. Não importa se é alto, baixo, rico ou pobre, branco, negro, amarelo, vermelho... não importa nem mesmo se tem o mesmo sangue. O que realmente interessa é que ele faz parte de um capítulo importante da vida e da formação de um ser humano. Aos pais leitores deste blog, um feliz dia dos pais.

domingo, 25 de julho de 2010

NOSTALGIA GALÁCTICA


Nessa semana, vasculhando os milhares de vídeos que existem na internet, um deles me chamou a atenção e me fez recordar um período que não volta mais, porém está bem guardado no coração de todos: a infância.

Quem foi criança especialmente nos anos 80 deve se lembrar dos seriados japoneses que fizeram a cabeça da garotada, pela Rede Manchete de Televisão. Um deles foi febre no Brasil: O Fantástico Jaspion, ou simplesmente Jaspion. O guerreiro galáctico chega às telinhas brasucas para rechear a programação infantil da emissora de Adolpho Bloch, já que ela não podia contar com os desenhos animados dos grandes estúdios americanos, que estavam exclusivamente com a Globo e o SBT.

Jaspion ainda bebê sobrevive ao ataque que sua família sofreu por piratas espaciais. O órfão é criado pelo Mestre Edin, que lhe apresenta e o prepara para sua missão: destruir Satã Goss, o poderoso mutante do mal, que pretende fazer da terra um planeta dos monstros. Para ajudar, Jaspion conta com a atrapalhada andróide Anri e a alienígena Miya, que deve ter servido de inspiração para os Teletubbies. No lado negro da força, o time é composto por McGaren, o filho único de Satã Gosss (mimado como tal, e ruim de braço como ninguém!), as bruxas galácticas Kilza e Kilmaza (quem esquece aquela castanhola maldita!), Purima e Gyoru. Foram vários os vilões que passaram, mas todos iam sendo destruídos no decorrer do seriado.

Para derrotar Satã Goss, segundo a Bíblia Galáctica, era necessário reunir as cinco crianças e um bebê, irradiadas pela luz do Pássaro Dourado. Jaspion também contava com alguns brinquedinhos tecnológicos, como todo bom japonês, para cumprir sua missão, como a sua armadura Metaltex (feita com o metal mais resistente do universo), o tanque de guerra Gabin (muito mais moderno do qualquer similar da vida real, mesmo os japoneses!), a Allan Moto Space e a nave espacial, e robô gigante de batalhas nas horas vagas, Daileon.

O seriado foi produzido no início dos anos 80 pela Toei Amination, no Japão. No final da mesma década foi comprado pela Rede Manchete que o exibia dentro do programa Clube da Criança, comandado por Angélica. Já nos anos 90, tendo o mesmo problema da emissora carioca, a Rede Record reapresentou Jaspion dentro do programa Tarde Criança com Mariane, com uma vantagem: a emissora dos Bloch fez do herói japonês o seu Chaves, ou seja, era o grande coringa da sua programação, e muitas vezes não exibia o último episódio, para manter a expectativa do público mirim. A Record também tinha Jaspion como sua carta na manga, mas apresentava a saga completa, do princípio ao fim.

Jaspion não foi o primeiro e nem será o último herói da terra do sol nascente a fascinar as crianças brasileiras, os Power Ranges (que é uma co-produção entre americanos e japoneses) estão aí e não me deixam mentir. Mas para todos aqueles que o acompanharam, fica uma saudade do mundo da fantasia em que viviamos e das aventuras que nos entretinham por horas após a escola.

Matem essa danada dessa saudade com os vídeos de Jaspion.


Abertura de Jaspion


A Derrota do Poderoso Satã Goss


Os Bastidores do Seriado


Encerramento do programa

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O GRANDE FURO DA MTV


Há algumas semanas, eu falei sobre o atual momento humorístico que vive a televisão brasileira. Uma das coisas boas que surgiu é o Furo MTV, comandado por Dani Calabresa e Bento Ribeiro.

A atração estreou despretensiosamente no ano passado, e se mostra como uma excelente opção de humor na TV. O programa apresenta as notícias mais importantes do dia, recheadas com sarcasmo, ironia e tiradas inteligentes.

A sintonia entre o casal apresentador é importante para que o jornal não tenha um ator principal e um coadjuvante, ou escada (como é chamado o colega que prepara a piada para o parceiro em cena. Carlos Alberto de Nóbrega é um bom exemplo). Aliás essa função também é dividida entre os dois.

O que é melhor: como o Furo MTV é factual, não se torna cansativo ou repetitivo. Sua equipe de redatores não tem limites. Fazem piada de tudo e de todos, inclusive deles mesmos e sua audiência no IBOPE (se Dani estivesse lendo isso diria "que audiência!"). É uma alternativa para quem não sabe o que assistir na TV.

Embora não seja essa a intenção, o programa também resgata um pouco da crítica escrachada e bem-humorada, que um dia fez despontar a turma do Casseta & Planeta Urgente, na TV Globo. Talvez seja buscando nas sua origens a porta para o caminho da renovação tão necessária para a atração global.

O Furo vai ao ar de segunda a sexta, as 22:00h, com reprise de segunda a quinta a 1:00h. Parabéns para a MTV, por colocar no ar tão bom programa, incentivando assim a busca por novos talentos, não só na frente mas também atrás das câmeras, principalmente redatores e produtores. Se não abrirem a "panelinha", o que tiver dentro um dia envelhece ou estraga, mesmo na geladeira!

Agradecimentos: LeMacPictures

Confira uma das edições do jornal-humorístico!


domingo, 11 de julho de 2010

O PRIMEIRO TELEJORNAL DO SBT



Todo mundo sabe que o jornalismo nunca foi o forte do SBT, embora o primeiro gênero a ir ao ar na emissora foi a reportagem que cobria a cerimônia de concessão da própria televisão, em 19 de agosto de 1981, em Brasília. Para se ter uma idéia do heroísmo dos jornalistas e técnicos, naquele dia o único retorno da qualidade da transmissão era um telefone na portaria do Ministério das Comunicações.

Antes disso, a TVS, primeira emissora de Silvio Santos, já tinha um "telejornal", feito com notícias sem atualidade. Funcionava assim: a produção lia principalmente revistas para buscar assuntos que, na linguagem jornalística eram "frios" e poderiam ser exibidos em qualquer dia que não faria diferença. O curioso desse informativo que estreou no canal 11 do Rio em 1977 é que ele era gravado em São Paulo, onde ficavam os estúdios do animador, e reprisado de segunda à sábado! Para ilustrar as reportagens, eram exibidas fotografias recortadas das prórpias revistas!

Já com a sua rede, o dono do Baú resolveu revolucionar! Lançou o primeiro telejornal matutino em rede nacional, às 7:30 da manhã, o Noticentro. O nome é uma tradução literal do seu modelo americano (News Center). O jornal adotou uma apresentação mais descontraída, os apresentadores conversavam entre si, se despediam do publico de mãos dadas e assim saíam, na penumbra, enquanto rolavam os créditos finais. Quem apresentava eram os jornalistas Gilberto Ribeiro, Antônio Casale, Lívio Carneiro e Jorge Helal, todos vindos da extinta TV Tupi. Uma das repórteres dessa época continua no SBT até hoje. É Magdalena Bonfiglioli, que hoje está no Programa do Ratinho. Outra figura conhecida do grande público era Felisberto Duarte, o Feliz, o famoso homem do tempo. O jornal conquistou o público.

O Noticentro saiu das manhãs em 25 de fevereiro de 1982 e ganhou o horário nobre, das 18 às 19h. Apesar de ser o principal telejornal da casa, a filosofia do jornal seguia a filosofia do SBT, com uma programação popularesca. Apesar de diferente, nunca o noticiário conseguiu ser uma opção real ao seu maior concorrente, o Jornal Nacional na Globo. A estrutura que a emissora dispunha era muito menor do que a da concorrente. E tinha um outro detalhe: durante sua existência, o Noticentro conviveu com a dívida que a emissora possuía desde quando foi inaugurada. Silvio Santos só se livrou dessa dor de cabeça em 1992, quando a empresa passou a gerar resultados financeiros positivos.

O primeiro telejornal do SBT ficou no ar até 1988, quando estreou o TJ Brasil, com Boris Casoy, para elevar o nível de qualidade da programação. Por ter exatamente 29 anos, é muito difícil encontrar material do Noticentro no YouTube. O que encontrei foi essa reportagem da época em que Silvio Santos queria ser candidato a prefeito da capital paulista, e havia recebido a visita do empresário Antônio Emírio de Moraes.

Agradecimento: AndreiaM30 e marioluciodefreitas
Fonte: A Fantástica História de Silvio Santos, Arlindo Silva (Ed. do Brasil, 2000)


Noticentro: Silvio Santos e Antônio Ermírio de Moraes (Parte 1)


Noticentro: Silvio Santos e Antônio Ermírio de Moraes (Parte 2)

sábado, 3 de julho de 2010

CHACRINHA, A CARA DO BRASIL


Nesta semana, mais precisamente no dia 30, completou-se 22 da partida do grande comunicador do Brasil: José Abelardo Barbosa de Medeiros, o famoso Chacrinha.

Até este pernambucano de Surubim surgir no rádio, os programas eram muito formais, especialmente seus apresentadores. Abelardo trouxe o jeitão brasileiro de se comunicar. E olha que foi por acaso que ele foi parar na frente do microfone.

Ele iria ser médico. Enquanto estava na faculdade, adoeceu e perdeu as provas. Virou baterista de uma banda e ia viajar para a Europa com o conjunto, para ganhar uma graninha. Mas, no meio do caminho tinha uma guerra, tinha uma guerra no meio do caminho. O conflito iniciado por Hitler no velho continente mudou o rumo do navio, onde estava Abelardo, para o Rio de Janeiro. Mal sabia que sua vida também se transformaria por completo.

Na então capital federal, ele se encantou pelo rádio e pela badalação dos famosos nos cassinos. Depois de algum tempo como locutor comercial, ganha um espaço no final da programação da rádio que ficava numa chácara. Resolveu então reproduzir no rádio uma festa num cassino. Por isso o programa foi chamado de Cassino da Chacrinha. O programa era um verdadeiro sucesso, mas ninguém sabia que o locutor era Abelardo Barbosa, e sim um louco da chacrinha. Taí o apelido famoso.

Nos anos 50, Chacrinha foi para a TV, inaugurá-la com o programa Rancho Alegre. Logo, o Velho Guerreiro lançou vários de seus sucessos na telinha, como A Buzina do Chacrinha, Discoteca do Chacrinha e Cassino do Chacrinha. Durante quase trinta anos na TV, esteve com tudo e não esteve prosa no IBOPE, sendo sempre uma das maiores audiências de qualquer emissora. E passou por várias: TV Tupi, TV Record, TV Bandeirantes, TV Excelsior, TV Rio, e encerrou sua carreira na TV Globo. Foi um assíduo frequentador da ponte aérea, pois na época em que não existiam as redes, o apresentador comandava seus programas em dias alternados no Rio e em São Paulo. Além dos shows que fazia pelo Brasil inteiro.

Na emissora dos Marinho, Chacrinha passou duas temporadas. Na primeira, em 1967, juntamente com Dercy Gonçalves e Silvio Santos, formava a programação popularesca, assim definida pelo então diretor José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Ou seja, não tinha o idealizado Padrão Globo de Qualidade, mas davam audiência. O apresentador saiu da Globo em 1972, voltando só 10 anos depois, no auge da carreira.

Para ser sincero, são muito poucas as lembranças que tenho do Chacrinha na TV. Tudo o que lembro são imagens de arquivo, exibidas eventualmente. Quando descobriu que estava com câncer de pulmão, e necessitava se internar, foi substituído pelos humoristas Agildo Ribeiro e João Kleber (sim, ele foi global um dia!).

O que é muito divertido ver nos programas dele são os calouros, os concursos mais malucos da TV, os musicais e as Chacretes. Claro que todos os truques de um bom comunicador são uma veradeira aula para qualquer estudante dessa maquininha de fazer doidos, ou para quem quer ser parecido com ele. Apesar de ser dele a frase "na TV nada se cria, tudo se copia", Chacrinha foi o mais original dos apresentadores brasileiros, o mais brasileiro.

Para quem conhece e para quem não conhece, aqui está a volta de Chacrinha para a TV Globo em 1982, e o programa especial Por Toda a Minha Vida, em homenagem ao Velho Guerreiro.

Roda, Roda, Roda... e avisa!!!

Agradecimentos: friedlichf, chrisresende e TV Globo


Chacrinha de volta à TV Globo.


Por Toda Minha Vida - Parte 1


Por Toda Minha Vida - Parte 2


Por Toda Minha Vida - Parte 3


Por Toda Minha Vida - Parte 4


Por Toda Minha Vida - Parte 5


Por Toda Minha Vida - Parte 6